Pioneiros na construção de vídeos verticais curtos, o Snapchat abriu as portas para uma nova era, tanto de consumo, quanto de produção para as redes sociais. De um pico de popularidade à forte concorrência, o mercado brasileiro sempre foi um dos principais para o aplicativo.
No entanto, o aplicativo viu o público brasileiro dissipar para outras plataformas, levando muitos agentes do mercado musical a acreditarem que a plataforma “havia acabado”. Tentando recuperar uma fatia expressiva do mercado brasileiro, o Snapchat direciona a sua energia estratégica em fortalecer a marca no país e ser uma alternativa às gigantes da indústria.
O Snapchat conta com uma comunidade global de mais de 600 milhões de usuários ativos mensais e 347 milhões de usuários ativos diários. Em entrevista ao POPline.Biz é Mundo da Música, o porta-voz é o Max Rivera, Global Commercial Expansion da Snap Inc., diz que a plataforma alcança mais de 90% das pessoas de 13 a 24 anos e 75% de pessoas de 13 a 34 anos em mais de 20 países. Já no Brasil, conta com mais de 8 milhões de pessoas usando o aplicativo.
Max Rivera, porta-voz da Global Commercial Expansion da Snap Inc. Foto: Divulgação
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De um pico de popularidade à forte concorrência, o mercado brasileiro sempre foi um dos principais para o Snapchat. Como a plataforma analisa a transição, em tão pouco tempo, da adesão dos brasileiros à plataforma?
Max Rivera: O Snapchat sempre foi um lugar onde os usuários podem estar perto dos amigos e dos familiares de maneira real, através da comunicação visual, auto expressão e sendo livre para viver o momento. O Snapchat reforça a ideia de contato próximo com as pessoas que você conhece, enquanto faz isso de uma forma divertida. Além disso, a Geração Z, um dos públicos mais engajados do Snapchat, está buscando experiências cada vez mais próximas da realidade. Guiados por seus valores pessoais e exploradores, os integrantes da Gen Z estão procurando por lideranças que compreendam suas ideias.
O último estudo do Snapchat, ‘Geração Z em 2022: Cultura, Comércio e Conversas no Brasil’, mostra que os seguintes valores são os mais importantes para os participantes: cuidar de seu bem-estar (60%), priorizar o relacionamento com as outras pessoas (56%) e se divertir (72%). Esses valores estão influenciando a forma como os integrantes dessa geração interagem não apenas com seus amigos, mas também com as redes sociais e a comunidade em seu entorno.
Como vocês enxergam o consumo do país atualmente e as oportunidades de crescimento, diante de uma estrutura mais concorrida do que outrora?
MR: O relatório do Snapchat sobre a Geração Z em 2022 mostrou que 95% deles usa alguma forma de comunicação visual ao enviar mensagens para amigos. Esta geração está redefinindo a comunicação e se expressando de maneiras mais criativas e interativas para se divertir e aprofundar suas conexões com os outros. Cada Snap é uma oportunidade de compartilhar a história do que está acontecendo em suas vidas e esse comportamento tende a crescer cada vez mais com a constante evolução da tecnologia. Além disso, o Snapchat oferece a capacidade de usar a Realidade Aumentada para se divertir e outras funções (como usar filtros engraçados para experimentar roupas ou sapatos em Realidade Aumentada antes de comprar). A AR está desempenhando um papel cada vez maior na vida dos Snapchatters todos os dias.
O Snapchat é uma alternativa a outras redes sociais que cada vez mais cansam as pessoas com a pressão que elas impõem, por isso acreditamos que esses diferenciais do aplicativo abrem muito espaço para a plataforma crescer entre os usuários brasileiros.
Qual o público-alvo do Snapchat no Brasil? E quais ações ou investimentos têm sido feitos para atingir esse público?
MR: No Brasil, o Snapchat conta com mais de 8 milhões de pessoas usando o app. Para os mais jovens, as conexões importam mais do que nunca, eles buscam significado e referência em suas amizades, nas marcas e no mundo em geral. Essa mentalidade mostra que as marcas também devem se conectar com os jovens de maneiras novas e inovadoras e é isso que a Snap tem feito.
Nossa pesquisa sobre a Geração Z em 2022 mostrou que quase metade dos integrantes usam lentes ou filtros de AR que os ajuda a se sentirem mais conectados às marcas, por isso estamos aprimorando cada vez mais nossos recursos para fornecer esse tipo de interação à comunidade de Snapchatters, assumindo a tarefa de identificar as principais tendências na cultura e na forma de comunicar.
De acordo com nossos dados, no Brasil, 2 em cada 3 entrevistados da Geração Z disseram que avatares digitais como Bitmojis os ajudam a se expressar. Um Bitmoji é literalmente um emoji personalizado: qualquer pessoa pode criá-lo com qualquer característica física, estilo de roupa, penteado, acessórios e levá-lo em qualquer aventura (digital ou real) através do Snapchat. Além do Bitmoji, investimos em algumas ferramentas de fácil acesso dentro do aplicativo, que incluem snaps direto da câmera, adesivos, vídeo chamadas, mensagens de voz e histórias. Entre outras coisas, o aplicativo permite que você jogue com seus amigos, confira as novidades do mundo e compartilhe músicas.
