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Entrevista: Pitty e Gaby Amarantos levam músicas dos quatro cantos do país para temporada de verão do “Saia Justa”

Gaby Amarantos e Pitty. Foto: Divulgação

A estação mais quente do ano chegou com tudo! E, após um longo e solitário período de isolamento social, Pitty, Gaby Amarantos, Astrid Fontenelle e Mônica Martelli dão adeus às vídeo chamadas e voltam a se encontrar presencialmente no especial “Saia Justa de Verão”, do GNT. A atração tem início nesta quarta-feira, às 22h15, com novos quadros e, claro, muita música.

Para dar o tom desse celebrado retorno, Gaby e Pitty vão mostrar versatilidade, em números musicais, ao lado de uma banda 100% virtual. No repertório, além das canções de suas carreiras, músicas do rock brasileiro, samba, pagode e até maracatu. “O meu repertório é composto por medleys. Escolhi trechos de várias músicas e, a cada programa, homenagear um lugar”, diz Gaby. ” Escolhi homenagear o rock nacional nesta temporada”, acrescenta Pitty.

Gravação do programa Saia Justa de Verão. Crédito da foto: ©Bob Paulino/BP Filmes

Os oito episódios já foram gravados na aconchegante Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, em São Paulo, num cenário que celebra o encontro da natureza com a tecnologia. A atração fica no ar até o dia 24 de fevereiro, quando, em seguida, as quatro “saias” retornam aos estúdios do GNT.

Seguindo todas as recomendações de distanciamento social, as duas cantoras prometem grandes hits para os encontros do programa, que terão, acredite, de um tudo! “Vou cantar a minha Amazônia, o meu Par e o meu tambor. Mas, também vou cantar ‘uns Pagodão’ tecnológico. Um medley com Raça Negra, que eu amo, Revelação.. uma homenagem à entrada do ano, para gente cantar essa vibe de 2021″, decreta Gaby, cheia de esperança para o novo ano.

Ícone do rock nacional desde o lançamento de “Admirável Chip Novo”, em 2003, Pitty vai passear pelo repertório do gênero que a lançou no mercado fonográfico, entretanto, com clássicos que são a cara do verão. “A gente ficou bem livre para cada uma cantar o que quisesse. Conversamos um pouco e pensamos que seria legal cantar músicas que têm a ver com verão. Escolhi homenagear o rock nacional, selecionei bandas e cantoras brasileiras e canções com esse clima de verão”, diz.

Gravação do programa Saia Justa de Verão. Crédito da foto: ©Bob Paulino/BP Filmes

E nada mias verão do que o Carnaval, não é mesmo? Apesar das incertezas em torno da grande festa neste ano, os sucessos do movimento popular estarão por entre os episódios. Pelo menos é o que garante Gaby Amarantos. “Vou cantar umas músicas com hinos de bençãos da Floresta e encerrando com uma homenagem ao carnaval de Pernambuco. Um carnaval que eu amo, e que esse ano vai ser diferente, né? Mas a gente vai de qualquer forma celebrar, mesmo em casa, ouvindo as músicas. E a Pitty vai cantar comigo também em alguns programas“, diz.

O período de isolamento social, devido a pandemia do novo coronavírus, obrigou as “saias” a darem continuidade ao programa através de suas telas. O formato deu muito certo e os debates, inclusive sobre a pandemia, estiveram presentes. O retorno “olho no olho” deu um novo gás para as artistas, que estão acostumadas a encararem plateias e multidões na vida profissional.

“Foi muito emocionante. A gente passou o ano inteiro sem nos vermos por conta de todas as circunstâncias. Foi um desafio enorme encontrar um formato pra fazer o programa à distância, porque o ‘Saia Justa’ é uma roda de conversa e tudo o que acontece ali no momento; as trocas, a fala de uma em cima da outra e tal, são muito importantes e tivemos que encontrar um novo jeito. Esse reencontro foi uma emoção, estávamos com muitas saudades uma da outra”, conta Pitty.

