Amanda Faia

Flop ou não flop? Será que realmente é essa a questão?

Será que estar no topo ou em outros lugares dos rankings musicais faz mesmo essa diferença toda para o fã?

Sei que o tempo entre este texto e a coluna anterior foi grande, mas de certa forma resolvi tirar proveito disso. Durante o período, muita coisa aconteceu na música pop… menos o tipo de repercussão e comentários. Até dói abrir o link de uma notícia procurando uma troca de informações legal, debates saudáveis, conversas em paz, sugestões e ler sempre a mesma coisa. “‘A’ lançou novo clipe”, “‘B’ anuncia novo disco”, “‘C’ na parada EUA/UK”… Não importa o texto, os comentários em grande parte são sempre os mesmos: “flop” ou “não flop” – tirando, claro, o quase já tradicional “rainha”.

No dicionário americano, o verbo “to flop” significa se “tornar um completo fracassado”, “cair”, entre outras denominações, e infelizmente quando no mundo pop os artistas são comparados constantemente, “flopar” – já “traduzido” para o português – vira argumento opinativo. Falo infelizmente mesmo porque por mais que uns se sobressaiam aos outros (afinal para alguém ser número um há uma escala e outros precisam ser o segundo, terceiro, quarto e assim por diante), “flop” não precisa ser tão banalizado assim.

Não sei se é porque sou de uma geração diferente da grande maioria dos leitores do POPline que o verbo “flop”, para mim, não tem tanta importância assim ou define alguma coisa. Confesso para vocês: grandes artistas que eu admiro estão na categoria do “flop” segundo critério de muitos, mas em momento algum isso impede a admiração, continuar procurando saber, ouvir o que é lançado, assistir o que é apresentado e… gastar dinheiro! 😉 Ser “flop” não impede que alguém continue na ativa, fazendo o que gosta e inspirando gente por aí. Quantos artistas menos famosos influenciam seus fãs de maneira positiva através da música? Isso, às vezes, os torna até mais “hot” do que os demais já que o esforço para espalhar o conceito é uma ação mais espontânea e organizada, na maioria das vezes, por grupos mínimos de fãs. É um dos momentos mais bonitos em ser fã: ver que seu artista continua na ativa fazendo música para você independente de números. E vamos lá, né? Não importa se a música é apresentada para 30, 300, 3000 ou 30000, música é música, ela mexe com nosso corpo e define momentos.

E engana-se quem pensa que as paradas servem apenas para título de comparação – e brigas. Como eu mesma escrevi aqui, a ascensão de algumas músicas por uma tribo diferente da minha pode me ajudar a abrir os ouvidos! Afinal quanto mais exposição, mais gente conhece o trabalho, a música se propaga e novos grupos são convidados a se unirem aos veteranos em prol daquele som.

E enquanto tem fã brigando, comparando e provocando, os artistas estão cada vez menos aí para essa picuinha – uns até se divertem – continuam enchendo os bolsos de dinheiro e todos aproveitando a vida com a grana solta por quem apoia! Ah, e a idade do artista em na-da tem a ver com isso. “Já deu tempo dela, flopada”, já li por aí. Minha resposta é “e daí?”. Se não te empolga, não ouça, não acompanhe. É simples assim! E se me permitem outro conselho: não levem muito à sério críticas. O pop é algo divertido, leve, contagiante. 😉

Curta, cante, se mexa, bata cabelo, chore, suspire, sonhe… independente do número é para isso que a música está aqui.

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