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ENTREVISTA: Mart’nália revela conselho de Djavan e explica aventura pelo pagode dos anos 90

Às vésperas de lançar o disco “Pagode da Mart’nália”, a artista contou ao POPline sobre a proposta do projeto, como foi trabalhar com Luísa Sonza e Caetano Veloso e se há o plano de criar um show itinerante pelo Brasil
Cantora fará o lançamento do álbum com shows no Circo Voador, no Rio, em 3 e 4 janeiro. Foto: Nil Caniné

Antes de completar 60 anos, Mart’nália decidiu se jogar em uma aventura e viver algo pela primeira vez. Seguindo os conselhos de Djavan, a artista carioca lançou, nesta quarta-feira (13), o disco “Pagode da Mart’nália”. Ao longo de 12 canções, ela entrega uma releitura cheia de identidade própria de grandes clássicos do gênero dos anos 90. Para o projeto, ela recrutou nomes como Luísa Sonza, Caetano Veloso e o pai, Martinho da Vila. Ao POPline, a artista falou sobre a proposta do projeto, as colaborações do disco e se há o plano de criar um show itinerante pelo Brasil. Confira a entrevista!

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Foto: Nil Caniné

POPline: O que a motivou a escolher clássicos do pagode dos anos 90 para reinterpretar neste álbum? Como foi o processo de seleção do repertório?

Mart’nália: O que me motivou foi a vontade de fazer essa homenagem. Esse repertório foi escolhido em comum, entre a minha empresária Marcinha Alvarez, o produtor musical, que é o Luiz Otávio, e o Marcus Preto, que é o produtor artístico. Todos esses clássicos foram escolhidos pensando no que eu me sentia melhor cantando. O que me motivou foi essa coisa de nunca ter cantado pagode também, de ser um desafio. Cantar estilos diferentes sempre me motivou.

POPline: Como foi trabalhar com Caetano Veloso, Luísa Sonza e seu pai, Martinho da Vila, nas participações especiais? Essas colaborações trouxeram alguma nova perspectiva para as músicas?

Mart’nália: Foi tudo maravilhoso. Acho que a música com meu pai caiu muito bem na voz dele. O Caetano, é meu padrinho musical. E ter eles dois no álbum é também como se fosse um aval deles. Ter meu paizão, que é o melhor do samba, e o Caetano, que é meu ídolo. Luíza também foi incrível. É uma pessoa muito carinhosa. A gente se deu muito bem de cara e é sempre muito gostoso encontrar com ela, uma pessoa muito divertida.

Foto: Nil Caniné

POPline: Com este projeto, você busca conectar diferentes gerações através da memória afetiva dessas canções. Qual é o impacto que espera causar nos ouvintes mais jovens?

Mart’nália: Não tenho muita pretensão, para falar a verdade. Eu quis gravar as músicas, fazer essa homenagem, procurando me achar dentro disso tudo. Quero que as pessoas curtam, se divirtam, sintam as músicas.
Eu segui o conselho do Djavan, que falou para eu não ficar em uma onda só, pra eu cantar o que quisesse. E como eu gosto de desafio, fui nessa, com a perspectiva de cantar o que eu quiser.
Claro que vai ser legal juntar os mais jovens também mostrando a minha levada no pagode. O meu jeito de misturar, eu gosto de misturar as coisas. Acho que esse pagode dos anos 90 trouxe muita juventude, naquele tempo. Ele uniu mais, no geral, ele teve esse papel muito bom.

POPline: Os arranjos do álbum foram descritos como uma combinação da sua identidade musical com o pagode. Como você e o produtor Luiz Otávio trabalharam juntos para criar essa sonoridade única?

Mart’nália: A gente trabalhou bastante dentro de casa. Porque trabalho com o Luiz Otávio há uns três anos, quem me apresentou ele foi o Arthur Maia. Até brinco que o Luiz se tornou hoje o meu Arthur Maia. E como ele é casado com a minha empresária, Marcinha Alavrez, começamos a trabalhar rapidamente e tudo junto em casa. Ele é super talentoso, um multi-instrumentista incrível, deficiente visual. Como ele já toca comigo, já sacou bastante minha sonoridade. Já cantamos juntos, eu já produzi ele também. Então, tem muita sintonia. Acho que ele conseguiu me deixar muito à vontade para colocar meu estilo, meu jeito de cantar. Eu trouxe os meus músicos também, que, na verdade, são músicos de samba, então conseguiram colocar essa minha essência também.

POPline: Pagode está, mais do que nunca, em alta! Artistas de diferentes gêneros vêm se dedicando ao pagode, inclusive com projetos de grande sucesso, como por exemplo o “Numanice” da Ludmilla. O Pagode da Mart’nália também poderá virar um evento itinerante? É uma vontade sua?

Mart’nália: Minha vontade é sair cantando rsrs Eu saio cantando em qualquer lugar, né? Em todos os projetos. É o que eu gosto de fazer. Acho que eu sou uma cantora, artista popular, antes de tudo. Eu canto onde o povo está. A gente vai a Montreux, mas a gente vai para todas as reuniões culturais, para o Circo Voador, e todos os lugares que abrirem porta no Brasil para eu cantar. Quero cantar minha música, fazer meu Pagode 90.

Ouça o “Pagode da Mart’nália”:

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