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Zara Larsson fala sobre segundo álbum: “Estou orgulhosa e pronta para apresentá-lo ao mundo”

Zara Larsson fala sobre segundo álbum em entrevista exclusiva.

Estamos em agosto e eu afirmo com tranquilidade que “Love Me Land” está no top 5 de melhores músicas de 2020. Tem coisa melhor do que poder dizer isso também à dona desse hit-single? Pois foi o que fiz em uma entrevista exclusiva com a incrível Zara Larsson, na última segunda-feira.

Foi a primeira vez que entrevistei a estrela sueca, que em minha opinião ainda não recebeu os aplausos que realmente merece. Ela estava em casa, na Suécia, e nós conversamos por cerca de 16 minutos através do Zoom, acompanhadas de seu assessor.

Zara Larsson fala sobre segundo álbum em entrevista exclusiva.
Zara Larsson fala sobre segundo álbum em entrevista exclusiva. Foto: Reprodução / YouTube

De uma simpatia ímpar, Zara chegou pontual com um sorriso largo no rosto perguntando como eu estava. Respondi positivamente e perguntei como andavam as coisas para ela neste período que estamos vivendo:

“Eu fico tão feliz quando me botam pra trabalhar! Me ligaram pra avisar que eu teria um dia de entrevistas promocionais hoje e pensei ‘Yay’! Não estou acostumada a não ter o que fazer,” comemorou Zara.

Por mais que esteja com tempo de sobra, por conta da pandemia do coronavírus, Zara Larsson está trabalhando e as novidades são animadoras. Há cerca de um mês, ela nos deu de presente o single “Love Me Land”, que, como já disse anteriormente, se configura entre as melhores músicas deste ano.

“Acho que não vi ninguém dizer que não gosta dessa música. Até mesmo as pessoas do Twitter, que não gostam de mim, disseram ‘é uma boa música, não posso negar’. Estou muito orgulhosa do que fizemos, então acho que até mesmo se uma pessoa disser que assistiu e não gostou, irei responder ‘você está errado, é um hit’. Isso mostra o quão confiante me sinto e isso é o que significa sucesso para mim, quando me sinto pessoalmente orgulhosa e feliz com algo que fiz e eu estou muito feliz agora,” disse Zara.

A música chegou acompanhada de um belo clipe, onde a cantora aparece sozinha fazendo uma sequência de dança em um cubo preto. Desde que assisti pela primeira vez, fiquei encantada com a produção e reiterei a certeza que a Zara não erra em sua estética .

Perguntei até que ponto ela participa da criação e sobre as ideias para o vídeo de “Love Me Land”. Ela contou alguns detalhes:

“Originalmente, eu queria que todo o cenário fosse brilhante! Pelo menos consegui colocar brilho no meu biquini! Diria que esse clipe foi uma colaboração com a diretora Viivi Huuska, porque trocamos muitas ideias. Foi nessa troca que pensamos em fazer algo em um grande espaço preto com uma iluminação vindo de cima, meio que representando a mente. Acho que funcionou bem com o que está acontecendo no mundo agora. Estar em isolamento com seus próprios pensamentos, ainda que para mim, no vídeo, aquele seja um lugar feliz, de amor.”

Zara ainda falou um pouco mais sobre o trabalho com  diretora Huuska e a importância de ter mulheres em sua equipe:

“Eu realmente queria que fosse apenas eu nesse vídeo e deixar que meu corpo representasse a música em si. Eu nem cheguei a cantar em sincronia em muitas partes, porque queria que meus movimentos contassem a história. Realmente foi uma ótima colaboração e sinto que extraímos o melhor de cada uma. Adoraria trabalhar com ela novamente. Acho maravilhoso poder trabalhar, pagar, empregar, entregar um cheque, emponderar, fazer o que eu puder fazer para uma mulher em qualquer profissão. Acho que é a maneira mais fácil de dar poder a alguém e de verdade dar a oportunidade de brilhar.”

 

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Autoconhecimento

Apesar de ter apenas 22 anos, Zara Larsson já acumula uma certa experiência no mercado, desde que venceu um programa de calouros na Suécia em 2008 e lançou seu primeiro EP, Introducing, quatro anos mais tarde. Entretanto, ela me contou que só agora pôde compreender seu papel como mulher e artista:

“Sempre fui muito confiante, mas às vezes tinha aquele sentimento de não saber algo. Não saber tão bem ou melhor do que as pessoas ao meu redor. Claro que eu sabia fazer uma coreografia, mas não saberia como compor uma música, porque existem compositores para isso. Ou não saberia como me vestir, porque há stylists para isso. Haviam muitas pessoas envolvidas desde que eu era muito nova e me fazia pensar ‘bem, eu só vou fazer a minha parte’.”

Ela ainda explicou como crescer dentro da indústria a fez mudar sua percepção de si mesma e adiantou que essas mudanças influenciaram o novo álbum, que está sendo produzido:

“Ao passo que fui crescendo, percebi que sou eu fazendo o que faço! Quando as pessoas me olham, elas não veem o coreógrafo, o stylist. Elas me veem! Eu os represento, o que também significa que meu gosto pessoal e meu estilo são tão importantes quanto essas as pessoas, que também são incríveis e por isso são profissionais no que fazem. Acho que aprendi a dar minha opinião. Posso dizer que encontrei a força para dizer sim ou não e isso tem sido muito importante nesse novo álbum. Me sinto orgulhosa em pensar que tenho minhas mãos nesse trabalho e me envolvi mais. Expressei o que gosto e o que não gosto muito mais, dei ideias e me permiti ser criativa, porque sei que posso.”

