Os primeiros segundos de “Mexico” já indicam que se trata de um garage rock: guitarras distorcidas, bateria marcante e baixo que dá ainda mais peso ao som. Quando a vocalista e guitarrista Alê Labelle entoa os primeiros versos a presença feminina logo aparece, remetendo a outras bandas do gênero que possuem suas frontwomen. Analisando a formação do The Mönic, porém, percebe-se que no grupo o papel das mulheres é total e muito além de posições pré-definidas — um exemplo de que não há limitações para o protagonismo feminino na cena. Assim, a banda disponibiliza hoje (22) o primeiro single do álbum “Deus Picio”, que será lançado pela Deck. A faixa também conta um criativo clipe protagonizado pelas artistas e seus amigos.
A letra do lançamento aborda o relacionamento entre pessoas que se gostam, mas têm medo de criar maiores laços afetivos ou externalizar seus sentimentos. Além de Alê, Dani Buarque (guitarra e voz), Joan Bedin (baixo e voz) e Daniely Simões (bateria) formam o The Mönic e tocam na faixa, de andamento rápido e refrão marcante. “‘Mexico’ nasceu de um riff despretensioso que inventei no intervalo de um ensaio, uma brincadeira. Não havia visto nada demais nele, mas a Dani (Simões) falou que daria uma ótima música e fez questão de criar uma linha de bateria e de que trabalhássemos aquilo. Na hora de finalizarmos a demo do disco, essa composição estava sem letra; a Alê então escreveu uma letra de amor. Achamos uma combinação muito interessante, pois é a faixa mais pesada do álbum ao mesmo tempo que é uma das únicas que aborda temas amorosos”, explicou Dani Buarque, garantindo que a insistência da baterista em trabalhar a canção foi essencial.
O videoclipe do single, dirigido por Mateus Brandão, brinca com seu título, e simula uma novela mexicana em tom de sátira e bom humor. As garotas — responsáveis pelo roteiro — interpretam diferentes esposas e namoradas que se juntam para um jantar acompanhadas dos companheiros. Ao longo da noite, porém, surgem intrigas que levam a uma série de brigas e traições. A trama também critica a busca pela manutenção das aparências e o falso moralismo. Toda a fotografia e os efeitos do vídeo remetem às novelas, com o estilo e tomadas típicas do gênero que se popularizou na televisão brasileira nas décadas de 90 e 2000. Assista: