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Fred Nicácio no BBB23: Intolerância ou racismo religioso?

Fred Nicácio. (Foto: Globo/João Cotta)

Um dos pontos mais comentados sobre a passagem de Fred Nicácio no BBB23 foi sobre o caso de racismo religioso. O assunto repercutiu ainda mais quando o médico revelou, durante a Casa do Reencontro, que abrirá um processo contra Cristian, Gustavo Key Alves. O público que acompanha o reality, no entanto, ficou em dúvida sobre o termo utilizado pelo ex-brother.

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Fred Nicácio se tornou o 14° eliminado do BBB23 e viveu momentos tensos dentro do reality. (Foto: Globo/João Cotta)

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Antes de falar sobre o caso dentro do programa, temos que entender a diferença entre intolerância religiosa e racismo religioso. Para isso, o POPline conversou com a jornalista Midiã Noelle, Mestre em Cultura e Sociedade pelo Instituto de Humanidades Milton Santos, da UFBA. Atualmente, ela integra a equipe do Projeto Seta, que luta por uma educação antirracista, e Líder Acelerada pelo programa Marieles do Fundo Baobá por Equidade Racial.

Midiã explicou que a diferença do termo está, principalmente, na forma em que a agressão – seja ela de forma verbal ou física – acontece. “Intolerância é quando você desconhece e também não reconhece a veracidade de importância do culto, da religiosidade, da fé da outra pessoa”.

A partir do momento que essa atitude se transforma em uma violência, deve ser visto como racismo religioso, estruturalmente comum no Brasil. “A gente está falando sobre, especificamente nesse caso, como pessoas pretas pessoas de religiões de matriz africana sofrem cotidianamente e repetidamente violência racial por conta da sua fé”, pontuou.

“O racismo de cunho religioso no Brasil, sobretudo, aparece quando as pessoas entendem que toda e qualquer religião que tenha como base uma religião de matriz africana é uma religião demonizada“, pontuou.

Dentro do confinamento, Fred Nicácio falou diversas vezes sobre os orixás, presentes em sua religião. Midiã aponta que essas imagens são desrespeitadas nas religiões de matriz africana por conta do racismo religioso. “Se a gente for ver na lógica do candomblé como Exú é retratado ou os orixás, que as pessoas destratam e demonizam, comentou.

A jornalista ainda apontou que a diferença no tratamento das imagens de religiões como o catolicismo. Elas tem imagens, tem suas formas de fé e não é são demonizadas, violentadas, vilipendiadas como são religiões de métodos africano como candomblé, como umbanda, como eh e fá, entre outros”, pontuou.

Fred Nicácio sofreu intolerância religiosa ou racismo religioso no BBB23?

Fred Nicácio teve uma segunda oportunidade de participar do programa após sua primeira eliminação. (Foto: Globo)

De volta ao caso vivido por Fred Nicácio dentro do BBB23, é possível avaliar toda a situação como racismo religioso. Afinal, o médico foi julgado pelo trio de participantes, todos brancos, por conta de um rito baseado nos ensinamentos do culto de Ifá, religião do ex-brother.

Como dito pelo próprio participante dentro do programa, a situação entre ele, Cristian, Gustavo e Key Alves chegará aos tribunais. “Vocês vão ter que responder judicialmente por isso, porque isso é crime e precisa ser prestado conta para a sociedade, disse ele aos parceiros de confinamento.

“Não é para mim, é para a sociedade porque quando uma coisa dessa acontece em um lugar como esse, desse tamanho, onde milhões de pessoas estão vendo, vocês imaginam o que acontece fora das câmeras“, reforçou.

A jornalista concordou com o participante e explicou que casos como o exibido no reality são comuns além dos muros do BBB. “Não são raras as vezes que a gente vê em espaços escolares, no sistema de transporte público, pessoas de religiões de matriz africana sofrendo violências e chacotas por conta dos seus traje ou das suas contas”, explicou.

“Eu acho que a intolerância se dá a partir do não reconhecimento da diversidade da fé. E com certeza as religiões de matriz africana ainda sofrem muito no Brasil”, acrescentou.

Como diminuir os casos de racismo religioso no Brasil?

Midiã pontuou que o casos como esse podem e devem ser denunciados, mesmo que acontecam de forma vitual. Pessoas negras tem seus espaços de denúncia em nível estadual, em nível federal e até mesmo pela internet. […] Internet não é terra sem lei, a gente tá com processo de regulamentação forte”, afirmou.

No entanto, a educação dentro das salas de aulas podem contribuir para a diminuição de casos como esse. “A educação é fundamental pra construção de narrativas e pra aumento de autoestima, mesmo”, comentou.

Para explicar a importância da temática em salas de aula, Midiã relembrou o surgimento do candomblé. “As pessoas não entendem, inclusive nem sabem que o candomblé é uma religião fundada no Brasil a partir dessa lógica, né? Do sincretismo religioso, do catolicismo com as outras diversas religiões de matriz africana que tiveram que sobreviver a partir dessa forma estratégica”.

“Entender de passado, da história, é fundamental pras pessoas também reduzirem as violências raciais e entenderem que a diversidade cultural é algo muito maior. Ainda mais no Brasil que ainda é tão intolerante, tão conservador e ainda sofre muitos efeitos da colonização e do passado”, acrescentou.

BBB23 no POPline

O BBB23 estreou com muitas novidades! Tadeu Schmidt segue como apresentador, Dani Calabresa continua no “CAT BBB” assim como Paulo Vieira no “Big Terapia” e o novo quadro com a ilustradora Rafaella Tuma chega para completar. Através de desenhos, ela mostrará de forma bem-humorada tudo que está em alta na rotina dos participantes.

Além disso, a casa mais vigiada do Brasil passou por mudanças! A estética do confinamento promete uma decoração voltada à viagens, com cores vibrantes e objetos que remetem a lugares do mundo.

A cobertura especial do POPline para o BBB23 começou com tudo! No site e nas redes sociais, conteúdos exclusivos sobre o reality show da TV Globo estão garantidos. O OMG!, inclusive, está no Instagram e por lá você acompanha tudo de pertinho! Fique de olho para não perder!

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