Com a pré-venda abaixo do esperado e críticas que mais atrapalham do que ajudam, a Warner Bros. evita usar a palavra “musical” para vender “Coringa: Delírio a Dois”, o “Coringa 2”. É consenso em Hollywood que o público tem preconceito com musicais – o que é endossado pela bilheteria dos filmes deste gênero. O estúdio adotou a nova postura após a recepção mista do filme no Festival de Veneza.
A Warner já fez isso no ano passado, com o musical “Wonka”, estrelado por Timothée Chalamet. Os trailers e materiais promocionais literalmente esconderam que o filme era um musical, para que o público potencial comprasse ingressos desarmado. Deu certo: o longa bateu US$ 632 milhões de bilheteria global.
Desde que “Coringa 2” foi anunciado, foi avisado que ele seria um musical. Por isso, o diretor Todd Phillips escalou Lady Gaga, com quem já havia trabalhado em outro musical, “Nasce Uma Estrela” (2018). Desde Veneza, no entanto, a ordem é evitar essa palavra e falar apenas que “tem música”.
Joaquin Phoenix defende que música sempre fez parte de “Coringa”
Em um novo teaser, Joaquin Phoenix diz: “a música foi importante no primeiro filme, e no desenvolvimento de partes do personagem”. Ele defende que a música faz parte de uma busca para encontrar como Coringa se expressa nesta sequência.
Em Veneza mesmo, Lady Gaga afirmou que o longa “não é exatamente um musical”. Segundo ela, o filme usa a música para “dar aos personagens uma maneira de expressar o que eles precisam falar, porque a cena e o diálogo não eram suficientes”. Essa é literalmente a definição de um musical: o personagem canta quando falar apenas não é suficiente para se expressar.
Quem viu o filme garante que ele é mesmo um musical. Mais precisamente, um “musical jukebox”, segundo a Variety. Esse é um tipo específico de musical que utiliza músicas já conhecidas do público. “Coringa 2” traz muitas canções de jazz populares nos Estados Unidos. Em um trailer mais recente, é possível ouvir Lady Gaga cantando “That’s Life” de Frank Sinatra, mas o vídeo não mostra nenhum trecho dela cantando em cena. A música é camuflada como se fosse trilha sonora.
Preocupação com bilheteria
O primeiro “Coringa” (2019) bateu US$ 1 bilhão de bilheteria global – o grande motivador de existir uma continuação. A expectativa da Warner, claro, é repetir esse sucesso. Mas as projeções de bilheteria já estão passando por revisões. A indústria não acredita mais que “Coringa: Delírio a Dois” conseguirá bater US$ 100 milhões no primeiro fim de semana nos Estados Unidos, o que antes era dado como cero. O resultado de US$ 1 bilhão também não é mais uma meta, e apenas uma torcida.
O filme estreia no Brasil em 3 de outubro.