Tiago Iorc está aí entre a gente desde 2007, quando lançou o single “Nothing But a Song”. Na época, ele só compunha e gravava em inglês e, assim, emplacou várias canções nas trilhas das novelas da Globo. Foram três álbuns até o “Troco Likes”, disco totalmente em português, que o tornou mainstream no ano passado. Tiago tocou em novela de novo, mas agora no idioma nacional, com “Coisa Linda”, e conquistou muito mais gente. Passou a precisar de seguranças para sair dos shows nos shoppings, namorou uma estrela de TV, foi perseguido por paparazzi, recebeu convite para parcerias com artistas renomados, e deu o que falar com um clipe com Bruna Marquezine.
Não há dúvidas: 2015 foi o ponto alto de sua carreira até então. Em 2016, ele quer manter esse patamar, claro. “Amei Te Ver”, a música do clipe com Bruna, foi enviada para as rádios e promete tocar bastante. O clipe já tem mais de seis milhões de acessos no Youtube, o que indica a aprovação popular. O ano está só começando, e ele revela, em entrevista ao POPline, que há planos para gravar um DVD e fazer uma turnê nos próximos meses. Quer mais? Tiago conta que gostaria de trabalhar com artistas extremamente populares para experimentar algo diferente. Nomes? Luan Santana e Anitta. Leia!
Você fez o primeiro show do ano no Rio de Janeiro. Como que foi?
Foi muito bonito, bem especial. A casa estava cheia, o público estava animado, foi bem legal. Começando com o pé direito.
Teve participação especial da Clarice Falcão. Como que aconteceu?
A gente se conhece já tem uns anos, e já tinha gravado uma versão de “Na Rua, Na Chuva, na Fazenda” juntos. A gente tinha se falado há pouco tempo e, como ela estava no Rio, e eu ia fazer o show, a gente achou que ia ser legal fazer.
Você é do tipo que se realiza mais compondo, reservado, ou cantando, no palco?
Huuum… Acho que tem o momento para as duas coisas. Os dois processos são muito especiais. O processo de composição, de tentar canalizar um sentimento, alguma coisa que precisa ser manifestada, dá uma sensação muito gostosa – no momento da criação da música, quando vem uma melodia, uma letra que faz sentido. Mas tem a transcendência disso que é o momento em que essa coisa especial passa a ser de outras pessoas. Cantar isso, no palco, e ver que aquilo significou para outras pessoas, e às vezes, nesse caminho, pode tomar outras conotações e servir para outras situações, isso também é muito especial.
Esse seu álbum novo, “Troco Likes”, elevou sua carreira a outro patamar, mais mainstream. Você consegue identificar a razão?
Ah, sem dúvida. Desde o princípio, a vontade desse disco era de me aproximar mais do público no Brasil, principalmente pela escolha de fazer um disco inteiro em português, que era uma coisa inédita, que não tinha acontecido ainda no meu trabalho. Todo o objetivo, desde o início, era ser um discurso muito direto para com as pessoas, um exercício meu de tentar encontrar coisas dentro de mim que pudessem ser coerentes para outras pessoas. Acho que tudo isso fortaleceu para que as músicas chegassem em mais pessoas.
Quando você surgiu no mercado, cantando só em inglês, e botando uma música atrás da outra nas novelas, seu público era uma galera mais novinha. Hoje em dia, já tem um público mais adulto. Você percebe isso nos shows?
Nos meus shows, percebo um público bem variado. Muita gente mais jovem, porque, no fim das contas, são as pessoas que… Eu acho que todo movimento acaba sendo mais jovem, porque são as pessoas que têm disponibilidade, que têm vontade de sair de casa, que têm energia para isso, então é a maior parte do público. Mas tem também as pessoas que me acompanham desde o início e estão envelhecendo junto comigo. Pessoas que me acompanham desde 2007 e estão ali ainda.
Já tem poser de Tiago Iorc?
Oooolha! (pausa) Não sei… Sabe que, nos shows, é muito bonito, porque vejo praticamente todo mundo cantando junto, então acho que tem poucos posers, nos shows pelo menos (risos).
Coincidentemente ou não, o aumento de sua popularidade se deu quando você estava namorando a Isabelle Drummond, que é muito famosa. Você passou a sair em site de fofoca, ser fotografado por paparazzi em restaurante e tudo mais. Como você lida com esse lado do sucesso?
