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Entrevista: Preta Gil fala de seu Carnaval virtual, prejuízos no setor do entretenimento e atitudes negacionistas

“Me cabe lamentar que nem uma tragédia dessa magnitude tenha produzido um comportamento menos irresponsável e mais solidário”, diz a cantora.

(Foto: Alex Santana)

O Carnaval tá diferente. Preta Gil estaria viajando de lá para cá com seu tradicional bloco, em um ano comum. Neste ano, o “Bloco da Preta” ganhou uma edição virtual, que durou quatro horas no domingo (14/2) e acumulou 158 mil visualizações até o momento. O vídeo da “live” está na lista “em alta” do YouTube. A adaptação foi necessária.

“O Carnaval possui uma vibração que tem sido uma injeção de ânimo no povo brasileiro e quem nos visita. Mas não podemos, infelizmente, fingir que está tudo bem quando a morte está tão presente, é fato. Ao mesmo tempo podemos ‘carnavalizar’ em nossas casas, deixar a boa energia que o Carnaval trás e tanto nos deu ao longo da vida, entrar em nossas almas”, diz a cantora.

(Foto: Alex Santana)

Em entrevista ao POPline, Preta Gil comemora o sucesso do bloco virtual, que contou ainda com participações de Mumuzinho e Teresa Cristina. Ela fez a transmissão direto do topo de um prédio no Rio de Janeiro, com a Baía de Guanabara ao fundo. O evento deu trabalho para 50 profissionais (todos testados para Covid-19) em um momento difícil para o setor do entretenimento. Preta fala sobre esse e outros tópicos neste bate-papo.

POPLINE – Para quem está acostumado com o trio, o quanto você acha que a dinâmica das lives satisfaz?

PRETA GIL – A satisfação de quem faz, os artistas, produtores, técnicos e músicos, é pelo exercício do nosso trabalho. É poder dar o que temos de melhor e, nessa pandemia, é um grande privilegio poder trabalhar. Para o público, acho que é uma sensação de que seu artista não deixou ele só nesse momento, e saber que sua audiência e vibração faz diferença. Eu tive um enorme prazer ao ver o bloco reunido, ao estarmos presentes nesse momento tão diferente para todos nós. Fiz questão de interagir com os fãs que acompanharam a live durante todo o tempo, nesse bloco somos um só.

Como foi o desenvolvimento das suas lives?


PRETA GIL – Fizemos em poucas semanas um trabalho que demoraria meses de preparação. Fomos ajudados por patrocinadores interessados em proporcionar ao público diversão e conscientização de não ir para as ruas. O tema desse meu carnaval é “esperança”, é o que nos resta, pensar positivamente nosso futuro. Fiz questão de assumirmos junto um compromisso social: iremos comprar cestas básicas para catadores de latinhas e ambulantes. Sinto que fechamos um ciclo e abrimos outro. Se o bloco é do povo, ele precisa refletir o que o povo passa e quer. Nosso bloco sempre foi apoiado em respeito, amor, união e atitudes positivas e, neste Carnaval, não iria faltar. Cantamos tudo que sempre cantamos e a live que teria 2 horas teve quase quatro de tanta vontade que eu tinha de manter a chama dos nossos corações acesas.

(Foto: Fernando Souza)

Houve uma manifestação do setor do entretenimento em Salvador, que sofre com o cancelamento dos eventos. O quanto seu entorno foi afetado?

Não sou diferente de ninguém. Seja um cantor de barzinho, uma banda de rock ou bloco de Carnaval, estamos todos prejudicados. Eu sinto há meses essa mesma agonia de não poder resolver a questão para a nossa indústria, mas a impossibilidade de fazer shows afeta toda uma cadeia direta e indireta, do empresário ao vendedor de pipocas, de quem produz fantasia ou empurra carros alegóricos. Todos são afetados e por isso a união de todos é o que pode fazer essa chave virar. Nesse momento temos que fazer nossa parte não somente como classe mas como cidadãos. Não podemos deixar a ciência de lado e devemos ter muita resiliência e paciência, tenho certeza que dias melhores virão, tenho fé.

Do que você está sentindo mais falta no Carnaval 2021?

De ver os rostos sorrindo, aquele mar de gente feliz, vibrando alegria e amor que não chega somente a mim mas a todos. O Carnaval possui uma vibração que tem sido uma injeção de ânimo no povo brasileiro e quem nos visita. Mas não podemos, infelizmente, fingir que está tudo bem quando a morte está tão presente, é fato. Ao mesmo tempo podemos “carnavalizar” em nossas casas, deixar a boa energia que o Carnaval trás e tanto nos deu ao longo da vida, entrar em nossas almas. A gente consegue, se o brasileiro não conseguir levantar esse astral , quem no mundo conseguirá?

(Foto: Alex Santana)

O Carnaval é um ponto alto no seu ano, e você foi uma das maiores defensoras do cancelamento, dadas as questões sanitárias. Como recebe as notícias das festas clandestinas?

Ontem, enquanto me preparava para a live, eu via os barcos saindo cheios de gente na Marina da Glória. Se não me cabe julgar o que cada um quer fazer com suas vidas, me cabe lamentar que nem uma tragédia dessa magnitude tenha produzido um comportamento menos irresponsável e mais solidário. O cancelamento não é meu, também sou prejudicada, é uma necessidade científica, é como 2+2=4. A conta só será positiva se os fatores forem positivos, é simples e só não entende quem nega o inegável. Quem viver com mais consciência do todo, de que todos estamos conectados e nossos atos causam algo no outro, viverá e verá lindos carnavais no futuro. Quero estar lá cantando e brincando junto.

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