Mika.
Agora, apenas Micael.
Todo mundo está de olho nele, e com toda razão. Há duas semanas, o POPline tornou pública sua contratação por Anitta. Ele é o primeiro contratado do escritório Rodamoinho, criado pela popstar inicialmente para agenciar a própria carreira. Dando mais um passo em seus negócios, Anitta escolheu Micael como seu primeiro agenciado. Na prática, isso quer dizer que existem alguns milhares de cantores morrendo de inveja dele nesse momento. Se Anitta fizer por ele metade do que fez por si mesma, ele está feito.
E olha que Micael tem história para contar. Ele nasceu no Vidigal, favela com vista pro mar no Rio de Janeiro, e começou a carreira artística ainda na infância. Trabalhou com o famoso grupo Nós do Morro e, quando tinha somente 13 anos, estreou como Caixa Baixa nos cinemas em “Cidade Deus”, indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Micael também marcou a adolescência de muita gente: protagonizou “Malhação” (2009) e “Rebelde” (2011-2012) – fazendo no Brasil o papel que foi de Alfonso Herrera no México.
Ele também integrou o grupo de hip hop Melanina Carioca bem nessa época, mas foi em “Rebelde” que o país conheceu seu lado musical. Os Rebeldes lançaram três álbuns que ganharam certificados de platina, e fizeram 89 shows em locais de médio e grande porte. Com o fim do grupo, a carreira solo: desde 2014, Micael já lançou três EPs. Mas é com Anitta que ele poderá fazer história.
Como surgiu essa parceria?
Eu e a Anitta nos encontramos no estúdio para falar de música, enfim, e aí rolou o assunto carreira. Foi inesperado.
Faz tempo?
Não, não faz muito tempo.
Tipo esse ano?
Foi tipo esse ano. (risos) Foi tipo esse mês!
Tipo esse mês?!
É! Foi muito inesperado. A gente não imaginava. Começou a rolar o assunto e aí a gente acabou chegando em um consenso. A gente achou legal a ideia e foi.
Vai ter uma música de vocês dois juntos?
Não sei. Ainda estamos discutindo muita coisa: o que fazer, qual é o próximo passo. Quem sabe?
Mas se vocês se encontraram em estúdio, a ideia era essa: uma parceria. Não?
Era para falar de música, porque eu sou compositor também. O produtor dela é o mesmo produtor meu, o Umberto Tavares, e a gente foi falar de música. Nem sabia que ela ia gravar no dia. A gente se encontrou por acaso, na verdade. Eu estava falando de música e o Umbertinho falou que ela ia chegar para gravar.
[NOTA: Anitta já confirmou em um bate-papo nesta semana que haverá, sim, uma música dos dois juntos. Segundo ela, já está até gravada. E Micael fazendo mistério com a gente…]
Por que a mudança do nome artístico de Mika para Micael?
Essa é uma coisa bem antiga, que eu já venho pensando: ficar com meu nome mesmo. Mika, eu comecei a usar por causa do apelido. Mas a gente decidiu junto optar pelo Micael mesmo.
Sem o Borges?
Sem o Borges.
O single mais recente dele é esse aqui:
Além do nome, o estilo vai mudar também?
Não, não vai mudar nada. A gente vai continuar com o mesmo estilo musical. Sou pop. Vamos continuar pop, misturando bastante coisa. Quero fazer muita coisa. Quando a gente entrar em estúdio, quero trazer bastante coisa nova, bastante novidade.
Quando vai entrar em estúdio?
Ainda não sei. Ainda vamos fazer uma reunião para falar sobre isso e sobre todas as coisas que ainda vão vir. Não sei muita coisa. (risos) Adoraria poder falar, mas ainda não sei, de verdade.
Mas o que você quer fazer?
Quero gravar música. Se a gente vai usar para um álbum ou soltar singles, não sei, mas eu quero gravar muita coisa. Tenho muitas ideias. Eu gosto de compor, então vambora! Vamos pro estúdio e vamos criar.
Você já tem composições prontas?
Sim, tenho bastante coisa pronta. Coisas inacabadas também.
Você trabalhou com o Rick Bonadio. Acabou a parceria com ele?
Há bastante tempo atrás. Eu trabalhava com o Rick no início. Faz bastante tempo. Meu último EP foi independente, até eu assinar com a gravadora Warner. Foi o “Pra Elas”. Inclusive, obrigado ao POPline, vocês sempre estão aí divulgando, dando apoio. É de verdade, de coração.
Como que é estar com a gravadora?
É muito bom ter o suporte de uma gravadora, ter um bom escritório. Para o artista, é sempre muito positivo. Já fui independente e é muita luta. Tem seus prós e seus contras. Para mim, agora, está sendo incrível. É muito bom.
Você também fez parte dos Rebeldes e do Melanina Carioca. Quais as diferenças de trabalho em grupo e solo?
Olha, trabalho coletivo é muito legal sempre. O trabalho solo: não é porque estou solo que estou sozinho. Tem uma equipe por trás. Mas solo eu consigo colocar minhas ideias. Quando trabalho em grupo, tenho que consultar e ouvir a opinião de todo mundo. Solo, não. Depende de você, quase que 100%. São suas escolhas, suas decisões. Mas, com pouco tempo que tenho sozinho, tive experiências bacanas, que me fizeram evoluir e aprender. Estou em um aprendizado eterno.
Você tem alguma parceria dos sonhos?
Ah, muitas. É até difícil falar uma. São várias. No Brasil, eu queria gravar com muita gente: Seu Jorge, Jorge Ben. Eu consegui gravar com o Lulu Santos! Tem a Anitta… Tem muita gente que eu admiro no nosso país. A gente tem uma cultura muito boa para misturar os ritmos, então é sempre muito enriquecedor para meu trabalho.
O que vai te propiciar ter a Anitta como empresária?
Acho que a Anitta é uma pessoa muito competente, dedicada, além de ser uma artista. Além de cuidar da carreira dela, ela é visionária. Ela tem uma visão muito boa. Acho que ela vai conseguir desenvolver um trabalho excelente. Para mim, vai ser muito positivo ter uma pessoa que entenda disso, que tenha a visão, para cuidar realmente da minha carreira. Vai ser incrível. Vai mudar muita coisa.
Quando anunciaram que você havia sido contratado pela Anitta, comentaram na Internet que você poderia se tornar o “Bruno Mars brasileiro”.
Falaram isso?! Onde? (empolgado) No POPline? Que maneiro! Que legal! Vou estudar muito para parecer com ele. Que bacana. É um elogio. Mas ainda tenho muita coisa para evoluir. Não sei. Vou tentar ser o Micael.