A atriz e escritora Fernanda Torres não é adepta do uso do gênero neutro na língua portuguesa. “Eu não consigo falar ‘todes'”, admitiu a artista, em entrevista ao programa “Roda Viva”, na segunda (8/1). A declaração foi dada em resposta a uma pergunta de Marcelo Tas sobre como ela lida com as mudanças sociais, com o reconhecimento de pautas como feminismo, racismo e LGBTfobia.
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“Eu acho que sempre que os assuntos são colocados, para haver uma mudança, há uma radicalidade. Isso é natural que aconteça. Nós todos falávamos e pensávamos coisas que hoje a gente pensa ‘poxa, realmente, não dá’“, começou Fernanda Torres, que em outro momento da entrevista já havia lembrado quando foi “cancelada” por ativistas feministas por conta de uma coluna assinada por ela.
Fernanda Torres fala sobre “segunda onda” de mudanças sociais
A roteirista da série “Fim”, um dos sucessos do Globoplay em 2023, continuou: “eu me sinto em uma segunda onda, já em um segundo momento, de convergência. Eu acho que houve uma mudança na sociedade e que talvez não precise ser tão bélico. Eu acho que extrapola homem e mulher. Tem a ver com raça, com escolha, com gênero. Eu não consigo falar ‘todes’. Não consigo falar ‘todes’, mas isso não quer dizer que eu não ache que o casamento gay deva ser reconhecido. Eu acho que tem pautas básicas que nós temos que lutar e às vezes a gente fica no floreio”.
A linguagem neutra, adotada pelo governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva, é uma adaptação da língua portuguesa para que pessoas não-binárias ou intersexo sejam incluídas e representadas.