Gravação do programa Saia Justa de Verão. Crédito da foto: ©Bob Paulino/BP Filmes

Chegada ao calor humano e muita troca de afeto, Gaby, que atualmente mora em São Paulo, celebrou o reencontro, apesar de sentir falta dos costumes do velho normal. “Foi super diferente. Na verdade, foi um encontro, mas foi à distância. Toda a equipe estava muito criteriosa em relação aos protocolos de segurança. A gente se encontrou assim, e parece que a gente estava como quem está começando um namoro, sabe? Estávamos bem nessa vibe, cheias de tesão, morrendo de saudade, e eu acho que vão sentir essa energia no ar”, avalia Gaby.

Após tantas temporadas juntas no “Saia Justa”, Gaby e Pitty se tornaram muito próximas. E, apesar de cantarem estilos diferentes, será que podemos esperar, quem sabe, uma parceria entre elas? Gaby responde: “A Pitty é uma grande amiga que eu ganhei com o ‘Saia Justa’. A gente pode estar mais próximo. E, pensando sobre esta pergunta, seria incrível”, diz.

Os longos anos de parceria entre as cantoras, inclusive, já renderam bons encontros e ótimas histórias. “Antes dessa pandemia e tudo isso que a gente tá vivendo, ela foi fazer um show em Belém. Eu fui a convite dela no show. Cantamos juntas. E depois eu a levei em uma festa de aparelhagem do Crocodilo, no meio da quebrada, lá no Jurunas, o meu bairro, a gente se divertiu muito. A banda pirou quando viu o poder do batidão, do tecnobrega, da aparelhagem e tudo mais. E, nossa, eu admiro demais, como posicionamento também é uma pessoa muito coerente, um grande coração por trás de toda aquela marra”, diverte-se Gaby.

É inegável que Pitty tirou a quarentena para produzir. Só neste período a cantora lançou um DVD gravado em Salvador, um documentário, clipe de “Submersa”, do álbum ‘Matriz”, colocou no mundo a música “Na Tela”, que fala sobre as relações durante o isolamento, fez live, atacou de DJ e investiu pesado em diversos projetos multiplataformas na Twtch. Ufa!

“Acho difícil fazer muitos planos nessa situação em que estamos. Dia 12 de janeiro eu lanço uma nova programação na Twitch que inclui programas inéditos, projetos musicais, feats com novos artistas e outras surpresas. Ao longo do ano pretendo me aprimorar mais ainda no audiovisual e bolar projetos pra levar música para a casa das pessoas, pensando que ainda estaremos em contexto de pandemia”, adianta a roqueira.

E parece que Pitty gostou mesmo do universo tecnológico. Entusiasmada, ela ainda quer mais. “O setor musical foi muito impactado pela pandemia. Quando me vi sem poder subir num palco e cantar eu me reinventei. Eu coloquei minha criatividade em vários projetos audiovisuais e adorei fazer. Em 2020, lancei 10 projetos diferentes entre série para instagram, música, documentário, clipe, DVD e abri minha webTV na Twitch. Foi um ano bem movimentado para mim”, avalia.

Gravação do programa Saia Justa de Verão. Crédito da foto: ©Bob Paulino/BP Filmes

Com a agenda de shows cancelada, assim como a de todos os artistas, Gaby Amarantos se viu presa em casa e com a criatividade em erupção. A partir disso, a cantora fez do limão um saborosa limonada. “Eu entrei em uma grande imersão criativa nesse período. E eu quis colocar tudo o que estava sentindo, tudo que eu estava vendo, esse caos que é interno e esse caos do mundo, principalmente com a questão da natureza, do meio ambiente, da queimada das florestas”, diz.

Com isso, ela se juntou a ninguém menos que Ney Matogrosso e cantora Urias para lançar “Vênus em Escorpião”: “Esse ano que passou foi um muito pesado para o meio ambiente, então eu coloquei tudo isso na música que lancei em novembro, com pessoas de quem sou muito fã. Então é isso, estou aproveitando para criar, criar e criar e vem mais novidade”, avisa.

Bate bola

Gaby e Pitty, além de cantoras, vocês também são conhecidas pelas opiniões fortes. Para vocês, qual a importância dessa reafirmação enquanto artistas que se posicionam?

