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Entrevista: Fióti fala sobre sincronização e foco da LAB Fantasma em audiovisual

Em parceria com a Warner Chappell, a empresa emplacou uma música na trilha sonora do filme “Lulli”, da Netflix

Foto: Lana Pinho/Divulgação

Afeto, amor e cumplicidade são os elementos que dão forma a “Quando for falar de amor“, single de Fióti com o rapper Coruja BC1, que conta com a participação da banda Tuyo – indicada ao Grammy Latino na categoria “Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa”. A música entrou na trilha sonora do filme “Lulli“, que tem a atriz Larissa Manoela como protagonista e foi disponibilizado em dezembro na Netflix. Mas essa não foi a primeira música que a parceria da editora Lab Fantasma com a Warner Chappell emplacou.

Protagonizado por Larissa Manoela, o filme está entre os dez mais assistidos na Netflix | Foto: Divulgação

Recentemente divulgamos que a música “Quem Tem Joga“, composição de Drik Barbosa, Karol Conka, Gloria Groove, Emicida e Grou, entrou na trilha do “Esquadrão Suicida”. Para contar mais detalhes desse esse olhar atento (e estratégico) da LAB Fantasma para sincronização de obras em produtos audiovisuais, o POPline.Biz é Mundo da Música bateu um papo com Fióti, CEO e sócio da empresa ao lado de Emicida.

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O músico revelou que a parceria entre as empresas já tem mais de 10 anos e que, fazer a música urbana periférica ganhar protagonismo dentro das obras audiovisuais fazia parte do planejamento estratégico montado pelas empresas há três anos.

“De 2019 para 2020, percebemos que ia acontecer um crescimento muito grande no streaming. Então, em nossas reuniões estratégicas, uma vez que eles administram a nossa editora, a gente alinhou algumas das nossas metas para os próximos três anos. Dentro disso, trouxemos muito a necessidade da influência, de a gente ter a música urbana periférica ganhando protagonismo dentro das obras audiovisuais”, contou Fióti.

E completou: “Hoje, sincronização ainda não é uma fonte de receita tão expressiva na indústria da música, mas eu acredito muito que com o momento que estamos vivendo, com o investimento de grandes players de comunicação no país, todo seguimento de entretenimento, incluindo a música – que é fundamental hoje numa obra audiovisual, vai sofrer impacto e uma transformação, que eu diria que tem mais coisas positivas do que negativas”.

Importância do audiovisual para o mercado

Toda negociação entre a LAB e Warner Chappell, passou por um acordo firmado pelo Music Supervisor do longa – profissional que supervisiona todos os aspectos relacionados à música no cinema, televisão, publicidade, videogames e outras plataformas de mídia visual.

Questionado sobre o crescimento da profissão de Music Supervisor fora do país, Fióti falou sobre a importância de existir um profissional atento às necessidades do audiovisual mas que também entenda de música e suas especificidades técnicas. “Sofremos de uma defasagem e um atraso muito grande [comparando ao mercado Norte Americano] no sentido de formação de profissionais para trabalhar na cadeia do entretenimento”, comenta.

“A gente entra não só na questão da formação, no sentido de popularizar o conhecimento e gerar oportunidade para sociedade, mas também no fato de prover um cenário em que a gente consiga ter mais profissionais capacitados dentro da indústria, passando pela questão da diversidade e inclusão, porque a indústria da música ainda é uma indústria que reproduz  estereótipos extremamente racistas, machistas e excludentes”, diz o CEO da Lab.

Foto: Lana Pinho/Divulgação

Para ele, é mercado promissor mas o Brasil precisa aproveitar as oportunidades, mesmo com o atual cenário precário em que a cultura vem passando, tanto no cinema como na música. “Como nós atuamos nos dois eu posso dizer: infelizmente a maioria dos players que estão nesse momento fazendo com que as produtoras consigam respirar, são players internacionais. Até por uma visão lógica, eles pensam muito mais sobre expansão do seu negócio, do que sobre o desenvolvimento de maneira a pensar no bem estar dessa cadeia como um órgão público como a Ancine faz”, revela.

Sucesso de “Lulli” na plataforma

Lulli é um fenômeno mundial, o longa ficou no ranking das 10 produções mais vistas da plataforma desde a sua estreia e se tornando o filme de língua não-inglesa mais assistido – globalmente – em sua primeira semana de exibição.

“Quando for falar de amor” é tocada durante uma cena marcante do filme, o que refletiu diretamente na busca do público pela faixa. A música acumula mais de 2.3 milhões de plays nas plataformas digitais e, no Spotify, a canção viu o seu consumo aumentar em 15%, desde o lançamento do longa-metragem.

“Lulli tem levado entretenimento e diversão para milhões de lares nesse momento em que as pessoas estão precisando de leveza e afeto em suas rotinas. Então ter uma música minha na trilha desse filme me deixa honrado”, comenta Fióti.

“A nossa missão, enquanto Laboratório Fantasma, é de impactar a sociedade de maneira positiva e a ótima repercussão de ‘Quando for falar de amor’ comprova que a música pode transformar a vida das pessoas”, finaliza.

Assista ao clipe de “Quando for falar de amor”: