A ministra da Cultura, Margareth Menezes, e a presidenta da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Maria Marighella, apresentaram, na segunda-feira (10), o Funarte Retomada: Programas de Fomento para a Política Nacional das Artes. O investimento de R$ 52 milhões foi divulgado durante entrevista coletiva, que aconteceu no Rio de Janeiro.
Serão contemplados na iniciativa os segmentos: artes visuais, circo, dança, música e teatro. As inscrições serão abertas na quinta-feira (13).
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“O Funarte Retomada é o resultado do nosso esforço para formular programas que pudessem estar de mãos dadas com quem tece a rede produtiva das artes e promove o acesso da população aos bens artísticos e culturais”, disse Maria Marighella.
A ministra Margareth Menezes fez questão de citar várias linguagens para destacar a importância da cultura para o desenvolvimento do Brasil.
“A arte brasileira é um dos nossos maiores patrimônios. Quantos países podem se orgulhar de ter uma música tão diversa, complexa e tão acessível? O nosso teatro, que brilha nos palcos e nas ruas, é uma potência. Como não se encantar com os artistas da dança e do circo?”
Cinco eixos orientam essa etapa da Política Nacional das Artes: criação e acesso; difusão nacional e internacional; memória e pesquisa; formação e reflexão; e a reestruturação da Fundação e de suas iniciativas. Áreas de interesse que se dividem entre diferentes programas, sendo eles: Funarte Retomada, Bolsa Funarte de Mobilidade Artística, Prêmio Funarte de Mestres e Mestras das Artes, Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas e Funarte Aberta.
Os editais irão valorizar medidas que promovam a equidade de gênero e raça e a empregabilidade para pessoas trans e travestis nas equipes. Também haverá cotas — mínimo de 20% para projetos de pessoas negras, 10% para indígenas e 10% para pessoas com deficiência.
Segunda etapa
Ao longo do próximo semestre serão apresentados outros programas, que somam um investimento de R$ 100 milhões.
“Estamos aqui para recontar à uma instituição sua própria história e reconectá-la com sua missão, que é o fomento às artes brasileiras. Esses programas representam esse desejo”, afirmou Leonardo Lessa, Diretor-Executivo da Funarte, lembrou da vocação da instituição.
Além disso, participaram do lançamento o secretário Executivo do MinC, Márcio Tavares; a secretária dos Comitês de Cultura, Roberta Martins; o secretário de Formação Cultural, Livro e Leitura, Fabiano Piúba; o presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, Alexandre Santini; e o presidente do Iphan, Leandro Grass.
Referência arquitetônica
Marco da arquitetura modernista brasileira, o Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, deverá ser entregue à população em 2024. O prédio, em reforma desde 2018, receberá espaços para exposições sobre temas ligados à arte e à formação da sociedade brasileira e da cultura popular às manifestações afro-brasileiras. Irá abrigar, ainda, atividades administrativas dos órgãos vinculados ao Ministério da Cultura (MinC).
Maria Marighella chamou a atenção para o simbolismo do emblemático Palácio Gustavo Capanema ser o palco para o anúncio do Funarte Retomada.
“Este prédio em obras, sendo restaurado, preservado, cuidado é a metáfora do primeiro ano de refundação do MinC e da recuperação institucional da Funarte”, comparou.
Projetada como sede do Ministério da Educação e Saúde, a edificação teve a construção iniciada em 1937 e concluída em 1945, no governo Vargas. Da concepção participaram arquitetos como Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy e Jorge M. Moreira, tendo à frente Lucio Costa. A consultoria ficou a cargo do arquiteto francês Le Corbusier.
Mais tarde, o prédio foi rebatizado como Palácio Gustavo Capanema, em homenagem ao Ministro da Educação e Saúde, à época da execução do projeto. Referência para as artes, o Palácio guarda quadros e murais de Cândido Portinari, esculturas de Bruno Giorgio, Adriana Janacópulos, Celso Antônio e Jacques Lipchitz, além dos jardins de Burle Marx.