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Grag Queen revela que levava choques durante processo de “cura gay”

A drag queen desabafou sobre as agressões que viveu durante a infância e adolescência para “deixar de ser gay”
Grag Queen
(Foto: Instagram/@gragqueen)

Por meio de suas redes sociais, Grag Queen revelou que sofreu violências durante a infância e adolescência. A drag queen, que é embaixadora do projeto “Fim da Cura“, desabafou sobre as violências que enfrentou ao ser submetida a um processo de “cura gay” dentro de uma igreja.

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Grag Queen

(Foto: Instagram/@gragqueen)

No depoimento, Grag revelou que viveu uma infância feliz e repleta de amor. No entanto, as coisas mudaram quando seu ‘carisma infantil’ passou a ser julgado com algo afeminado. A partir disso, as coisas mudaram para o Gregory.

“O contrato depois que eu comecei a florar começou a ser muito danoso para mim. Porque daí você não consegue pertencer a lugar nenhum“, adicionou.

A drag queen também revelou que esse tipo de violência continuo dentro das escolas, onde até mesmo os professores questionavam sua sexualidade e mandavam seus pais buscarem alguns tratamentos. “Enquanto isso não fazia efeito, a teoria de que eu não pertencia, que eu era errado e que eu tinha que ser modificado e desconstruído para ser construído de novo, ela ia entrando na minha cabeça”, contou.

Violência ‘maquiada’ de cura gay

Desde então, Grag Queen, com cerca de 12 anos, lidou com pessoas afirmando que ela possuia um “demônio” que a fazia ser daquele jeito. Foi por isso que o jovem precisou passar por um ‘tratamento’ de cura gay.

Nesse processo, Gregory, que dá vida à drag queen, contou que foi obrigado a passar por jejuns, beijar e namorar meninas, além de enfrentar tratamentos mais agressivos. Eles também tinham esse método de aplicar choque, eletrochoques na gente. Aonde a gente, tipo, tinha que ficar numa fila de olho fechado”, revelou.

“Eles molhavam a nossa boca, molhavam a nossa cabeça. E tinha que dar tantos choques enquanto a gente falava, repetindo várias expressões. ‘Eu não sou gay, eu posso não ser perfeito, mas Deus vai me fazer perfeito.’ […] Mas, imagina o peso que tem num adolescente, pré-adolescente? Você leva choque enquanto você repete uma coisa que você quer e que você não tem?”, desabafou.

A drag queen revelou, em seguida, que esse tipo de agressão a feriu emocionalmente. Por isso, o amor próprio demorou a fazer parte de sua vida. “Eu não sei o que eu gostaria de ter ouvido quando eu estava passando por isso. É uma invasão tão grande no teu jeito de ser, no teu jeito de agir e de existir. Eu não sei se existem palavras suficientes que eu possa falar”, desabafou.

“Fim da Cura” busca criminalização da cura gay

O desabafo da drag queen faz parte do “Fim da Cura“, que denuncia métodos de conversão de orientação sexual e/ou identidades de gênero. A partir disso, o projeto busca criminalizar a prática no Brasil.

Além do depoimento de Grag Queen, outras pessoas que foram vítimas desse tipo de “tratamento” também contaram suas histórias. O projeto também já lançou um curta sobre a temática.

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