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Gal Costa, Elza Soares, Roberta Sá e outras cantoras falam do preconceito que enfrentaram na indústria musical em programa inédito!


Charles Gavin se jogou de cabeça no universo feminino para traçar um panorama inédito da música brasileira sob a ótica de grandes mulheres, das mais diferentes gerações. A 13° edição do programa O Som do Vinil, que estreia no dia 15 de julho, às 23h, no Canal Brasil, e terá pré-estreia, com os cinco primeiros episódios disponíveis também para não assinantes, no Canal Brasil Play, a partir de 10 de julho, apresenta entrevistas com 27 intérpretes, compositoras e musicistas.

Este ano, as conversas vão além da arte, e questões de gênero, machismo e homofobia são discutidas pela primeira vez. “O meio da música ainda é muito machista e até hoje a mulher é muito associada ao ofício de cantora. Não existe na língua portuguesa o feminino da palavra ‘músico’. Eu chamo as artistas da música de musicistas, mas é uma licença poética”, diz Gavin, que reuniu uma equipe inteiramente formada por mulheres para esta temporada. A direção do programa é dele e de Gabriela Gastal.

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Um dos muitos problemas da sociedade contemporânea é que a facilidade em pedir comida em aplicativos, acaba não produzindo louça pra lavar. A cidadã comum pede até talher de plástico, para não entrar em contato com nada que seja real. Cozinhar a própria comida, saber o tempo do fogo, dos temperos, ver uma água ferver, ver as comidas se transformando, saber o preparo da distribuição da mesa, compreender a lógica e a criatividade dos alimentos, tudo isso é a vida real, sem plástico e sem preguiça. Tomar conta da própria vida é saber cozinhar e principalmente saber recolher a louça e lavá-las com bucho apoiado na pia, pensando e revisando momentos somente da sua vida. Não da vida das outras pessoas. Grande momento da vida adulta, recomendo. Lavar louça é terapêutico, recomendo. Não evitem. O que podemos evitar e DEVEMOS, é se meter na vida das pessoas. Até onde a gente se lembra: essa vida é só essa: então vamos ao que interessa: nossa vida: a gente é porra evoluída: e vai virar carne moída: abri dois pontos e não consigo mais parar: recomendo vocês abrirem dois pontos na própria vida também: sempre:

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Os episódios passeiam pela história de discos notáveis produzidos por artistas da nova geração, como a carioca Letrux e a baiana Xênia França, e de grandes damas como Elza Soares, Sandra de Sá, Leny Andrade e Gal Costa, que abrem a temporada. O baterista e pesquisador ainda recebe personalidades como Roberta Sá, Fernanda Takai, Zélia Duncan, Leila Pinheiro, Joyce, Fátima Guedes, Simone, Dóris Monteiro e Joanna, Tia Surica e Aurea Maria, da Portela, entre outras.

E joga luz sobre artistas que estão longe dos holofotes, como Sandra Pera, que depois de deixar As Frenéticas lançou um único LP solo, em 1983; Doris Monteiro, rainha do rádio, que fala sobre o disco “Sobre Doris Monteiro”, de 1969; e Eliana Pittman, que comenta o álbum “Tô Chegando, Já Cheguei”, de 1974, e sobre o ápice de sua carreira, quando tocou no Olympia de Paris e foi entrevistada por Jerry Lewis, em seu talk show.

Colecionador ávido de LPs raros e pesquisador atento aos lançamentos da produção nacional, o antigo baterista dos Titãs comanda o longevo programa, que é considerado o mais importante sobre música da televisão brasileira. As entrevistas abordam trabalhos antigos e atuais, dissecando faixa a faixa o que há por trás e à frente de cada álbum.

“Estamos contando a história da música brasileira pelo olhar feminino e não podemos mais passar por cima da questão de igualdade de direitos. Todo mundo está preocupado porque a prioridade desse novo governo não é a cultura brasileira. Naturalmente, o caráter político dessa temporada nos encaminha para essas discussões e nenhuma convidada nossa lavou as mãos na questão política, todas se posicionaram. Sempre estive perto desse lado feminino e sempre achei que era o melhor lado”, afirma o apresentador.

A nova temporada com 26 episódios começa com Gal Costa, que fala sobre seu 40º e mais recente álbum, “A Pele do Futuro”, lançado em 2018. “Eu nasci para fazer o que eu faço. E sabendo que eu vim aqui para isso. E sempre busquei, por intuição, os caminhos certos. Sempre fui muito espiritualizada e, à medida que fui crescendo e amadurecendo, fui tendo certeza absoluta que o meu trabalho é um trabalho espiritual”.