Saiu nessa semana o primeiro EP de Vitão, cantor paulista e um dos destaques da nova geração da MPB; àquela que se formou nos quatro cantos da internet e tomou conta das plataformas digitais e rádios de todo o país. O trabalho leva o nome do próprio artista, de apenas 19 anos, e é também o seu primeiro lançamento após assinar contrato com a Universal Music, que a partir de agora estará à frente de sua carreira junto com a Head Media.
“Acho que esse é o sonho de qualquer artista, né? Assinar com uma gravadora e lançar suas coisas e ver a parada virando… Está sendo muito incrível ver o retorno da galera, por ser meu primeiro trabalho, meu primeiro EP, e já ter números consideráveis, muito bons. Está sendo muito legal, eu estou muito feliz,” disse ele.
O primeiro trabalho sempre serve como cartão de visitas de um artista e, neste EP, Vitão priorizou aquilo que mais lhe toca, lhe influencia: a música popular brasileira:
“Tive muita sorte, porque esse EP tem muito a minha cara. Ele expressou exatamente o que eu queria e me mostrou para o mundo da melhor maneira e da maneira mais verdadeira possível. Tem muito das minhas referências, tem muito do Brasil, que é o que sempre quis colocar em meus trabalhos. Elementos de samba, pagode… Principalmente em ‘Café’! Com certeza, foi a melhor forma desse lançamento acontecer, a parada mais verdadeira.”
Junto com o lançamento do EP, Vitão também soltou o single “Café”, até então inédito e que já chegou acompanhado de um vídeo. Segundo ele, o clipe traz aquele clima de “churrasco com os amigos e roda de samba”, que se alinha perfeitamente ao contexto do projeto. A ideia pro clipe, porém, não foi só dele.
“A ideia veio do Marcelinho Ferraz, meu produtor lá da Head Media. Ele teve essa ideia da roda de samba, bem brazuca, e depois fomos desenvolvendo juntos. Eu, ele e o Léo Ferraz, que é o diretor de todos os meus clipes,” contou.
“Café”, após seis dias de seu lançamento, já soma mais de 2,6 milhões de visualizações no YouTube. Entretanto, não é só este clipe que contabiliza números gigantes. “Caderninho”, lançado há um mês, já tem 5 milhões , “Te Liguei” já ultrapassou os 7,5 milhões e “Embrasa”, parceria de Vitão com Luccas Carlos, já está na impressionante casa dos 12 milhões. Nada mal para um jovem cantor que literalmente acabou de começar. Vitão garante que apesar da correria, acompanha o desempenho de suas músicas:
“É engraçado como esse crescimento das músicas é como um processo lento e rápido ao mesmo tempo. Lembro que ‘Tá Foda’ levou quase 15 dias para bater 1 milhão e ‘Café’ só 24 horas. A cada música que vou lançando, a parada começa a ter um retorno mais rápido e mais potente. O público vai crescendo cada vez mais e os views ficam mais fortes também.”
E o offline?
Foi na internet que Vitão se fez e é onde enxerga suas maiores conquistas, porém seu foco agora é o offline. O cantor está cheios de planos para firmar sua carreira nos palcos e rádios de todo o país e para isso contará com a ajuda de sua equipe e nova gravadora:
“Comecei a criar meu público na internet, no YouTube, fazendo covers, mas agora a gente vai começar a trabalhar outras ‘regiões’. Vamos fazer rádio, televisão e vamos para outra galera, que não está tanto na internet.”
O momento é bastante promissor, já que o mercado de música brasileira está bem aquecido. Além de Vitão, nos últimos anos, outros nomes também apareceram no cenário nacional e de certa maneira serviram como abre alas para os que surgiram posteriormente. Hoje, Vitão convive com muitos daqueles que um dia foram apenas seus ídolos:
“É uma honra enorme para mim. Sempre quis fazer música e sempre acreditei que conseguiria, mas quando realmente acontece de verdade, sempre bate um susto, é meio inacreditável. É a realização de um sonho e eu espero continuar dentro desta cena e representar a nossa música brasileira no mundo inteiro. Eu acabei virando amigo de muita gente que sempre fui fã e esse também é um dos pontos que faz você cair na real.”
O pop
O pop, diferente de outros gêneros musicais, sempre foi dominado pelas mulheres, mas Vitão acredita que há espaço para todos. Além dele, outros cantores vêm se destacando no mercado, como Jão e Silva, ambos contratados de grandes gravadoras também.
“Até hoje o pop ainda é bem dominado pelas mulheres, mas acho justo as mulheres dominarem. Elas estão fazendo um trabalho realmente incrível. Amo Iza, amo Anitta, amo Ludmilla… Sou muito fã dessa galera toda, mas realmente é muito legal estar aparecendo homens no pop. Sempre estivemos mais no rap, no samba, ritmos até mais machistas, então é legal ver o crescimento dos homens no pop. Ao mesmo tempo está rolando um crescimento forte de mulheres no rap e no samba também! Essa mescla, onde geral pode fazer tudo, é muito boa.”
As cantoras mencionadas, além das meninas do Rouge, também estão na mira de Vitão – principalmente como fonte de inspiração. Ele, apesar de jovem, é um dos “queridinhos” das artistas:
“Pra mim é sempre uma honra. Conhecer Anitta foi incrível para mim, admiro e me inspiro muito nela como artista. Nem tanto musicalmente, mas no trabalho. Já a vi em cima e fora do palco e ela é brava, trabalha muito, 24 horas por dia. O Rouge também, tipo meus pais escutavam Rouge e hoje em dia sou amigo de todas e tenho ‘feat’ com elas, já cantei com elas no Z Festival… Naquele dia eu saí do palco e até chorei, foi um descarrego de energia incrível. Uma super oportunidade que elas me deram, como artista novo.”
Sobre possíveis parcerias com elas – e outros artistas – que poderão sair em 2019, Vitão adiantou: “Nesse mês tem som com o Shaman e ainda tem muitos outros ‘feats’ com artistas que sou fã. Tem música com o Pedro Qualy, do Haikaiss… E um que eu gostaria de fazer… Hmmm com essas mulheres do pop, que sou muito fã e tive oportunidade de conhecer todas. Queria muito, muito, muito uma colaboração com a Iza, porque ela tem essa veia de música negra e brasileira e é algo que eu me identifico muito. Vai acontecer com certeza, em alguma hora.”
Para o segundo semestre desse ano, mais precisamente em setembro, Vitão pretende lançar um álbum com faixas inéditas e levá-lo em turnê por todo o Brasil.
