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Entrevista: Priscilla Alcantara comemora sucesso de “Tanto Faz”, rebate críticas e fala sobre “se assumir no pop”


Ela está ciente que tem uma missão: levar a sua palavra e a verdade em Cristo de maneira clara para todos. Todos mesmo. No entanto, antes que algum fã de música pop torça o nariz para Priscilla Alcantara, separe um tempinho para prestar atenção na artista que se impõe de uma maneira chamativa. Recentemente de cabelo rosa, de dreads e criando polêmica simplesmente por ir a um festival de música, Priscilla pode “fugir do padrão que cantores ‘gospel’ costumam imprimir”. E para ela, essa liberdade, é o que ela precisa para se manter próxima dos seus fãs.

Conversamos com a cantora que está celebrando o sucesso do seu mais recente single e o lançamento do clipe para “Tanto Faz”. No papo, Priscilla se revela pé no chão e inspiradora. Duvida? Pergunte para os quase 10 milhões de seguidores que a acompanham nas redes sociais.

POPline: Fale para a gente sobre “Tanto Faz”! Como a música chegou até você?
Priscilla Alcantara: “Tanto Faz” é uma composição minha, assim como todas as próximas que vamos lançar desse novo álbum. Já tinha essa música engavetada há mais de um ano e nem lembro bem o momento em que escrevi, mas revisando as músicas que eu já tinha, ouvi “Tanto Faz” e sabia que ela era ideal para iniciar o projeto. Tinha a base perfeita para o que eu queria.

E a repercussão está imensa, né? Quase um milhão de views em menos de uma semana. Como você recebeu essa notícia?
Fiquei muito feliz. Tivemos bons resultados em todas as plataformas digitais e somando tudo foi bem surpreendente. Fora os comentários da galera que me deixou mais feliz ainda. Muita gente se identificando com a sonoridade, entendendo a mensagem… Isso para mim é infinitamente mais importante que os números.

E ainda estreou no Top 200 do Spotify Brasil!
Pois é! Foi o melhor lançamento em anos! Espero que as próximas faixas sigam esse mesmo caminho (risos).

E o clipe foi recentemente lançado.
Nesse meu novo projeto eu tenho decidido explorar a minha arte, minha criatividade ao máximo. Então a parte visual de “Tanto Faz” é bem conceitual, com elementos a serem decifrados por quem assiste. Não estou seguindo o óbvio, quero me divertir criando diferentes formas de transmitir minha mensagem tanto nessa música quanto nas próximas.

Como você lida com as críticas que recebe por “não ser uma cantora gospel dentro dos padrões”?
Eu nunca li guei para o padrão. Sempre foquei em fazer o que eu tinha que fazer e ‘nada mais importa e o resto tanto faz’ (risos). Mas faz parte ter pessoas que não compreendem você. Infelizmente muitos não tem ética na hora de externar isso, mas sei discernir a crítica construtiva do julgamento mal, então não me abalo. Sou focada.

Como no caso da polêmica criada porque você esteve no Lollapalooza Brasil.
É, eu até fiz um vídeo sobre isso no meu canal – não dando satisfação para quem achou ruim, mas sim aos fãs. Eu tenho pais e pastores que me instruem muito bem. Não acho que eu ter ido ao Lolla seja mais digno de atenção do que toda a desgraça que tem acontecido no mundo. Infelizmente a prioridade do ser humano hoje em dia é ter a razão e vencer a treta do Facebook.

Por você ter começado tão cedo, você acha que tem gente ainda que tem dificuldade em aceitar que “a menina cresceu” assim como a forma que você compartilha sua mensagem?
Com relação a isso, não. Acho que pelo fato do meu público ter crescido junto comigo. Eles acompanharam todo o meu processo de transição como pessoa, como artista. Estive “exposta” desde muito cedo e por eles terem tido acesso a esse meu desenvolvimento, ficou mais fácil de assimilar as mudanças etc. Não foi um choque. Foi bem gradativo, pelo menos eu senti que foi assim.

Você acha que abraçar um som mais próximo dos jovens, como é o caso de “Tanto Faz” que namora com o pop-eletrônico, é a forma que você encontrou para passar a mensagem para quem ainda não te conhece?
Sim. Eu sei que posso e devo usar estratégias no meu trabalho. Eu quero que minha mensagem seja espalhada e penso em mil maneiras de fazer isso através da arte. E assumir e investir definitivamente no pop foi algo que fiz não só para alcançar pessoas, mas também para colaborar com o gênero no meu país, como artista. Não precisamos consumir só o pop gringo, podemos fazer um pop tão bom com os profissionais daqui mesmo. Somos muito capazes.

Vira e mexe você publica um vídeo dançando nas redes sociais. É algo que você gostaria até de investir mais? Nesse lado de ser “performer”?
Sim, eu amo dançar! Dancei por alguns anos, fazendo aulas e decidi voltar por hobbie, mas já tinha em mente envolver dança no meu novo projeto musical. Acho que encaixaria super bem. Deus me abençoou com habilidades então quanto mais arte, melhor. Fazer isso ao vivo não é muito minha vibe. Mas em clipes, seria incrível e provavelmente vamos ter algo assim nos próximos.

Cinco milhões pessoas no Facebook, 438 mil no Twitter, quase 3 milhões no Instagram. Te assusta esses números de amplitude nas redes sociais?
Um pouco. Minha influência tem aumentado e eu levo isso com muito “temor”. Mas no sentido de responsabilidade, sabe? Não quero ter números só para ter likes e ficar dando um conteúdo “x” ao público. Quero agregar na vida de quem me segue. Quero compartilhar o que tenho de melhor e ser a melhor pessoa possível para ser um bom exemplo. Vejo isso como minha missão então levo a sério essa coisa de “números”. Até porque, não são números, são pessoas.

E como é o seu relacionamento com os fãs através das redes?
Ótimo! Tento afastá-los o máximo possível da ideia de que somos distantes. Aquele lance da celeb inatingível etc. Não gosto disso. Gosto de ser humana junto com eles. Faço questão de trazê-los para a vida real no sentido de que “a Priscilla é tão real quanto vocês”. Isso faz bem para a gente. Aliás, um beijo para eles!

O que está na sua playlist no momento? Conta um Top 3!
Ai… amo ouvir tanta coisa! Mas as três faixas que não paro de ouvir: “Thunder”, do Imagine Dragons, “Meet Me In The Gallway”, Harry Styles, e “Heatens”, Top.

Para encerrar: você se vê lançando um álbum totalmente fora da cena gospel? Alguém da cena atual te inspiraria a criar um projeto no estilo?
Minhas músicas sempre vão ser inspiradas na verdade, que para mim é cristo. É sobre o amor que ele me ensina que eu quero falar usando a minha arte e o que eu quero é estar no cenário musical brasileiro falando disso. O “Gospel” que dizemos é na verdade não um gênero, mas a mensagem em si, sabe? Eu vejo assim. Por exemplo, o Twenty One Pilots não são rotulados como gospel, mas digamos que 80% das letras deles (se não mais) são como bases cristãs. Se você reparar nas frases, etc, é simplesmente genial como eles falam das verdades de Deus de um jeito tão inteligente. Então eu tenho trazido isso para a minha música. Quero nesse projeto falar de Deus na 1ª e na 2ª pessoa. Facilitar a interpretação da mensagem, mostrar como funciona Deus na prática, no relacionamento e não só usar a linguagem que só o cristão entende. Quero que o pop brasileiro receba a minha música como a mensagem que ela traz: meu relacionamento com Cristo. Por que não?