Já faz dois anos que “Rude” foi lançada, e o Magic! ainda colhe os frutos dessa megassucesso internacional. O single foi #1 em vários países, incluindo os Estados Unidos, e catapultou a carreira da banda recém-formada em Toronto, no Canadá. Além disso, já faz um ano que o quarteto emplacou uma canção na trilha sonora da Copa do Mundo e veio parar no Brasil, com um show único em São Paulo. Eles amaram o país e voltam neste mês, para shows em Porto Alegre (dia 18) e no Rio de Janeiro (dia 20). O mais interessante é: a banda já tem toda uma turnê marcada no Brasil para janeiro do ano que vem, com apresentações em cinco cidades: Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba e Florianópolis. Quase brasileiros? Sim.
O POPline conversou com o vocalista Nasri por telefone e ele até arriscou algumas palavras frases em português – como “bom dia” e “até logo”. O momento da banda é outro agora, com o single “Sunday Funday” e os preparativos para o próximo álbum, mas o entusiasmo por vir ao Brasil é o mesmo da primeira vez. Talvez, até maior. Nasri fala com um enorme carinho do público brasileiro, que admite ser diferente de todos os outros. Com a nova viagem, ele quer aproveitar também para conhecer mais da música local, algo que não pôde fazer na primeira vez, com toda a correria do bate-e-volta.
Nessa entrevista, ele também fala sobre o desejo de trabalhar com outros artistas, a pressão para repetir o sucesso de “Rude” e o que os fãs podem esperar do disco novo, previsto para 2016. Confira!
Você está nos Estados Unidos, dando entrevista para um site do Brasil, no meio de uma turnê mundial. O que você acha dessa globalização das suas músicas?
Ah, você sabe… Quando você é um artista, especialmente em uma banda, é muito duro entrar na rádio e ser percebido, sabe? Então, ter algumas músicas alcançando um nível global é tipo um milagre. Estamos muito felizes e tentando não perder todas as oportunidades.
O Magic! vem ao Brasil neste mês, e volta no ano que vem. São muitos shows aqui! Que lembranças você tem da última vez que veio?
A gente foi só a São Paulo e foi ótimo! O clima brasileiro é sempre maravilhoso, mas eu me lembro muito do show. Acho que tinham umas 20 mil pessoas lá e os fãs tinham uma conexão específica com a nossa música. Algo diferente de qualquer outra parte do mundo. Acho que isso tem a ver com a música brasileira. Os brasileiros entendem muito dos grupos de reggae, sabe? Além do rock, claro, porque o rock é muito popular no Brasil. Havia algo entre nós e os fãs, eles entendiam todo o conceito, tudo que fazíamos no palco. Você podia ver os caras e as garotas se divertindo, sentindo-se livres e curtindo a arte que criamos.
Você aprendeu algo em português?
*Diz algo incompreensível, que finjo entender para não tirar a ilusão que ele aprendeu algo*
E de música brasileira? Conheceu algo?
Hum… Eu não sei muito de música brasileira, para ser honesto, mas sempre que a gente volta aos países, especialmente na segunda ida, a gente tenta conhecer mais do que toca lá. Porque a primeira vez é sempre uma correria, sempre tudo muito rápido. Desta vez, a gente vai estar em um festival, então vamos ver outros artistas brasileiros tocarem [Os Paralamas do Sucesso, Baby do Brasil, Pepeu Gomes, Alice Caymmi e Eumir Deodato tocam no mesmo dia].
Não vai ser correria dessa vez? Vai mesmo tentar ver os outros shows que estarão rolando?
Eu quero ver tudo que eu puder. Amo música ao vivo, sabe? Há algo muito humano em ouvir o show ao vivo, pessoalmente, algo que você não capta escutando o álbum. Você tem que ver ao vivo.
No ano que vem, vocês voltam ao Brasil com mais cinco shows e vão passar pelo menos oito dias no país. O que você espera dessa viagem mais longa?
Hum… Muita mistura. A mistura brasileira. Muita música… Sempre que a gente vai para o Brasil, a gente espera muito “groove”, muita dança… E o público também pode esperar isso da gente. Estamos trabalhando “Sunday Funday”, que saiu recentemente, então acho que vai ser louco. Vamos agora e depois voltamos com toda uma nova energia, para outros lugares, com algo novo. Quero conhecer mais do Brasil, que eu amo.