Popular, principalmente através dos Filtros, quais as ferramentas que foram adicionadas recentemente na plataforma? Há algum recurso específico envolvendo música?
MR: O Snapchat tem investido em parcerias com marcas e artistas, além do uso de recursos de realidade aumentada, proporcionando experiências imersivas e altamente interativas. Esses recursos de Realidade Aumentada prometem se tornar uma ferramenta criativa incrível, que mudará a maneira como os fãs experimentam shows ao vivo e entretenimento em geral.
Os recursos que envolvem música criam uma conexão mais profunda entre artistas e seus fãs, apostando em uma relação personalizada e imersiva, tornando possível levar os shows para além dos palcos. Em uma das parcerias recentes com o Live Nation, em festivais como o Lollapalooza, por exemplo, os participantes puderam usar a ferramenta para experimentar produtos oficiais, fazer amigos e descobrir surpresas únicas entre os palcos.
Em outra ação, a Coca-Cola colaborou com o DJ Marshmello, lançando um novo produto de edição limitada e promovendo o novo sabor de refrigerante, junto com as novas músicas do artista. Enquanto isso, o Snapchat criou uma Lente de Realidade Aumentada que deu aos usuários a possibilidade de jogar enquanto ouviam a nova música do DJ e acumulavam pontos para ganhar descontos em aplicativos de entrega ao comprar uma lata do novo sabor da Coca-Cola.
Quais as melhores práticas para a utilização da plataforma? Como um artista e sua equipe podem utilizar o SnapChat de forma estratégica, tanto para a ampliação quanto para a manutenção do seu público?
MR: Artistas e criadores (que devem ser maiores de 13 anos) e sua equipe podem usar o Snapchat para engajar seus fãs e conquistar novos, postando vídeos e fotos que mostram seus estilos ou talentos autênticos e únicos. Os artistas também podem aproveitar as ferramentas criativas do Snap e criar filtros personalizados e lentes para se conectar com seus públicos e aprimorar experiências.
O estudo sobre a Geração Z em 2022 mostra que ela é 1,3x mais propensa do que outras gerações a prestar atenção em produtos que celebridades ou pessoas que eles admiram usaram. Ou seja, nossa plataforma é uma ferramenta interessante para artistas que criam conteúdo e para marcas que querem se associar a eles.
Existem plataformas educativas do Snapchat que aproximem os criadores de conteúdo com dicas, orientações e atualizações da plataforma?
MR: A Snap entende o seu valor de ser um canal entre os criadores e seus públicos. Há um horizonte de oportunidades para os criadores no Snapchat aumentarem seu público. Desde Stories, Spotlight e Discover, eles estão construindo negócios reais na plataforma, por meio de oportunidades de monetização. Temos diversos tutoriais para educar os criadores de conteúdo, sejam eles profissionais ou amadores. No próprio site da Snap, há seções dedicadas a criadores e até desenvolvedores.
Além disso, há uma página com informações para criadores explorarem as ferramentas de Realidade Aumentada oferecidas pelo aplicativo, como Lens Studio e Câmera Kit. Também é possível que um usuário crie seu próprio filtro diretamente pelo navegador.
Plataformas nativas digitais estão cada vez mais se aproximando de eventos presenciais. Como essa estratégia é vista pelo Snapchat? Há algum projeto futuro sob essa perspectiva?
MR: Os eventos presenciais representam um mercado potencial enorme para o Snap, pois geram muitas formas de experiências que podem ser impulsionadas por narrativas digitais e Realidade Aumentada. Eventos esportivos, eventos corporativos, festivais de música, cinema, experiências gastronômicas e muitas outras experiências presenciais mostram que as possibilidades são inúmeras. Os recursos do Snapchat permitem que os usuários se expressem, vivam o momento, aprendam sobre o mundo e se divirtam juntos. Isso também acontece fora das telas, mas as experiências podem ser impulsionadas se unidas ao mundo virtual.
Qual o balanço que a plataforma faz sobre o ano de 2022 no Brasil e quais as próximas movimentações diante do investimento feito pela companhia, principalmente no âmbito do entretenimento e da música?
MR: Este foi um ano de recuperação global em todos os setores da economia, incluindo o setor de entretenimento. A pandemia afetou fortemente quase todas as formas de conexão pessoal e experiências ao vivo, e a indústria da música consequentemente sentiu os efeitos desse período. Curiosamente, o isolamento social impulsionou o uso das mídias digitais e sociais para comunicação e isso de certa forma vai ao encontro do que o Snapchat propõe: produtos e recursos pensados para melhorar as conexões do usuário com amigos, familiares e o mundo ao seu redor. Mais de 340 milhões de pessoas no planeta usam o Snapchat diariamente, e esse cenário também engloba o potencial do mercado brasileiro.
Nosso estudo recente sobre a Geração Z em 2022 revela que 65% dos jovens acreditam que as experiências envolvendo Realidade Aumentada parecem mais realistas, o que ilustra o gigantesco potencial que existe na indústria da música brasileira e do entretenimento em geral.
