in

Especial Grammy: os nomes mais fortes para a categoria “Best Pop Duo/Group Performance”


A categoria Best Pop Duo/Group Performance é uma das mais recentes do Grammy Awards. Ela existe desde 2012, quando Tony Bennett e Amy Winehouse foram premiados com “Body and Soul”. A categoria serve para reconhecer os destaques da música pop no que concerne a trabalhos coletivos: duplas, grupos/bandas e colaborações. Só valem músicas e singles – não álbuns. Ela engloba três categorias que existiam separadamente na premiação: Best Pop Collaboration with Vocals, Best Pop Performance by a Duo or Group with Vocals e Best Pop Instrumental Performance.

As músicas premiadas desde então foram “Somebody That I Used To Know” (Gotye feat. Kimbra) em 2013, “Get Lucky” (Daft Punk, Pharrell Willaism e Nile Rodgers) em 2014, “Say Something” (A Great Big World e Christina Aguilera) em 2015, “Uptown Funk!” (Mark Ronson feat. Bruno Mars) em 2016 e “Stressed Out” (Twenty One Pilots, que subiram no palco de cueca) em 2017. No geral, o que é dance e eletrônico acaba migrando para outra categoria – Best Dance Recording. É importante ter isso em conta.

“Despacito” – Luis Fonsi & Daddy Yankee feat. Justin Bieber
Tudo que é em espanhol tende a ficar restrito às categorias de música latina ou à premiação especial do segmento, o Grammy Latino, mas “Despacito” ganhou uma versão remix com versos em inglês de Justin Bieber e certamente foi o maior fenômeno do ano: 16 semanas no topo da Billboard Hot 100. Por conta disso, as apostas são que essa parceria poderá aparecer em múltiplas categorias do Grammy, como uma exceção ao idioma. A Billboard aposta em “Despacito” até para entrar na categoria Record of the Year (Gravação do Ano), então seu lugar em Best Pop Duo/Group Performance é quase certo.

“Something Just Like This” – The Chainsmokers feat. Coldplay
A dupla concorreu nesta mesma categoria em 2017 por conta de “Closer” (com Halsey), então é natural considerar que uma colaboração com Coldplay deve impressionar a Academia. A banda já venceu três Grammys. Além disso, “Something Just Like This” alcançou o 3º lugar na parada americana, ganhou certificado de platina e teve grande aceitação nas rádios. Pontos favoráveis na corrida por uma nomeação.

“1-800-273-8255” – Logic Featuring Alessia Cara & Khalid
Uma das colaborações de maior impacto social do ano. “1-800-273-8255” é o número de telefone de atendimento a suicidas nos Estados Unidos. Depois do lançamento da música, o número de ligações cresceram em 27% nas três semanas seguintes e o número de acessos ao site da Prevenção Nacional ao Suicida cresceu de 300 mil para 400 mil no mês seguinte. O single já alcançou o 3º lugar na parada americana e recebeu certificado de platina dupla no país.

“I Don’t Wanna Live Forever” – Zayn & Taylor Swift
É uma forte candidata a indicação nessa categoria. Parte da trilha do filme “Cinquenta Tons Mais Escuros”, o single já venceu o VMA de melhor colaboração e recebeu certificado de platina nos Estados Unidos. Em agosto, a Billboard apontou a parceria de Zayn e Taylor como “uma aposta muito sólida” para o Grammy deste ano. “Você lembra como Taylor Swift ganhou indicações a Álbum do Ano com três de seus últimos projetos? O Grammy a ama e ‘Forever’, que pegou o 2º lugar na Hot 100, está entre os maiores hits do ano”. A música só tem um fator contra ela: bombou no início do ano e pode não estar tão fresca na memória dos membros votantes da Academia.