No clipe de “No Way No”, vocês cantam e tocam nas ruas. Na vida real, vocês podem sair por aí nas ruas e ir ao shopping no fim de semana ou as pessoas estão sempre reconhecendo?
Ah, eu saio por aí sim. As pessoas reconhecem, dizem “oi”, são simpáticas. Essa é a parte legal de estar em uma banda: as pessoas gostam de você pelo seu som. Há muitos popstars cujo foco está totalmente na imagem. Para nós, com certeza, é pela música. As pessoas se aproximam por isso, falam disso, e não há nada ruim nesse aspecto.
Como você disse, o single do momento é “Sunday Funday”. Ele vai ganhar um clipe?
Sim, vamos fazer um vídeo para “Sunday Funday”! A gente só está resolvendo como e quando, por causa da agenda. A gente tem toda essa turnê pela América do Sul, mas vamos dar um jeito. Espero que gravamos ainda em setembro.
“Sunday Funday” não está no álbum de vocês. Isso significa que há um disco novo a caminho?
É exatamente o que significa. Queríamos lançar algo para que todo mundo fique atento para o próximo álbum, que vai sair no ano que vem.
E o que você pode falar desse álbum novo?
Hum… Até aqui, está indo tudo bem. É realmente novo, uma nova experiência, porque a gente está em turnê há algum tempo e tocando juntos muito mais do que antes. No primeiro álbum, a gente nunca tinha tocado junto. A gente fez o álbum e depois fomos tocar juntos. Agora, é diferente, porque estamos em turnê há dois anos e há muito mais química como banda. Se você gostou do primeiro, com certeza vai gostar do segundo. É muito ‘groove’, um disco realmente ‘groove’.
Nesse processo criativo, você sente a pressão para ter outro grande sucesso como “Rude”?
Alguns dias, sim. Alguns dias, a pressão está lá. Mas nada demais. Sempre escrevi para outros artistas e tudo sempre foi muito natural. Eu não me pressiono muito, porque música tem que passar verdade e emoção. A gente está fazendo isso. O segundo álbum é o reflexo desse tempo em turnê. A gente escreveu cerca de 100 músicas, sabe? Agora estamos escolhendo as que achamos melhores. Estamos prontos para o próximo disco.
Sua lista de colaborações para outros artistas inclui Chris Brown, Shakira e David Guetta. Vocês mantêm contato?
Sim, eu vi o David Guetta outro dia mesmo, porque o single novo dele, chamado “Sun Goes Down”, tem participação do Magic!. Eu acho que está chegando às rádios da Europa primeiro, e espero que depois chegue às do Brasil também.
Mas e amizade? Quem são seus amigos nessa indústria?
Meus amigos são Mark, Ben e Alex [os outros membros do Magic!].
Tá. Então, vamos falar de trabalho. Quais são suas colaborações dos sonhos?
Eu gostaria de trabalhar com John Mayer, porque ele é um ótimo guitarrista. Gostaria de trabalhar com músicos muito muito muito bons, sabe? Até… não sei… Até Kanye West, ele é muito criativo… Kendrick Lamar… Também gosto de trabalhar com grandes cantores e seria legal fazer algo com Adele, Bruno Mars, alguém assim com talento demais. Não sei… Tudo depende da música… Ah, eu gostaria muito de trabalhar com a Gwen Stefani também. Acho-a ótima. Paul McCartney! Ele seria o máximo. Bono. Incrível!
Quando chegar ao Brasil, procure por Carlinhos Brown. Acho que você vai gostar. Tem um pouco a ver.
Ok. Carlinhos Brown? Se fala assim? Carlinhos Brown. Ok. Vou anotar.
Para terminar, mande uma mensagem para os fãs brasileiros!
“Bom dia, Brasil!” (fala em português) Isso é “good morning”, né? (risos) É tudo que sei. Nós estamos muito felizes e empolgados por ver todo mundo no Brasil de novo. Foi um ano de espera para voltar e temos um show ótimo para vocês. Vamos nos divertir bastante. “Até logo!” (em português novamente). Até logo? Até logo? Tá certo?
Sim!
Até logo! Viu? Eu lembro um pouquinho. Só um pouquinho.