Segundo álbum

O desafio de lançar um segundo álbum está próximo para Zara Larsson. O disco servirá como sucessor de “So Good”, que chegou ás plataformas digitais em março de 2017 e emplacou excelentes singles como “Lush Life”, “Symphony”, “Ain’t My Fault” e a faixa título. Há meses, ela havia dito que o disco estava pronto, mas resolveu trabalhar nele um pouco mais para torná-lo mais interessante para ela. Perguntei sobre isso e ela me disse:

“Honestamente, acho que teria sido um ótimo álbum se eu tivesse lançado! Risos! Teria sido ótimo, mas sou uma perfeccionista e precisava que fosse exatamente como eu queria. Isso é me dá um pouco de medo também, porque quanto mais trabalho nele, mais tempo quero trabalhar nele! Se eu tivesse lançado logo no primeiro ano, não teria pressão alguma. Quando você demora dois anos, as pessoas logo dizem ‘tem que ser bom’, mas quando você demora três, ai meu Deus! Risos! Há muita pressão, mas estou feliz agora e pronta para apresentá-lo ao mundo.”

 

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No ano passado, Zara lançou os singles “Don’t Worry Bout Me”, “Wow” e “All The Time”. Perguntei para ela se essas músicas e “Love Me Land” fariam parte do disco e a resposta foi certeira: “nem todas estarão”. A justificativa dela foi melhor ainda:

“Você vai ver, mas nem todas as músicas estarão. Não, mesmo sabendo como a indústria funciona hoje em dia, lançamento de singles avulsos, onde as pessoas criam playlists ao invés de comprar um álbum físico, especialmente para mim que sou da Suécia, o país onde nasceu o Spotify. É assim que ouvimos música, mas eu ainda quero ter um trabalho completo e não apenas lançar músicas e depois juntá-las em uma coletânea e dizer ‘vejam só, esse é o meu álbum e eu tenho 5 bilhões de streams’. Eu quero que as pessoas também gostem do álbum, sabe? Quero que faça sentido. Como um trabalho completo. Quero dar às pessoas que gostam da minha música uma experiência. É claro que quero streams, não posso mentir, mas acho que a experiência agora é mais importante.”

Confessei para Zara que “Don’t Worry Bout Me” ficou entre as cinco músicas que mais ouvi em 2019 e ela me agradeceu por compartilhar essa informação e ainda disse que não escuta muitos elogios à faixa, o que me deixou bastante surpresa já que esta é daquelas músicas que ganham na primeira audição.

“Obrigada! Meu Deus, isso é engraçado porque eu amo essa música. Essa é uma das minhas músicas favoritas. É um hit! Ela não recebeu a atenção que merecia. Ela merecia um Grammy! Risos! Ela era o meu bebezinho e não há muitas pessoas que me digam isso… Você me deixou muito feliz. Obrigada.”

Sonoridade

Levando em consideração a ideia de um trabalho completo, perguntei a Zara como seria o direcionamento musical do novo álbum. Ela disse que uma das coisas que mais leva em consideração é como essas músicas irão se comportar em apresentações ao vivo:

“Quando faço meus álbuns, eu também penso ‘como isso vai soar em uma turnê ao vivo?’ e na minha turnê e nos meus shows, eu quero algumas dinâmicas. Por exemplo, um momento bem pra cima, com todos meus bailarinos no palco, mas também quero os momentos mais íntimos e emotivos, onde eu consiga me conectar com as pessoas. Então, o álbum irá te levar em momentos altos e baixos, mas no geral diria que é um disco confiante, vulnerável, poderoso. Se você gosta do ‘So Good’, não ficará chocada, porque não fiz nenhuma mudança drástica em meu som. Eu também amo dançar, então com certeza terá músicas mais uptempo, hits pop. Será uma boa mistura.”

Parcerias

Quando perguntei sobre parcerias, fui interrompida pelo assessor da cantora, que pediu que esta fosse a última pergunta – afinal ele já havia me concedido cerca de oito minutos além do combinado. Zara Larsson não confirmou ou descartou as colaborações em seu novo projeto. Segundo ela, as músicas são boas o suficiente tendo ela como intérprete apenas, entretanto pode ser que até o lançamento ela mude de ideia:

“Vamos ver… Quando fiz minhas músicas para esse álbum, eu não tinha ninguém em mente. Eu mudo de ideia um milhão de vezes, olha pra mim! Talvez tenha, talvez não tenha. Vamos ver! Mas estou aberta a isso, há muitos artistas com quem gostaria de trabalhar. Adoraria fazer algo como o Ed Sheeran fez, um álbum inteiro de colaborações, isso seria muito legal. Acho que minhas músicas são fortes o suficiente comigo apenas e elas permitirão o público a ouvir o meu tipo de música, ainda assim estou disposta a colaborar.”

Zara Larsson finalizou nosso papo dizendo que sentia saudades do Brasil e rezava para voltar ao nosso país o mais rápido possível. Fiz questão de dizer que nós também torcemos por este retorno.