Menu
in

First Listen: MC Pocahontas usa funk para tratar da pauta feminista em novo single, “Não Sou Obrigada”

“Não Sou Obrigada” é o título da música que MC Pocahontas lança na sexta (29/3). Uma das novas contratadas da Warner Music, a musa preenche uma lacuna deixada na gravadora por Ludmilla e Anitta, cantoras que pouco a pouco se tornaram cada vez mais pop e passaram a usar o funk como um dentre tantos outros elementos. Pocahontas é focada neste gênero musical. “Não Sou Obrigada” não é mascarado: é um funkão direcionado ao público feminino, super alinhado com as pautas feministas contemporâneas. A música utiliza o funk, um gênero popular, nascido nas favelas cariocas, para tratar de um assunto sério e urgente.

A composição se apropria do linguajar coloquial e de gírias da moda, como “ranço”, “contatinho” e “não sou obrigada a nada” para tratar do empoderamento da mulher, pelo viés da insubmissão às restrições impostas por um homem, que pode ser o namorado, o marido ou qualquer ficante. É uma fórmula direcionada para a fácil assimilação da mensagem, que poderia estar também em qualquer vídeo de sucesso da Jout Jout no Youtube. Na letra, Pocahontas canta “se quando eu danço, te incomoda, amor, eu acho é pouco”, “ninguém manda nessa raba” e “uma bunda dessa não nasceu para ser mandada”. De maneira divertida e dançante, o conteúdo é claro: relacionamento tóxico, aqui não.

A produção da música é do Hitmaker, mesma equipe de “Quer Mais?”, o single anterior de MC Pocahontas, em parceria com MC Mirella, com 85 milhões de acessos no Youtube. O hit ficou em 2º lugar na enquete da “música do Carnaval” aqui no POPline. Também são do Hitmaker as faixas “Sapequinha”, “Provocar” e “Só Depois do Carnaval” da Lexa, todos sucessos recentes do Top 50 do Spotify. Há uma identidade reconhecível no som dessa equipe – característica essa que vem atendendo o gosto popular sucessivamente.

Com o funk como veículo, “Não Sou Obrigada” pode alertar muitas meninas sobre seus direitos, principalmente no Rio de Janeiro. O Instituto de Segurança Público divulgou nesta semana que a média de feminicídios no estado foi de um por semana entre os meses de janeiro e fevereiro. É um dado alarmante. Saber identificar e escapar de um relacionamento abusivo logo no início pode, na prática, salvar a própria vida. É duro, mas é uma realidade.

Compartilhe:

Sair da versão mobile