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Governo Federal vai elaborar nova versão do PERSE, diz Ministro Haddad

Programa criado para ajudar o setor de eventos, afetado pela pandemia de Covid-19, será reavaliado pelo Congresso em até 45 dias; Deputado Felipe Carreras (PSB/PE) e a ABRAPE comentam a nova etapa do programa
Ministro Fernando Haddad
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Diogo Zacarias/Agência Brasil

O Governo Federal concordou em enviar um projeto de lei, com urgência constitucional, para criar uma nova versão do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (PERSE), informou nesta terça-feira (5) o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O projeto também tratará da alíquota menor da Previdência Social paga por pequenos municípios, de acordo com informações da Agência Brasil.

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A decisão ocorreu após reunião na manhã desta terça-feira (5) com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e com líderes partidários da Casa. Inicialmente previsto para o início de fevereiro, o encontro ocorreu com um mês de atraso, por falta de acordo com os líderes da base aliada e por causa da reunião de ministros do G20 no Brasil, na semana passada.

Segundo Haddad, a Medida Provisória 1.202, editada em dezembro, não será alterada. A única mudança foi a retirada da reoneração gradual da folha de pagamento para 17 setores da economia, suprimida do texto no dia 28 de fevereiro para ser convertida em projeto de lei.

Em relação ao PERSE, de acordo com a Agência Brasil, o ministro informou que o projeto de lei terá uma versão mais “focada” do programa, em vez de propor a extinção gradual, como ocorreu na medida provisória. Como o novo projeto de lei terá urgência constitucional, precisará ser avaliado pelo Congresso em até 45 dias, sendo votado na segunda quinzena de abril. A MP.1202 tem validade até maio.

“Vamos discutir os números, um modelo e a tendência é votar o PL até o final de março. Queria agradecer o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o ministro Haddad, que reconheceu a importância do debate para preservar os empregos e o desenvolvimento do país”, salienta o deputado Felipe Carreras (PSB/PE), autor do PERSE.

Deputado Felipe Carreras

Deputado Felipe Carreras. Foto: Divulgação

O presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (ABRAPE), o empresário Doreni Caramori Júnior, também comenta a conquista:

“Participamos da preparação deste encontro entre o ministro e as lideranças partidárias e o resultado reforça a importância econômica e social do programa. Estamos otimistas. Ficamos felizes pela retomada do diálogo. Agora é estabelecer um debate amplo e aberto entre ministério, parlamento e as entidades do setor para que possamos manter as conquistas do PERSE, que merece continuar. Avaliaremos se há ou não a necessidade de evoluções nos termos do programa”.

Doreni Caramori Júnior Presidente ABRAPE

Doreni Caramori Júnior, Presidente da ABRAPE. Foto: Divulgação

Impacto Econômico do PERSE

O Ministro não estimou o impacto sobre os cofres públicos das medidas em discussão com os parlamentares. Segundo Haddad, tanto no caso do PERSE como da reoneração da folha de pagamentos, o governo precisa remodelar os projetos para saber o tamanho e o escopo das medidas. Somente após esse estágio, será possível definir o tamanho da renúncia fiscal e as medidas para compensar a perda de receitas.

Na reunião desta terça-feira, Haddad apresentou a Lira e aos líderes dos partidos na Câmara o levantamento mais recente da Receita Federal sobre o impacto do PERSE.

“Em 2022, tivemos mais de R$ 10 bilhões de renúncia fiscal para o Perse e mais R$ 13 bilhões em 2023, já expurgadas as eventuais inconsistências dos informes dos próprios contribuintes. Mandei fazer um pente-fino bastante rigoroso para termos ideia do quanto está custando o Perse por ano”, explicou. Haddad disse que os números podem aumentar, conforme as fiscalizações da Receita Federal.

Ministro Fernando Haddad

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Diogo Zacarias/Agência Brasil

Haddad disse ter recebido sugestões para blindar o programa de abusos, mas disse que as 11 mil empresas atendidas pelo PERSE, programa criado para ajudar o setor de eventos afetado pela Covid-19, faturam mais hoje do que antes da pandemia.

“O faturamento em 2019 [das 11 mil empresas], portanto pré-pandemia, foi R$ 146 bilhões. O faturamento em 2020, o pico da pandemia, foi R$ 101 bilhões. E o faturamento em 2022, já foi R$ 200 bilhões, portanto nós já estamos em franca recuperação”, ressaltou.

Com o pedido de alguns parlamentares para a continuidade do PERSE, Haddad prometeu elaborar um estudo para verificar quais segmentos dentro do setor de eventos ainda não se recuperaram e precisam de ajuda.

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