O assunto do dia foi o anúncio-surpresa de Folklore (Republic Records), oitavo álbum de estúdio de Taylor Swift, que chega às plataformas digitais dentro de poucas horas. Concebido nos últimos meses por conta da pandemia de Covid-19 no mundo, o trabalho vai na contramão de seu antecessor, o solar Lover (2019), e propõe uma reflexão sobre os tempos atuais na sociedade.
Entretanto, não se trata de um simples retorno às raízes country. Ao associar-se a grandes nomes da cena indie e do folk, Taylor atiçou a curiosidade dos fãs sobre o que tem a dizer em Folklore. O significado do título pode deixar pistas no que diz respeito às letras (do inglês, folk significa ‘gente’ ou ‘povo’, e lore significa ‘conhecimento’).
Mas o que é folk?
Talvez os fãs estejam se perguntando qual a diferença entre o country e o folk, musicalmente falando. Entretanto, ambos os gêneros partilham de várias similaridades, embora tenham surgido em contextos diferentes.
O country é um estilo musical tradicional da classe trabalhadora americana. Veio a partir da fusão com o rock, mas que manteve em sua essência as principais características dele: músicas curtas e instrumentos bem conhecidos, como violão de seis ou doze cordas, bateria e contrabaixo.
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O folk é muito comum no Reino Unido, tendo sua base nos cantadores populares, de vilas, ruas e palácios, contando histórias para todos. Composto por harmonias vocais afinadas, este tipo de tradição é muito antiga e persiste até hoje, inclusive no Brasil, com os músicos sertanejos.
Um dos grandes nomes da música folk desde os anos 1960 é Bob Dylan, que diferentemente da maioria dos artistas do country, agregou uma postura politicamente consciente às suas letras. Outros nomes que transitaram entre os dois gêneros e que merecem citação são Joan Baez, Willie Nelson, Johnny Cash e o trio Peter, Paul and Mary.
A mistura de elementos do folk com estilos populares, como pop, rock, jazz, blues e eletrônica, deu origem a diversos gêneros de fusão a partir dos anos 1970: folk rock, indie folk, folktronica, entre outros. Bandas da atualidade como Mumford and Sons, The Decemberists e Fleet Foxes transitam por esses estilos com sucesso de público e crítica.
Aaron Dessner (The National) é coautor e produtor de 11 das 16 músicas de folklore
O The National é uma banda norte-americana de indie rock e post-punk revival com oito discos de estúdios lançados, entre eles Sleep Well Beast (2017), que venceu o Grammy de “Melhor Álbum Alternativo”. Ao lado dos companheiros, Aaron Dessner toca guitarra, piano e teclado. É um multi-instrumentista que não tem medo de ousar, seja nas experimentações eletrônicas minimalistas ou na psicodelia com guitarras distorcidas.
Bon Iver divide os vocais em uma das faixas
Bon Iver é uma banda folk norte-americana liderada e fundada por Justin Vernon. A inspiração para o nome advém de duas palavras francesas: “bon” e “hiver”, que significa “bom inverno”. Também traz consigo o reconhecimento do Grammy – foram eleitos como “Artista Revelação” e “Melhor Álbum Alternativo” em 2012. Com quatro discos na bagagem, fazem um tipo de som reflexivo, perfeito “para dias frios”, e com complexas harmonias vocais.
O que esperar, de fato?
A partir do que Taylor disse sobre ter feito um álbum em período de isolamento social, onde despejou “caprichos, sonhos, medos e reflexões“, acreditamos que teremos a cantora dando mais espaço ao lado musicista. Na produção temos o amigo de longa data, Jack Antonoff, que já produziu para artistas pop alternativas como Lana Del Rey, Lorde e Grimes.
Com uma das fan-bases mais fiéis, a cantora está pronta para escancarar suas angústias sobre os rumos que a vida humana tomou nos últimos meses. Sobretudo as questões políticas que impactam bilhões de pessoas. Sozinha em estúdio, acreditamos em faixas que serão guiadas essencialmente por instrumentos como violão e banjo, e que mostrarão suas reflexões sobre o momento atual no mundo.
Sem pressões comerciais: Taylor Swift está pronta para encarar o maior desafio artístico de sua carreira!