Em 2020, as capas de revistas nacionais e internacionais esbanjaram a representatividade brasileira. Depois que Pabllo Vittar e Gloria Groove estiveram a frente da Vogue, foi a vez de Majur brilhar internacionalmente encerrar um ano de vitórias.
A cantora está na capa da GAY TIMES, uma conceituada publicação, para a qual também cedeu uma entrevista em que releva suas referências musicais, estilo pessoal e a sua vivência, descoberta e entendimento de gênero. Dona de uma das vozes mais poderosas de 2020, a cantora posou para um ensaio exclusivo.
Confira a capa:
Sobre posar para uma publicação tão relevante, Majur disse:
“Muito feliz e honrada em ser uma artista reconhecida fora do meu país, dessa forma, estampando uma publicação tão importante. Eu consigo ver um futuro melhor quando vejo corpos trans nas capas de revista, nos jornais, nos prêmios, na TV e em todos os lugares. Existindo e sendo vistos. Isso é luta, presente e o futuro”
Novos projetos
Em entrevista a Gay Times, a cantora falou sobre os rótulos que o público e a mídia colocam em pessoas trans:
“Eu não deixo ser trans me definir. Eu sou comando a minha pessoa, faço minhas próprias regras (…) Ser trans é superar estereótipos. Acho que às vezes as pessoas acham difícil me aceitar como uma binária apresentando uma pessoa não binária. ”
A artista também contou que esta trabalhando em seu próximo projeto e disse que se sente privilegiada por poder expressar a sua arte sendo quem é. Majur está trabalhando em um álbum. “É sobre a força dos meus ancestrais e a relevância de nossas conexões”, disse a artista.
“Ter a oportunidade de me expressar, como artista negra e trans, em uma sociedade muito repressiva, é um privilégio que quero usar para sempre. Meu corpo, minha existência, já é uma declaração política em uma sociedade que não celebra nossa comunidade. Não ter medo de reunir e celebrar nosso valor é uma forma de resistência. Minha voz, minha música, é o que me dá vida. ”