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Festival Bananada: novo formato, curadoria e captação de recursos

Em formato de programa de tv, o festival proporciona ao público shows com 30 artistas em 9 datas entre novembro e dezembro

Foto: Divulgação

O Festival Bananada anunciou que sua próxima edição será online e em um formato inovador, que se assemelha a um programa de tv e terá duração de 9 dias, entre novembro e dezembro. Intitulada de “Bananada BR”, a produção audiovisual desta edição une música e conteúdos exclusivos com mais de 30 artistas de diversas regiões do Brasil.

Criador do Festival Bananada é o novo gestor musical do Kwai

“A novidade é mais uma forma de explorar narrativas sob o olhar de descoberta e aprendizado de diferentes formatos, ocupando também novos canais com o público”, explica a produção. Dessa forma, o Bananada BR aproxima, ainda que à distância, os diferentes estilos, gêneros e artistas brasileiros durante três finais de semanas com nomes importantes que contemplam as edições Goiás, Nordeste/Sul e Sudeste/Norte.

“Em 2021, ainda impossibilitados de exercer nosso modelo de negócio de forma plena presencialmente, e com o desejo de continuidade ao projeto Bananada como um todo, nos propusemos a reforçar um dos mais importantes pilares da plataforma: o fomento à intersecção, troca e circulação musical no país. Daí, o Bananada BR”, conta o produtor Lucas Manga.

“Contemplando atrações de todas as regiões do país, o projeto segue exercendo o mesmo papel que todas edições do Festival Bananada tiveram: agir com um polo de música contemporânea do centro do Brasil e um ponto de intersecção da arte que vem sendo criada em nosso país e no mundo”, completa.

Daiana Dias, Giovanna Villefort e Lucas Manga | Fotos: Divulgação

Impactos da pandemia no Festival

O mercado da música foi altamente prejudicado pela pandemia da covid-19, que inviabilizou a realização das edições de 2020 e 2021 do Festival Bananada, conhecido nacionalmente e que ocorre, todos os anos, em Goiânia (GO). Ainda assim, em um cenário de difícil viabilização, a produção do evento não parou. O lançamento de um selo musical e geração de conteúdos inéditos foram indispensáveis para que o público se mantivesse aquecido e seus colaboradores ativos.

Após quase dois anos sem shows, o formato online se tornou uma das únicas formas de seguir com as produções dos festivais e grandes eventos. Em entrevista ao POPline.Biz é Mundo da Música, Giovanna Villefort, diretora Artística do Bananada, destacou que o investimento que as produtoras foram “obrigadas” a realizar em produções audiovisuais e streaming para continuar trabalhando e criando durante a pandemia mudou a forma que plataformas de música ao vivo criam conteúdo para a internet.

“Não acho que o formato híbrido que veremos no futuro será apenas shows com público presencial e transmissão ao vivo, justamente pelo desgaste desse formato de “live”. O formato híbrido será composto também pela continuidade de projetos como o que estamos apresentando aqui, o Bananada BR. São novas formas de nos conectar com nosso público e fomentar cultura ao longo do ano, e não mais só durante algumas semanas durante nossas ações presenciais”, destaca Giovanna.

Nesta edição, por exemplo, a programação engloba música e breves entrevistas, dividido em três regiões: Goiás, Nordeste/Sul e Sudeste/Norte, que foram gravadas em estúdios entre São Paulo e Goiânia.

Sobre o formato, a diretora artística completa: “Através da nossa curadoria, procuramos apresentar artistas de todos os cantos do Brasil. Quando você vem de uma iniciativa descentralizada regionalmente, você é levado a entender o quão importante é conhecer e reconhecer a música, arte e cultura feitos em todos os cantos do país, além dos grandes centros. Acreditamos que os artistas convidados a compor a programação do Bananada BR formam um recorte do que está acontecendo de mais interessante na música brasileira atual”.

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Curadoria e programação

Vale destacar que, com a pandemia, muitos artistas despontaram nas plataformas digitais e puderam mostrar seus trabalhos para milhares de pessoas mesmo sem os shows presenciais. Questionados como foi para eles promover essa curadoria de forma que, como explicam, pudesse “apresentar artistas de todos os cantos do Brasil”, a diretora artística explicou:

“O Bananada nasceu como um festival onde há a convergência de cenas e artistas de todas as partes do Brasil em um só lugar, por sete dias, em um só lugar. A curadoria do Bananada BR partiu desse princípio e, a partir dele, procuramos fazer um mix entre artistas com longas e sólidas carreiras, que se mantêm relevantes e fundamentais em suas cenas e artistas com projetos mais recentes e até estreantes, em que apostamos e acreditamos que vão circular bastante pelo país quando isso voltar a ser possível”, revela Giovanna.

A edição Goiás estreia o projeto, nos dias 5, 6 e 7 de novembro, com Boogarins, Carne Doce, Davi Sabbag, Bruna Mendez e mais. Em 19, 20 e 21 do mês, o público aproveitará a edição Nordeste/Sul, com Tuyo, Kaê Guajajara, Don L, Larissa Luz e, no mês seguinte, dias 3, 4 e 5 de dezembro, o Bananada BR fecha com a edição Sudeste/Norte, com Juçara Marçal + Kiko Dinucci, Felipe Cordeiro, Victor Xamã, Troá!, Tulipa Ruiz, Aíla, e mais.

Larissa Luz é uma das atrações do Bananada BR | Foto: Divulgação

Confira programação completa:

  • 05, 06 e 07/11 – Edição Goiás: Boogarins, João Thomé, Davi Sabbag, Bruna Mendez, La Rossa, Fred Valle + Adriel Vinícius, Cristiane Perné, MÍLIAN, Mundhumano, Carabobina, Carne Doce, Dj Ceciloui.
  • 19, 20 e 21/11 – Edição Nordeste/Sul: Tuyo (PR), RRocha (RS), Don L (CE), Larissa Luz (BA), Luana Flores (PB), Kaê Guajajara (MA/RJ), Fusage (PR), Lau e Eu (SE), Lúcio Maia (RN).
  • 03, 04 e 05/12 – Edição Sudeste/Norte: Tulipa Ruiz (SP), Felipe Cordeiro (PA), Victor Xamã (AM), Juçara Marçal convida Kiko Dinucci (SP), Troá! (RJ), Aíla (PA), Olympyc (SP), Lô Bento (GO/RO), ÀIYÉ (RJ).

Captação de recurso

A captação de recursos e patrocínios para grandes festivais são uma etapa de suma importância para a produção. Questionada se a captação de recursos para este novo formato foi mais difícil do que suas edições presenciais Daianne Dias, que assume direção executiva do Bananada, prontamente revela: “É sempre um desafio, tanto para eventos físicos quanto online”

“Quando fomos aprovados no edital da Funarte, conseguimos fôlego para continuar pensando em música. Nossa parceria com a Devassa sempre rendeu ótimos frutos nos presenciais e agora para essa edição virtual, o apoio da marca foi de extrema importância para colocar em prática esse novo desenho de programação que propusemos. Investir em cultura é preciso e vale a pena!”, completa.

O Bananada BR foi viabilizado através do “Prêmio Funarte Festivais de Música 2020”, festival filiado à ABRAFIN, e apoio direto da Devassa, cerveja oficial do Festival Bananada; Deezer como player oficial e apoio cultural do Estúdio Primavera, Rootsans e UpMusic. O Bananada BR é realizado pelo Festival Bananada e Braba Música.