“Dusk Till Dawn” – Zayn feat. Sia
Sim, se não der certo com “I Don’t Wanna Live Forever”, Zayn tem uma segunda chance com “Dusk Till Dawn”, mais recente. Lançado no início de setembro, o single não é exatamente um estouro comercial, mas recebeu críticas muito positivas. Hugh McIntyre, da revista Forbes, escreveu que a música é épica e que tem grande potencial para uma indicação ao Grammy de Best Pop Duo/Group Performance. #GoZayn

“Fetish” – Selena Gomez feat. Gucci Mane
Não é nem de longe um dos maiores sucessos de Selena Gomez, mas esse single – Top 30 na Billboard Hot 100 – chamou a atenção da Academia. Em agosto, o site do Grammy elogiou a música, chamando-a de “elegante e confiante”. Considerando que “It Ain’t Me”, com Kygo, deve ser considerada para a categoria Best Dance Recording, “Fetish” poderá ser lembrada pelos votantes do Grammy em Best Pop Duo/Group Performance. Selena nunca teve tantas chances de ser indicada ao Grammy.

“Lust For Life” – Lana Del Rey feat. The Weeknd
Lana Del Rey foi indicada a Álbum do Ano em 2016, então é um nome a ser levado em conta quando o assunto é Grammy. The Weeknd, por sua vez, já ganhou dois troféus na premiação. A união dos dois se torna algo relevante, ainda mais com tantos comentários favoráveis da crítica especializada. Não seria surpreendente se eles concorressem juntos nesta categoria.

“Havana” – Camila Cabello feat. Young Thug
O novo single de Camila Cabello começou a despontar justamente quando começa a avaliação e votação da Academia: não poderia ser um momento mais favorável. Com enorme sucesso em streams, a faixa também ganhou apoio dos programadores de rádio dos Estados Unidos, críticas favoráveis e, se os membros votantes do Grammy estiverem a fim de algo com teor político contra a era Trump, uma indicação para “Havana” cairia perfeitamente.

“What Lovers Do” – Maroon 5 Featuring SZA
O Maroon 5 já ganhou três Grammys e foi nomeado 12 vezes – incluindo duas nesta categoria (com “Moves Like Jagger” e “Sugar”). Uma união com SZA, que é o nome do momento também, tem tudo para ser considerada pelo Grammy. “Don’t Wanna Know”, com Kendrick Lamar, foi ainda mais bem sucedida comercialmente, mas saiu há um ano… dificilmente será lembrada.

“Strangers” – Halsey feat. Lauren Jauregui
A música é a personificação de uma colaboração pop e ainda ganha importância pela representatividade LGBTQ. Anna Caga, crítica da revista Spin, escreveu que essa é a melhor música da Halsey e Alexia Shouneya, da Billboard, que ela é “uma assertiva forte e sem remorso sobre mulheres lésbicas e bissexuais”. O que pesa contra a música é que ela não fez tanto barulho e seu desempenho comercial foi ínfimo. Pela qualidade, tem chances, mas são muitas faixas concorrente e a Academia acaba valorizando o que se ouviu mais também.

Ausências notáveis
Por melhor desempenho que Liam Payne tenha tido com “Strip That Down” (feat. Quavo), a crítica não levou a música a sério. A Billboard disse que ela não impressionou e que, se Liam quiser um Grammy, que tente de novo em 2018. Sério. Escreveram assim mesmo.

Há ainda o caso de Katy Perry, mais complexo. A cantora esteve indicada ao Grammy em todos os anos entre 2009 e 2015, e já concorreu duas vezes por parcerias: “California Gurls” em 2011 (Best Pop Collaboration with Vocals) e “Dark Horse” (Best Pop Duo/Group Performance). Os três singles do álbum “Witness” são colaborações: “Chained to the Rhythm” com Skip Marley, “Bon Appétit” com Migos e “Swish Swish” com Nicki Minaj. Mas nenhum deles teve o sucesso de um “California Gurls” ou “Dark Horse”. Considerando que, na hora de votar, os membros da Academia podem se dividir entre as três faixas, é capaz de nenhuma delas cravar seu lugar na lista de nomeados.

Além disso, há também “Wild Thoughts” – que é um forte candidato ao Grammy – mas dificilmente na categoria pop. DJ Khaled sempre concorreu apenas nas categorias de rap ao longo de sua carreira e esse single pode ser incluído na lista de nomeados a Best Rap/Song Collaboration.

Também destinadas a outras categorias são as parcerias bem sucedidas de DJs como Calvin Harris, Kygo, Zedd e David Guetta. A Academia tende a considerá-las mais para a categoria Best Dance Recording.