Um dos artistas de maior sucesso da nova geração do sertanejo universitário, Gustavo Mioto está pronto para explorar novos horizontes em sua carreira. Prova disso é o lançamento do álbum “Mistura – Volume 1”, totalmente dedicado ao forró e a cultura nordestina, que será lançado nesta quinta-feira(10), com selo da Universal Music. Nada mal para um artista que, até então, que vivia se equilibrando com maestria na cena independente, não é mesmo?
“Acabei de assinar com a Universal, que é a maior do mundo! Estou muito honrado. A gente tem muitas coisas internacionais para o ano que vem, pro exemplo, tem o EP ‘Pé na Areia’ e o projeto para casais que eu sempre quis fazer, estou ansioso”, diz ele, já projetando seus passos para 2021.
Com o total de nove faixas, o projeto que flerta diretamente com o forró conta com as participações de Calcinha Preta, Raí Saia Rodada e Dorgival Dantas. A realização de um sonho, segundo o cantor paulistano, de 23 anos. “A cultura musical nordestina é muito grande, então, tem muitos artistas que não entraram, senão seria o DVD tipo ‘Senhor dos Anéis’, com horas de duração”, brinca, revelando que esse é apenas a primeira parte do projeto. “Como é o volume um, a gente vai desmembrando nos outros trabalhos. Hostaria de fazer o ‘Mistura’ com pagode, funk e rock”.
A gravação do DVD seguiu os protocolos de distanciamento social. Não houve plateia. Uma novidade na carreira de Mioto, que arrasta multidões por onde passa. “Foi bastante esquisito. Eu tenho necessidade do pessoal na frente do palco, é o termômetro”, avalia.
Outra novidade são as regravações do sucesso do sertanejo. Tudo foi registrado em um cenário luxuoso na capital paulista. Junto de Gustavo, Dorgival Dantas representou “Contramão” e “Tarde Demais”, duas músicas já aclamadas pelo público. O quarteto Calcinha Preta se dividiu e, em duplas, deu voz às canções “A Lua e Eu” e “Hoje à Noite”, enquanto o irreverente Raí Saia Rodada interpretou “Fake News” e “Ama ou Não Ama”.
Inquieto, Gustavo está sempre observando os movimentos musicais a sua volta para além do sertanejo. Apesar da visão plural, ele mantém suas raízes do modão, mas vem experimentando e se arriscando em outros gêneros. “Só enriquece o Brasil, que, talvez, seja o país com a maior diversidade cultural. Eu gosto de fazer essa ‘bagunça'”, conta. “A música não é restritiva, ele vem para mostrar que a gente pode ser feliz saindo da zona de conforto”.
O último lançamento de Gustavo Mioto foi o hit “Despedida de Casal”, que contou, no clipe, com a participação de comediantes e influenciadoras digital. “Nasci, cresci e vou continuar sertanejo. Não tem jeito. O ‘Mistura’ é um projeto paralelo. E não me afastei do sertanejo, porque forró e sertanejo caminham juntos. É como passear e, em seguida, voltar pra casa”, diz.
Fã de pop/rock, Gustavo Mioto já pensa em parcerias com bandas e artistas internacionais. Na lista estão Jota Quest, Capital Inicial, Ed Sheeran e John Mayer. Acredite se quiser. “Eu sou cara de pau. Eu mando direct direto para o John Mayer para uma parceira. Uma vez fui num show dele e fiquei mandando mensagem direto. Só não mando pro Ed, porque ele não olha as redes”, conta ele, que também admira artista do pagode como Dilsinho, Sorriso Maroto, Pixote e Raça Negra.
Apesar do “Mistura” ter surgido durante a pandemia, Gustavo Mioto assumiu ter perdido a vontade de produzir no início do isolamento. Para passar o tempo, a cantor tirou o tempo para jogar vídeo-game e aprender a tocar novos instrumentos. “Para tirar o estresse eu jogava vídeo-game, eu sou meio nerd, eu estudo sobre tecnologia, que me da uma aliviada. Virou uma terapia, voltei a estudar guitarra, peguei uns instrumentos novos”, afirma. “Passei muito tempo da pandemia sem tesão de fazer nada. Sem escrever, sem querer produzir. Demorou muito tempo até acender a chama”.
Com um ano profissional cheio de novidades, os festejos de Natal e Réveillon serão ao lado da família. “Ficar quieto em casa, vai ser diferente, mas gostoso de passar com a família. O ano que vem a gente tem muitos projetos”, comemora.