in , ,

Entrevista: Prestes a voltar ao nosso país, falamos com Jessie J sobre seus shows, fãs brasileiros e “Bang Bang” do Brasil


Quando recebi a notícia, meio que de última hora, que iria entrevistar Jessie J por telefone, logo muitas lembranças vieram à minha cabeça.

Lembrança de quando ouvi e me viciei em “Do It Like a Dude”, de quando comprei o primeiro álbum de Jessie J numa loja aqui em minha cidade (Natal-RN). Lembro também de quando nossa editora-chefe, Amanda Faia, me apresentou ao seu marido (na época noivo), como “esse é o Kavad. Quando a gente começou a ouvir Jessie J, ele já era amigo íntimo dela”.

Quem me dera, ser amigo íntimo de Jessie J. Mas sim, tenho muita história com ela, que culminou, inclusive, com o seu último show no Rock in Rio, em 2013. Era o ano que eu finalmente estava conhecendo todo mundo do POPline (tem muita gente espalhada por todo o Brasil), mas o encontro foi rápido: logo cedo no festival, eu queria garantir um espaço bem próximo do palco, para ver Jessie J de pertinho.

E vi. E chorei muito com “Who You Are”, uma das minhas músicas preferidas. Então, por isso, você pode imaginar como eu estava em uma espécie de êxtase e nervosismo enquanto pautava a entrevista, que seria focada em seu show de volta ao Brasil, depois de seis anos, dessa vez, além do Rock in Rio, também em São Paulo.

Com a minha melhor vibe profissional, claro que me permiti dar uma leve tietada assim que Jessie J falou ao telefone e logo depois de nossos cumprimentos introdutórios.

“Oi, Jessie J! Primeiro de tudo gostaria de te dizer que sou um grande fã seu, desde o primeiro single, e que estou muito feliz em estar conversando com você agora”, digo, tentando dar uma vibe profissional ao meu lado fã. Jessie, sempre muito simpática, responde prontamente: “Aww, Muito obrigada! Você é muito doce.”

A partir daí, começamos a conversa séria, sobre seu show no Brasil e seu amor pelos fãs brasileiros. É também muito evidente o quanto Jessie J é uma artista e uma pessoa madura, certa de si, confiante.

Estamos finalmente em setembro, o mês que você volta ao Brasil. Está muito animada para isso?

Ah, eu mal posso esperar! Todo mundo sabe o quanto eu amo o Brasil, todo mundo sabe da minha grande conexão com meus fãs brasileiros e o quanto eu gostaria de voltar mais do que eu já voltei. E dessa vez vou voltar para o Rock in Rio e para o meu próprio show. E essa dedicação e amor dos fãs são muito queridos por mim e eu mal posso esperar. São os últimos shows da turnê, então será uma celebração.

E dessa vez, como você já disse, você vai tocar em duas cidades, no Rio de Janeiro, no Rock in Rio, e em São Paulo. Vai haver alguma diferença entre esses dois shows?

Todo show que eu faço é diferente. Meus fãs, eu os chamo de “loucos”, eu não acredito que eles vão ver meu show mais de 100 vezes, mas eles vão. E eles me falam que sempre amam porque cada vez é diferente. E é isso que eu tento fazer com cada show, que eu tento criar. Eu quero que as pessoas saibam que a minha performance é 100% verdadeira.

Você já tocou no Rock in Rio uma vez, alguns anos atrás, e eu tenho que dizer que eu estava lá, cantando muito cada uma das músicas, foi um show incrível. Como você se sente ao estar voltando para esse festival com novas músicas e em um momento diferente em sua vida?

Cada um dos shows, cada uma das vezes… E é por isso que eu gosto do Brasil, porque só fui algumas vezes e foram grandes momentos da minha vida. E cantar novas músicas, eu nunca vi os fãs brasileiros, cara a cara, cantarem essas músicas, cada letra. E eu sei que eles cantam. E isso é uma conexão com a música que é tão incrivelmente poderosa que eu nunca deixo de me maravilhar toda vez que eu faço um show onde eu vejo as pessoas cantando a música. E eu sei que os brasileiros têm uma energia mágica.

E eu também lembro que você desceu do palco, no fim do show, e distribuiu abraços e beijos aos fãs da primeira fila. Podemos esperar algo parecido dessa vez?

Oh meu Deus! Onde eu estava? Não me lembro… Mas eu encontrei aquele menino da primeira fila do Rock in Rio, ele foi em um show meu, ele é um homem agora.. E eu perguntei como ele estava e ele ficou espantado que eu lembrava dele e eu perguntei ‘Você não está chorando’. E ele disse, ‘Não, eu estou bem.’ E isso me fez sentir tão bem. Claro que tinham outras pessoas na sala chorando. E o que você percebe é que a música é algo tão legal. A música está lá quando as pessoas precisam dela e é uma experiência. Tipo, uma música que você ouve no rádio e de primeiro momento ela não te afeta, mas anos depois você ouve de novo e pensa ‘Oh meu Deus, essa música é tudo para mim.’ E essa é a beleza da música, ela nunca morre. Ela vive pra sempre para qualquer um que precise, quando precise. E esses momentos são tão especiais quando você vive, ao ajudar alguém a passar por algo doloroso, mas também ver que eles voltam ao show e você vê que eles estão em um momento melhor. Isso é incrível. Tão recompensador.

Que músicas você acha que não pode deixar de fora do seu repertório aqui no Brasil?

