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Entrevista: Mãe adolescente, dançarina e uma das novas apostas do funk, conheça a radiante MC Rebecca!

“A minha carreira veio como um presente que recebi de Ludmilla”, explica MC Rebecca

MC Rebecca é a nova estrela do funk no Brasil! Foto: Divulgação

MC Rebecca aos 20 anos de idade e apenas 5 meses de carreira já coleciona alguns números bem interessantes na indústria musical brasileira. De agosto de 2018 até hoje ela já tem mais de 15 milhões de visualizações em seus vídeos no Youtube e mais de 7 milhões de streams no Spotify! No entanto, em um bate-papo bem descontraído com a carioca, nascida no Morro São João, descobrimos que hoje MC, Rebecca já foi passista da escola de samba Salgueiro por 10 anos e a sua “fada madrinha” na música foi ninguém menos que Ludmilla!

Do samba ao funk

Quem hoje vê MC Rebecca cheia de ritmo e swing performando coreografias nos clipes: “Ao Som do 150” e “Coça de Rebecca”, percebe que a menina tem talento para a dança, porém, o que muita gente não sabe é que a dança é “presença antiga” na vida de Rebecca: “Eu fui passista do Salgueiro por 10 anos, sendo que por 3 fui a rainha das passistas. Na minha família todo mundo é do samba e eu não pensava em seguir outra carreira até receber uma música de presente da Ludmilla”.

MC Rebecca no clipe “Ao som do 150”. Foto: Divulgação

Ludmilla – a fada madrinha

Sabemos que em todo início de ciclo precisamos de um “empurrãozinho” para fazer as coisas acontecerem, né? E MC Rebecca teve a ajuda de ninguém menos que Ludmilla para decolar a sua carreira como cantora: “Na verdade, a minha carreira veio como um presente que recebi de Ludmilla. Ela me deu a música “Cai de Boca”, gravei a canção e ela estourou. Eu não sabia como subir em um palco e cantar para as pessoas porque eu só dançava. Eu tive receio no início, mas a Ludmilla me deu alguns toques de como me apresentar nos shows porque tudo aconteceu muito rápido. Eu gravei a música e uma semana depois já estavam pedindo meu show. A Ludmilla foi meio que minha fada madrinha. Ela é salgueirense, aí nos conhecemos no samba. Quando ela entrou no Salgueiro eu já era passista, aí começou a nossa amizade. Não imaginava esse sucesso todo. Eu me inspirei muito nela também porque a Ludmilla tem uma história parecida com a minha – veio da favela e eu vim do Morro São João, no Engenho Novo, no Rio de Janeiro”.

Sem medo de ser feliz e cantar proibidão!

O funk proibidão ainda é um assunto que gera polêmica no universo musical por exaltar assuntos picantes e palavrões que às vezes são censurados. Porém, isso não é problema para MC Rebecca que canta com coragem alguns versos como: “Vem com essa boquinha / Abaixar minha calcinha / Bota pra fora essa linguinha / Me deixa com tesão /Que eu tô danadinha. Questionada se ela já se sentiu reprimida por ser intérprete de músicas “calientes”, muito tranquila, Rebecca responde:

“Eu acredito que dou voz às mulheres porque antigamente era muito difícil ver uma mulher cantando esse tipo de música. Eram só os homens que tinham voz. Aí chega uma mulher e canta o que eu digo na canção, eu acho foda! No começo a minha mãe ficou um pouco assustada, perguntou: “Filha, você vai cantar isso?” e eu respondi: “Vou, mãe”. Aí hoje em dia ela dança, canta e ainda fica feliz. Acho importantíssimo que eu seja uma mulher, negra, jovem e possa cantar “proibidão” para exaltar o poder das mulheres. Além disso, eu também componho. Ainda não tive a oportunidade de gravar nenhuma música que eu escrevi, mas componho também em outros ritmos, que não o funk – em ritmo de rap, trap, trapfunk, às vezes uma vibe mais romântics. Acho que devemos ser artistas versáteis”.

MC Rebecca – sem medo de ser feliz e cantar proibidão! Foto: Divulgação

Erguendo uma carreira consciente

Vinda de um contexto social humilde, MC Rebecca se preocupa em construir uma carreira com bases sólidas e por isso investe em sua educação tanto como artista, mas também de cidadã: “Depois que aconteceu essa reviravolta na minha carreira comecei a fazer aula de canto, curso de inglês, teclado. A música aconteceu na minha vida e eu me apaixonei. Eu busco muito me aprimorar do que estou fazendo. Isso é muito importante para eu ficar mais ciente das coisas. No começo, antes de ser MC, eu sempre escutei muito Beyoncé. Assistia aos seus shows e sempre tentava copiar as coreografias. Como eu virei uma MC, aí tentei pegar referências de Ludmilla e Tati Quebra Barraco porque elas têm a ver comigo”.

MC Rebecca – a mãe de Morena

Além de encarar os desafios de construir uma carreira no funk, MC Rebecca também lida com o aprendizado diário de ser mãe de uma menina que tem tudo para seguir os caminhos artísticos de Rebecca: “Eu sempre tive a ajuda da minha mãe. A Morena aconteceu no susto, eu tinha 18 anos e tive que amadurecer muito rápido. Ela é uma inspiração pra mim. Ela é meu orgulho, já conta de 1 até 10! Foi um desafio quando ela era bebê para amamentá-la, por exemplo. O meu peito ficou muito ferido e mesmo assim não podia deixar de amamentá-la porque previne doenças, deixa a criança saudável. O nome dela veio como inspiraçãod o nome da personagem Morena, da novela “Salve Jorge”. Eu queria um nome diferente, aí veio esse e eu acho que supercombina!”. Porém MC Rebecca avisa: “Eu já fechei a creche, minha mãe teve sete filhos e eu não quero seguir os passos dela, finaliza aos risos.

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