Gaby: “Eu acho extremamente importante. A gente está em um momento em que cada vez mais a gente tem que se posicionar. E eu gosto de ser essa pessoa. Quero passar por esse momento da história, olhar para trás e ter orgulho das minhas atitudes. Por mais que eu receba muitas ameaças racistas, muitas ameaças machistas, homofóbicas e gordofóbicas, gente falando atrocidades para mim, me chamando dos piores nomes, tentando me diminuir de toda forma, mas eu não vou me calar e eu coloco tudo isso na minha arte, no meu discurso, no meu posicionamento. Quero que os meus filhos tenham orgulho de mim e os meus fãs também. 

Pitty: “É importante, porque você consegue se comunicar melhor com as pessoas a partir do momento que você é sincera, fala sua opinião e troca ideia com respeito. É uma reafirmação da nossa identidade, do que a gente pensa. E o ‘Saia Justa’ é um ótimo espaço para isso, uma vez que temos total liberdade e abordamos assuntos muito variados”.

Edição especial tem Pitty como diretora de redação por um dia do Jornal Destak

Enquanto cantoras, participar de um talk show, enquanto formadoras de opinião em um programa de TV, em algum momento, causou alguma insegurança?

Gaby: “Claro que sim. Sempre senti insegurança, tanto para cantar quanto para estar ali no sofá do ‘Saia’, o que é normal, né? Sou ser humano. Mas eu sempre estudei muito, sempre agarrei todas as minhas oportunidades com muito profissionalismo e eu me fio muito na minha vivência. Eu sou mulher preta, periférica, da Amazônia, e eu acredito muito que isso é precioso. Então eu lembro dos ensinamentos das mulheres da minha família e vou. Tenho recebido feedbacks maravilhosos e crescido cada vez mais. Hoje em dia, só participo de programa de gente legal. Programa de apresentador machista, homofóbico e racista, eu passo longe”.

Pitty: “Não, nunca me causou insegurança. Sempre gostei muito de trocar ideia e conversar. Para mim, foi bem tranquilo, foi como se já fizesse parte. Me sinto bem confortável no ‘Saia Justa’. As minhas companheiras, aliás a equipe inteira, faz com que a gente se sinta muito bem no programa”.

Foto: Estúdio Tereza E Aryanne

E para vocês, qual a importância do “Saia Justa”, que é um programa de TV apresentado apenas por mulheres, sendo elas, de diferentes partes do Brasil, profissões e vivências?

Gaby: “É um dos programas mais importantes da televisão brasileira e a gente precisa cada vez mais de programas com relevância, com inteligência e com mulheres à frente. A gente está nesse momento novo, em que queremos ver o mundo evoluindo. Então, viva o ‘Saia’! Estou muito orgulhosa, feliz e honrada de estar ali com aquelas mulheres e que a gente tenha muitos e muitos anos de muito sucesso”.

Pitty: “Acho de uma importância tremenda, de extrema relevância. É um programa apresentado por mulheres, dirigido por mulher, escrito por mulheres, mas que dialoga com todos os gêneros e com todas as pessoas. Mas esse protagonismo é importante para a diversidade do debate, especialmente por serem mulheres diferentes, de idades, de lugares do Brasil, de vivências distintas. Acho que a importância do ‘Saia Justa’ é enorme”.

Foto: Reprodução/Instagram

E mais

Além dos números musicais, outras novidades. No qiadro “Segredos da Mata”, Gaby vai compartilhar saberes regionais relacionados à beleza, bem-estar e simpatias, como os chás e suas funções, os afrodisíacos naturais e os cosméticos que podem ser encontrados na natureza, entre outras dicas. Enquanto a vacina contra covid-19 não sai, Mônica Martelli faz viagens virtuais no quadro “Mônica Viajando”;. Com a ajuda de chroma key, a apresentadora faz um tour por diferentes cenários turísticos, vivenciando situações engraçadas e, muitas vezes, confusas.
Enriquecendo a temporada, a atriz e roteirista Maria Bopp, através de sua personagem “Blogueirinha do Fim do mundo”, traz esquetes de fim de bloco sobre o “clima” desse verão atípico, com seu humor ácido e irreverente. Enquanto isso, a poetisa Vitória Rodrigues comanda o “De Repente, Verão”, em que faz repentes sobre temas relacionados à pauta do programa.

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