Desde pequena Izabel Marigo queria entender como as coisas aconteciam. Aos 8 anos, ela ganhou a sua primeira camiseta de banda e, a partir disso, começou a colecioná-las, passando por KISS e, ao mesmo tempo, Balão Mágico. Na adolescência, já frequentando shows, procurou entender como tudo acontecia e compreendeu que produção não era algo para a sua vida, assim como cantar. No entanto, existia uma estrutura nos bastidores a qual ela conseguiria se encaixar.
“Nada é fácil e nem impossível”
E os seus caminhos começaram a cruzar o mundo da música, na época em que cursava Administração de Empresas. Izabel adianta que, “como nada é fácil e nem impossível”, nesse período foi convidada para trabalhar no departamento financeiro da Gravadora Velas e as portas foram se abrindo. No trabalho, conheceu as pessoas certas. Depois, teve uma passagem pela Paradoxx e trabalhou, de 1998 até 2016, na Warner Music. Na gravadora, ela esteve no departamento de royalties até buscar novos negócios de synch e licenciamento.
“Onde realmente entendo que consegui colocar tudo em prática foi e está sendo na ONErpm. Acredito que por ser mais flexível e moderna conseguimos criar mais”, diz Izabel Marigo, diretora de A&R da ONErpm.
Em entrevista ao POPline.Biz é Mundo da Música, Izabel Maringo, diretora de A&R da ONErpm, fala sobre a sua carreira, o setor de Artístico Repertório e Novos Negócios, e o mercado musical.
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O ano era 2016. À época, Izabel foi convidada por Arthur Fitzgibbon, atual diretor da ONErpm Brasil, para fazer parte da equipe que ele dirigia. Ela considera que cresceu junto com a empresa, uma vez que desde o início entendeu que a missão da companhia não era “distribuir”, e sim desenvolver as entregas de trabalho.
“Os artistas foram entendendo nosso trabalho e os novos formatos de negócios. Enfim, se formatou uma instituição com departamentos bem distintos, porém muito ligados, e comecei a encabeçar a equipe de A&R e NN”, explica.
A rotina de trabalho de Izabel consiste em identificar artistas, independente dos números, e apresentar as soluções.
“Nossa rotina também é escutar e entender o que podemos e o que não podemos fazer por esse selo ou criadores, buscar parcerias e estar antenado às tendências. Hoje, consigo dizer que temos sucesso, porque somos apaixonados por música! É claro que os números são importantes, mas temos espaço e liberdade para continuar criando oportunidades aos talentos. Diferente de uma gravadora, os artistas não são escolhidos, eles nos escolhem.”
Atualmente, segundo Marigo, a equipe tem 21 pessoas, em 7 escritórios no Brasil e, também, em Portugal.
“Costumamos dizer que vamos para a ‘rua’ e é bem isso mesmo! Procuramos novos artistas, talentos e tendências o tempo todo.”
Quanto ao recrutamento de artistas para o catálogo da empresa, Marigo acredita que o maior recrutador é o resultado e a ética. Ela afirma que acha bacana as movimentações do mercado. No entanto, diz ser primordial que os artistas e selos tenham, além das propostas financeiras, um back com um site transparente, inovador, com ferramentas de gerência, uma estrutura capaz de desenvolver não só virais, mas carreiras.
“Nós não recrutamos, nós entendemos e apresentamos soluções para que nossos artistas sejam bem sucedidos. Por isso, vamos continuar e aumentar nossos esforços para que todos tenham e trabalhem dentro das melhores práticas”, aponta Izabel. “Não nos consideramos uma distribuidora, mas, dentro do nosso casting temos todos os gêneros, assim tivemos que segmentar A&R e marketing para cada segmento. Os nossos gêneros mais fortes, acompanhando o mercado, são o funk e Urbano (rap, trap, etc)”, complementa.
Segundo Izabel, o marketing exerce um papel não só importante, como é um diferencial, uma vez que dá “sustentação aos projetos”.
“Esse é um ponto muito importante e, por isso, não podemos considerar a ONErpm uma distribuidora. A empresa tem um Diretor de Marketing Artístico, Evandro Hirose, um cara incrível que comanda a maior equipe. Com certeza nenhuma outra empresa de música tem uma equipe tão grande e com foco, cada segmento tem uma equipe preparada para atender as demandas e pensar no desenvolvimento tanto no pré lançamento quanto no pós. Em um mercado de consumo voraz, o marketing dá sustentação aos projetos.”
Por fim, Izabel lembra que o mercado de distribuição enfrentou desafios em 2022, no entanto, segundo ela, ainda foi um bom ano. Quanto a este ano, diz que se sente motivada a continuar trazendo artistas que acredita e que está feliz pelo trabalho que sua equipe está desenvolvendo.
“Em um mercado onde os adiantamentos milionários e os virais valem mais do que talento e planejamento, é importante fechar negócios que façam sentido e em 2023 não vai ser diferente”, conclui.