Vamos voltar só um pouquinho no tempo. No final de 1989, depois de ter alcançado êxito absoluto com os 3 primeiros singles lançados do álbum Like a Prayer (“Like a Prayer”, “Express Yourself” e “Cherish”), Madonna não conseguiu o mesmo desempenho com o quarto single, “Oh Father”, nas paradas de sucesso (atingiu o vigésimo lugar).
Para garantir que o quinto e último single do disco – “Keep It Together” – fosse um pouquinho melhor, a cantora resolveu criar uma nova faixa e colocar como Lado B (isso existia e era incrível) para que ficasse mais atraente. Foi nessa situação que a rainha do pop e o produtor Shep Petibonne criam “Vogue”
Tanto a canção como o videoclipe foram inspirados numa dança feita pelos gays das discotecas de Nova Iorque chamada “Voguing”. Mas o que seria essa tal dança? Pois bem, o vídeo abaixo mostra perfeitamente que é preciso ter muita coordenação e noção de espaço pois seu braços e mãos irão realizar uma série de movimentos complexos no intuito de imitar as estrelas de Hollywood. As imagens são do House Of Xtravaganza, grupo que faziam parte os bailarinos Jose e Luis.
Quando a canção foi apresentada por Madonna aos executivos da gravadora Warner (hoje ela tem seus discos distribuídos pela Universal), eles acharam que Vogue não deveria ser apenas um Lado B, mas sim um novo single. A decisão então foi incluí-la no álbum “I’m Breathless”, trilha sonora do filme “Dick Tracy” (um clássico dos anos 80, vai por mim).
O icônico clipe em preto e branco foi dirigido por David Fincher (que já tinha feito “Express Yourself” anteriormente) e inspirado nos filmes e fotografia da Era de Ouro de Hollywood. Algumas das poses recriadas são das estrelas Marilyn Monroe, Greta Garbo,35 Marlene Dietrich, e Katharine Hepburn, todas citadas no break da música.
Nos últimos 25 anos, a música tem sido apresentada por Madonna durante as turnês e premiações, e a cada performance a dança ganha uma nova coreografia. A primeira foi durante a “Blond Ambition Tour” com Madonna e os dançarinos usando shorts pretos de lycra.
Em seguida, Madonna entrou pra história ao cantar no VMA de 1990 utilizando um tema francês do século 18, com grande semelhança e influência à Marie Antoinette. A apresentação foi classificada como a sexta melhor na história do Video Music Awards pela revista Billboard.
Em 1993, Madonna cantou “Vogue” em sua turnê “The Girlie Show”. A canção recebeu um novo arranjo com sons do Oriente Médio. Foi assim que o Brasil recebeu pela primeira vez a rainha do pop. The Girlie Show teve duas apresentações no país: em São Paulo, com mais de 70 mil pessoas no Estádio do Morumbi, e no Rio de Janeiro, que teve o público recorde de sua carreira até então, 120 mil pessoas no Maracanã.
Depois de quase 10 anos sem cantar a música, Madonna fez uma nova linguagem do tema francês na abertura da “Re-Invention Tour” em 2004. Infelizmente essa turnê nunca chegou a ser lançada oficialmente em DVD, mas um trecho dessa apresentação está no documentário “I’m Going to Tell You a Secret”.
Em 2008/2009, Madonna cantou “Vogue” mais uma vez na Sticky and Sweet Tour. A canção recebeu uma mixagem de “4 Minutes” – single que estava sendo trabalhando no momento com Justin Timberlake e Timbaland.
Em 2012, Madonna foi a grande estrela do intervalo do Super Bowl Americano. A popstar levou ao campo um medley de seus sucessos, e é claro, “Vogue” foi o tema de abertura da apresentação.
Nesse mesmo ano, Madonna iniciou a turnê intitulada “MDNA Tour”, e mais uma vez para alegria dos fãs, “Vogue” fez parte do setlist dos shows. O figurino foi criado pelo estilista Jean Paul Gaultier, famoso pelos corseletes cônicos criados primeiramente para a “Blond Ambition Tour”.
A música fez tanto sucesso (até hoje né?) que permaneceu por 3 semanas em primeiro lugar na Billboard, e até hoje é considerado um dos lançamentos mais bem sucedidos de toda carreira da cantora (Strike a Pose here). Estima-se que as vendas tenham ultrapassados a marca de 15 milhões de cópias ao redor do mundo.