Nesta sexta-feira (10) chega às plataformas digitais uma parceria inédita entre a banda Lagum e o cantor Jão. Depois de estreitarem amizade através do Instagram, Pedro Calais (voz), Otávio Cardoso (voz e guitarra), Jorge (guitarras), Francisco Jardim (baixo) e Tio Wilson (bateria) foram até o estúdio onde o cantor de “Vou Morrer Sozinho” gravava algumas canções e, juntos, registraram “Andar Sozinho”. Mas a história por trás da música teve um desfecho inesperado.
Pedro Calais conversou com o POPline e falou sobre essa história, além dos preparativos para o lançamento do segundo álbum dos mineiros, com lançamento marcado para o próximo mês. Além disso, o vocalista garante que a banda está focada em produzir um show bacana para divulgar o novo disco por várias cidades brasileiras no segundo semestre. Leia!
POPline – As últimas semanas têm sido de muitas novidades para os fãs do Lagum, certo? Tem single novo chegando nesta sexta-feira (10): “Andar Sozinho” é uma parceria de vocês com o Jão. Antes de falarmos da música, conta pra gente como vocês se conheceram.
Pedro Calais – Cara, pra dizer a verdade não lembro direito [risos]. Lembro que ele tinha acabado de lançar “Vou Morrer Sozinho” e eu pirei no clipe, achei a produção muito doida. E daí comentei algo no Instagram e foi assim que começamos a conversar. Mais pra frente rolou um show dele em Belo Horizonte, e foi quando nos encontramos pela primeira vez, de fato. A gente ficou trocando ideia por mais uns dias, e ele estava pra entrar em estúdio. Daí ele pediu pra que eu escrevesse alguma coisa e participasse com ele deste projeto. E assim surgiu “Andar Sozinho”. Neste mesmo momento a gente tava finalizando a gravação do nosso novo disco e aproveitamos pra mostrar a música pra todo mundo no estúdio. E daí nosso produtor Paul Ralphes se amarrou e disse que não haveria chance desta música não entrar no disco. Ele que fez a gente pedir pro Jão pra ele ceder a música. E na hora ele topou.
Nós recebemos a música em primeira mão e é bem diferente dos dois singles anteriores, principalmente do último, “Chegou de Manso”, que é bem dançante. Como surgiu a ideia pra letra e harmonias?
Quando o Jão convidou a gente, comecei a pensar num tipo de som que fosse mais próximo do universo dele. O som dele é meio… humm… trevoso, se é que posso classificar assim. E daí comecei a buscar referências de harmonias mais… trevosas mesmo. Não tem outra palavra [risos]. Daí comecei a pensar numa letra que falasse sobre fugir da cidade, com uma pessoa e sem os pais saberem. Algo do tipo. E daí o Jão já tinha mandado o refrão, mas eu não tinha visto no nosso grupo de Whatsapp. Só depois vi que o refrão dele casava com meu verso e as coisas se encaixaram. E o piano que ele me mandou, do início da canção, é o som que ele registrou na gravação-guia, que ele gravou no quarto dele. Ficou um timbre tão diferente, estranho, que decidimos manter. Se você reparar bem, dá pra ouvir até mesmo a respiração dele.
Estão sabendo que “Detesto Despedidas” está figurando entre as 10 mais executadas das rádios brasileiras?
Sério isso?
Sim, aparece em 8º lugar.
Uau. A gente olha nas plataformas digitais como está performando a música e tal. Tem as surpresas de uma estar melhor que outra que apostávamos. Ultimamente estamos mais focados na produção do show, mas saber de uma notícia dessas é muito maneiro porque a gente buscou fazer um lance diferente, com novas referências e tudo mais.
Que tipo de som inspirou vocês durante o processo de composição e o que os fãs podem esperar? Os três singles que vocês soltaram até o momento são muito diferentes entre si.
Cada um ouve uma coisa, na verdade. Mas como eu costumo escrever as letras, eu vinha ouvindo coisas completamente aleatórias. Sou muito fã de uma banda australiana de reggae e indie rock chamada Sticky Fingers. Cito ela porque é a que mais ouço, mas ouço muitas bandas de lá. São coisas que na verdade nem tem muito a ver com nosso universo. Acho que o que inspirou este disco, na verdade, é que estávamos vindo de lançamento de singles avulsos. E neste tempo pudemos estar mais com os nossos amigos, estreitar esses laços. Neste disco a gente fala muito sobre a visão da nossa geração, sobre como é amar, como é ter esperança e tal. Sinto que a nossa geração tem uma certa bipolaridade emocional. Uma hora tá amando, outra hora não quer mais. Então, o disco inteiro vai falar sobre os sentimentos desta geração. É tudo muito real, é sobre nossas vidas. Sem dúvidas é o trabalho mais legal e mais importante que já conseguimos fazer.
E vocês poderiam contar aqui, em primeira mão pro POPline, o nome deste disco, né?
[Risos] A gente ainda não pode revelar o nome. Vou explicar: a gente vai fazer uma ação irada junto com a tour pra divulgar o nome do disco. Mas a gente vai entrar em contato com vocês pra gente esquematizar essa ação juntos.
Pra finalizar, conta pra gente os próximos passos do Lagum após o lançamento do álbum.
O álbum sai no dia 14 de junho, o primeiro show acontece duas semanas depois, no dia 28, e vamos rodar várias cidades até o fim do ano. Este disco tem apenas a participação do Jão. Tá bem louco, tem de rock and roll à samba, uns beats que nós mesmos produzimos, sons de aeroporto entre algumas faixas… Ah, e já temos a próxima música de trabalho e essa vai ganhar clipe. Ela se chama “Oi”. E no mais, é cair pra dentro na divulgação deste trabalho junto aos fãs.