A história da televisão ficará para sempre marcada por Silvio Santos, que nos deixou neste sábado, 17 de agosto, aos 93 anos de idade. Considerado um dos mais famosos e controversos apresentadores do Brasil, ele esteve à frente do SBT desde sua criação, em 1981, e protagonizou grandes momentos em seu tradicional dominical até se afastar de suas funções na emissora em setembro de 2022.
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(Foto: SBT)
Carreira e criação do SBT
Silvio Santos é o nome artístico de Senor Abravanel, nascido em 12 de dezembro de 1930 no Rio de Janeiro. Filho mais velho de pais imigrantes da Grécia e Turquia, ele se formou em contabilidade e trabalhou como vendedor até servir no Exército Brasileiro na Escola de Paraquedistas em 1948. A carreira na televisão começou anos depois, em 1962, quando estreou seu primeiro programa, “Vamos Brincar de Forca”, pela extinta TV Paulista.
O famoso “Programa Silvio Santos”, por sua vez, teve sua estreia em 2 de junho de 1963, sendo o programa mais duradouro em todo o mundo apresentado pelo mesmo apresentador. Depois, em 1993, chegou a ser contemplada com o título de atração mais longeva do mundo pelo Guinness World Records, logo depois perdendo o título para o “Mosaico na TV”, também brasileiro, transmitido desde 16 de julho de 1961.
Muita gente talvez não saiba, mas Silvio Santos teve uma breve passagem pela Globo quando a TV Paulista foi incorporada à emissora. Porém, em meados da década de 1970, ele começou a fazer programas na Rede Tupi, esteve na Record TV, até fundar em 19 de agosto de 1981 o Sistema Brasileiro de Televisão, conhecido popularmente como SBT.
Rádio, política e música
Silvio Santos foi radialista até a década de 1980, abandonando a carreira em função da profissão de apresentador. Contudo, ele também chegou a apostar na política, propondo sua candidatura a prefeitura de São Paulo pelo Partido da Frente Liberal (PFL) e depois à Presidência da República — mas sem sucesso.
Nos últimos anos, vale lembrar que ele voltou a se envolver com a temática após afastar a jornalista Rachel Sheherazade por críticas a Sergio Moro, que era ministro na época, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão gerou uma grande polêmica, evidenciando o viés político do apresentador e dono do SBT.
Ademais, Silvio Santos gravou marchinhas carnavalescas, com destaque para “Coração Corintiano” e “A Pipa do Vovô”. Ao longo da carreira, ele gravou 135 músicas, espalhadas por 4 álbuns (“Silvio Santos e Suas Colegas de Trabalho”, “Show de Alegria”, “15 Anos de Sucessos Carnavalescos e Silvio Santos”), 41 compactos, além de narrar histórias infantis gravadas em CDs.
Controvérsias
Mas a vida pública de Silvio Santos não foi só de conquistas. O apresentador também ficou marcado pelo comportamento controverso — principalmente com mulheres. Entre falas racistas e machistas, um dos episódios que mais chamou a atenção foi quando ele se negou a abraçar Claudia Leitte durante o “Teleton” de 2018.
“Esse negócio de abraço me deixa excitado”, disse o apresentador. A cantora, por sua vez, tentou fugir do constrangimento e emendou: “Você quis dizer excitado de euforia, de entusiasmo, né?”. “Não, excitado é de excitado mesmo”, reafirmou ele.
Após a repercussão, Claudia Leitte desabafou: “Aonde quer que eu vá, minha entrega é total. Tem que ser com todo amor do mundo, especialmente quando se trata de contribuir para o bem de alguém. Senti-me constrangida, sim. Quando passamos por episódios desse tipo, vemos em exemplificação o que acontece com muitas mulheres todos os dias, em muitos lugares. Isso é desenfreado, cruel, nos fere dá medo”.
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