Ah, Deus! Eu não sei! Quando eu penso no Brasil, eu penso no Rock in Rio, quando eu fui, e eu apresentei muitas músicas do álbum “Alive”. Então tem que ter “It’s My Party”, “Sexy Lady” e “Wild”, tenho que manter.

Eu tenho que dizer… “Bang Bang”, pra mim, você não pode deixar de cantar, já que vai ser a primeira vez que você apresentará essa música aqui no Brasil.

Sim! Claro! “Bang Bang”, “Masterpiece”, “Flashlight”. Mesmo que não tenham sido single, tenho algumas músicas que não posso deixar de fora do set. Quanto mais músicas você lança, mais difícil é de criar um setlist, porque todo mundo quer tudo.

Você é colocada em uma posição bem difícil…

Sim! Exatamente! Até meus melhores amigos, eles vão em um show e eu tenho que editar a setlist em meia hora e eles ficam tipo ‘não!’, mas falo pra eles que não posso cantar tudo, eu tenho que acelerar. Então é bem difícil escolher o que cantar, mas dá tudo certo no final.

Há alguns anos, você voltou aos holofotes ao ganhar o reality show “The Singer”. Há planos para mostrar para nós brasileiros alguns daqueles lindos covers?

Eu não penso exatamente nisso.Às vezes eu inicio um cover aleatoriamente, se a energia pede. Mas eu não sei o que vai acontecer lá, eu tento deixar tudo o mais aberto possível. Eu trabalhei tão duro naquelas performances, que eu estou tão grata que elas saíram bem.

Você foi maravilhosa naquela competição! Eu assisti cada um dos vídeos e fiquei maravilhado!

Aw, muito obrigada! Eu amei cantar essas músicas!

E o que mudou na sua vida, como pessoa e em sua carreira, depois dessa competição?

Eu sou agora muito mais respeitada e celebrada como cantora do que antes. E eu viajar o mundo, pelo Reino Unido, Europa, Brasil, todos os lugares, mas a China me fez sentir que minha voz é muito especial e eu não percebia. Eu estou muito agradecida por esse tipo de amor, apoio e celebração à minha voz. E eles também me permitiram ser eu mesma em uma competição que eu nunca vi do lado de cá e, sabe, sou muito grata por ter mostrado minhas tradições, como eu sou de verdade e ter permitido minha personalidade brilhar. E eu sou grata, por exemplo, o mundo ocidental e a mídia sempre falou de mim, mas não tanto quanto quando eu estava no programa. E eu sou grata por isso, por ter me permitido passar por algo novo, aprender algo novo, viver algo que não se adaptava a mim, que na verdade eu que tive que me adaptar a ele. Então sou muito grata pela experiência, pelas músicas, que eu não teria a chance de cantar em nenhum outro lugar. Filmado com grandes padrões, em frente a uma plateia. Foi uma experiência de uma vida. E eu me sinto muito abençoada, eu realmente sinto.

E você tem algum artista brasileiro que você gostaria de colaborar em uma música?

Eu estou animada para ver as artistas femininas no Rock in Rio e eu claro já vi vários artistas brasileiros maravilhosos, seja nas mídias sociais ou meus fãs me marcando em coisas, e eu adoraria ver tudo isso ao vivo, porque pra mim isso é quando a verdade vem à tona, sabe? E as pessoas se transformam. Talvez depois do Rock in Rio, de ver todas as garotas se apresentarem, podemos formar um super grupo brasileiro. Lançar uma versão brasileira de “Bang Bang”, quem sabe?

Eu gosto da ideia!

Eu também. (risos)

Jessie, nós estamos tão felizes que você está voltando ao Brasil que nós do POPline queremos te fazer uma festa de boas vindas! Nós temos esse lugar, chamado Casa do POPline, e nós podemos te juntar com teus maiores fãs para curtir um dia juntos lá. O que você acha? Você topa?

Eu tenho que ver em minha agenda, se minha agenda estiver livre, eu estarei lá e pronta para festejar!

Chegando ao final da entrevista, antes de você ir, eu, como fã, tenho que perguntar. A música que você escreveu para Britney Spears, há alguns anos, acho que se chamava “Bitch, I’m Britney”, ou algo assim. Ela existe?

Não! Eu nunca escrevi a música toda! Eu escrevi esse verso da música e algumas partes e essa informação vazou, mas nunca existiu por completo.

Sério? Que pena!

Sim, nunca existiu.

Jessie, eu gostaria de agradecer mais uma vez por essa incrível conversa, mas antes de nos despedirmos, você pode mandar uma mensagem para o POPline e seus fãs brasileiros?

Minha mensagem é: o respeito e amor e apreciação que eu tenho por vocês é mútuo, porque eu sei que vocês sentem tudo isso por mim senão não seria capaz de voltar ao Brasil e fazer esses shows. O mais importante que posso dizer para qualquer um de meus fãs é “continuem sendo vocês mesmos”. E sejam vocês mesmos o máximo que puderem, todos os dias. Celebrem suas diferenças, celebrem suas singularidades, celebrem vocês meses e curtam suas vidas. Apreciem. A vida pode ser muito curta e é importante que a gente a aprecie enquanto podemos.

Ah! E sobre o novo álbum? Jessie J fez mistério, mas garantiu que vai começar a produção de seu novo disco nos próximos dias, da mesma forma como foi produzido o “Who You Are”: “Gravando o que sair dos ensaios.”

Se conhecemos bem Jessie J, grandes coisas vêm por aí.