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Entrevista: Malía fala sobre o novo álbum “Escuta” e representatividade – “antes que eu abra a boca pra cantar, a minha imagem significa muita coisa”

No último 18 de abril a cantora Carioca Malía lançou o álbum “Escuta”. Com apenas 20 anos, esse é o primeiro álbum de sua carreira, já mostrando uma maturidade musical única. Ao ouvir as músicas, é muito provável que você surpreenda com a voz poderosa, além das faixas que saem do lugar comum. “Acho que eu nunca fui simples”, disse ela em entrevista exclusiva ao Portal POPline, provando que o álbum reflete a personalidade que ela construiu uma vida de bagagem rica.

Malía cresceu na Cidade de Deus e fez parte do coletivo DUTO. Rapidamente, seu talento chamou a atenção da Universal Music, que começou a desenvolver seu projeto solo. Este, por sinal, muito elogiado.

“Seja com seus cachos explodindo de beleza e energia, ou com as tranças feitas – ela faz questão – na Pavuna, quando Malía entra no palco é como se sua figura fossa uma distração tentadora. Hipnotizado, você quase se esquece de que ali na sua frente tem alguém que vai cantar – e cantar muito”, afirmou o jornalista Zeca Camargo em resenha. “Então Malía pega o microfone e você é obrigado a admitir que já era seu refém mesmo antes de ela soltar a primeira nota. Tudo novo e tudo bom”, completa.

O “Escuta” tem um álbum de estúdio e vídeos gravados ao vivo gravados no Parque das Ruínas, no Rio de Janeiro. Conversamos com a cantora para saber tudo sobre essa fase da carreira!

O que o projeto “Escuta” representa pra você?
Representa muita coisa! Ele é muito importante porque é o primeiro projeto que as pessoas vão identificar quem é a Malía. Fala muito sobre mim… É um projeto bem plural, vai exatamente pra onde eu quero levar minha sonoridade, sabe?

O fato de ser o primeiro álbum deu um nervosismo?
Nossa! Eu acho que é mais ansiedade do que nervosismo. Eu fiquei tão feliz em fazer parte disso que até deixei um pouco o nervosismo de lado, desde o primeiro momento. Eu guardei tanto isso dentro de mim que agora eu quero soltar e ver o que vocês acham.

Por que a decisão de lançar um registro ao Vivo
Normalmente o registo ao Vivo é feito por artistas que já tem um tempo de carreira, eu queria que o meu primeiro álbum fosse diferente.

As gravações foram no Parque das Ruínas, no Rio de Janeiro. Como a escolha do local contribuiu para a identidade do projeto?
A equipe veio com a proposta do Parque das Ruínas e, como uma carioca amante do Rio de Janeiro, achei incrível mostrar isso nesse projeto.

Em “Fashion” você fala sobre mais do que moda, mas sobre uma atitude. Como você acha que sua aparência e modo de se vestir passam uma mensagem além da estética?
Antes que eu abra a boca pra cantar ou falar, a minha imagem significa muita coisa e muitas pessoas e é sobre isso que “Fashion” fala, sobre ocupar espaços e fazer a diferença.

Em “Arte” você coloca em jogo sua própria personalidade. Você já sofreu com questões de autoestima?
Olha, não! Risos! Desde criança eu sempre fui confiante no que queria fazer, só que agora eu tenho a oportunidade de mostrar. Na verdade, em “Arte” eu falo sobre como estar envolvida com arte me faz bem, me faz sentir que eu estou no caminho certo e cada vez que eu me envolvo mais, me reconheço.

No álbum tem muitas mais profundas, como “A Tal da Paz”, mas também “House” e “Vibe Boa”, que são mais divertidas. Como você trabalha com essa pluralidade de estilos?
Eu gosto muito da ideia de poder ser quem eu quiser ser e a música me permiti mostrar varias faces de mim mesma, esse álbum traduz um pouco da minha personalidade e fala sobre meu amor à liberdade.

O projeto tem parcerias de Jão e Rodriguinho. Com o que você mais se identifica com eles?
O Jão me encanta com a mistura de referências explícita no seu som porque eu tenho muito disso na minha música e o Rodriguinho tem uma experiência que fala diretamente com a minha vida, o lugar onde eu fui criada (Cidade de Deus) e automaticamente eu me identifico com isso.

Falando no Jão, vi que “Dilema” é o single e que vai entrar até na Malhação! Por que a decisão de trabalhar essa?
Essa é uma musica que desde o começo sabíamos que seria especial. Todos na Universal (Music, gravadora) já vibravam com ela antes mesmo dela sair e essa foi uma decisão conjunta, eu confiei e to muito feliz com os resultados.

De uma garota simples, de repente você está cantando com ídolo de infância e vê sua música tocando na “Malhação”. Caiu a ficha?
Acho que eu nunca fui simples (risos) e isso vai do meu costume de ouvir Djavan com 10 anos, até a minha troca de cabelo semanal, talvez antes eu não tenha tido muitas oportunidades de mostrar quem eu sou e agora que eu tenho, trabalho tanto e estou tão focada em fazer o melhor que eu não consigo ter noção da dimensão das coisas que me acontecem mas me sinto muitíssimo grata e feliz.

Em uma resenha escrita pelo jornalista Zeca Camargo, ele rasgou elogios ao seu trabalho! Ele considera que seu estilo é totalmente diferente. Você concorda com isso?
Eu concordo que seja diferente, mesmo que eu não tenha criado nenhum ritmo do zero eu juntei de uma forma particular gêneros musicas, rimas, linguagens que dizem muito sobre o meu universo.

Apesar de ser diferente, é claro que têm influencias, como disse… Qual é a sua bagagem musical que mais te influenciou?
Eu acho que tem muita coisa que me influenciou pra que eu chegasse nesse resultado final, artistas como Djavan, Lauryn Hill, Alcione, Elis Regina, sempre me inspiram muito.

Como sua origem da Cidade de Deus e o trabalho no coletivo DUTO influenciou na sua música atual?
Acredito que todos os lugares por onde eu passei me proporcionaram bagagem pra que eu tenha estrutura e suporte todas os novos obstáculos.

Você tem alguma faixa queridinha no “Escuta”?
Hoje eu diria que Fashion, mas minha faixa preferida depende do meu dia já que cada dia eu acordo com um mood diferente, eu realmente to muito feliz com o álbum e é difícil escolher.

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