É… Eu acho que parte da questão de fazer um trabalho que, no meu caso, se mistura à minha figura, meio que vira uma coisa só, meu trabalho sou eu, é a minha música, e ao mesmo tempo é o interesse das pessoas sobre as coisas que eu tô fazendo, com quem eu tô ou não tô… Acho isso tudo consequências do tipo de exposição que o próprio trabalho pede. Mas, para mim, é muito tranquilo, porque eu não busco a exposição por isso, então tento manter em um nível mais pessoal o que diz respeito às coisas mais pessoais, porque é saudável para minha intimidade. Coisas que são faladas deixam de ser do meu controle, então tem que seguir com o andar das coisas.
Mas o aumento da popularidade mudou alguma coisa na sua vida? Você deixa de ir a algum lugar, por exemplo?
Não, nunca deixei de fazer nada que eu quisesse fazer. Pelo menos, as pessoas que chegam para mim, e se manifestam publicamente, são muito carinhosas e têm vontade só de manifestar o quanto o álbum ou uma música foi especial. Então, é óbvio, se eu tiver o interesse de não me expor ou não fazer alguma coisa, eu vou optar por ficar em casa. Eu tenho essa opção. Mas, de forma alguma, eu deixo de fazer algo que seja importante.
O clipe de “Amei Te Ver” se tornou o mais assistido da sua carreira, com mais de seis milhões de acessos. Foi uma estratégia de buzz mesmo chamar a Bruna Marquezine?
Existia o interesse de ter alguém que pudesse somar junto no trabalho. A gente cogitou algumas pessoas. A Bruna, desde o início, foi uma das pessoas que me interessou, e eu acabei conhecendo-a nos bastidores de um programa que a gente estava gravando lá na Globo. A gente super se entendeu, foi super legal. Descobri que ela gostava do meu trabalho também, e foi muito bonita a nossa vontade de criar algo juntos, trazendo todo o universo dela junto com o meu universo. Foi algo inédito para ela também, porque nunca tinha gravado um videoclipe. A gente soube da força que teria a participação dela no vídeo, isso não era novidade para ninguém. Mas a questão toda do conceito, como filmaria, o que mostraria, o que não mostraria, o momento que mostraria o rosto dela, isso tudo foi um processo de criação junto com ela. Foi bem especial. Foi um encontro bonito de duas pessoas muito a fim de criar algo artístico.
O clipe de “Alexandria” mostra o show surpresa que você fez na Avenida Paulista. Pretende fazer algo assim de novo?
Essa experiência foi muito, muito legal, porque foi uma coisa de uma hora para outra que a gente resolveu fazer, e anunciou em cima da hora também. Foram 700 pessoas que apareceram na esquina que a gente tava fazendo o show, e a ideia era só fazer um registro em imagem para a gente ter como arquivo, o registro de um episódio que tinha acontecido. Mas, como a equipe que a gente tinha chamado para filmar estava toda preparada, com seis câmeras, um drone, imagens aéreas, então, quando a gente terminou e foi assistir e viu o quão bonito estava aquilo, a gente resolveu aproveitar o material. Encontramos um enredo que fizesse sentido e filmamos o restante das imagens, as minhas correndo pela cidade e tal. Eu acho que esse tipo de movimento tem que ser muito espontâneo, para não perder a beleza do que é. Não sei te dizer se vai acontecer de novo ou não.
O “Troco Likes” vai ganhar outros singles e clipes?
Ah, eu tenho vontade sim! Eu tenho ideias. Eu gosto muito de me envolver na direção e na conceituação dos clipes, e já tenho ideias de roteiro para algumas outras músicas. Agora, a gente vai trabalhar “Amei Te Ver” ainda, que vai começar a tocar nas rádios, então existe um foco maior em cima desse single, até um próximo momento. Mas deve existir outros clipes sim.
Você falou em uma entrevista que está prestes a produzir o álbum de umas meninas e, como pesquisa, andou ouvindo vários discos diferentes ultimamente, inclusive o “Purpose” do Justin Bieber. O que achou do material dele?
Sabe que me pegou de surpresa? Eu nunca tinha parado para ouvir o Justin Bieber, a não ser coisas que chegam por tabela, o impacto espontâneo, pela dimensão do trabalho dele. Mas eu nunca tinha parado para ouvir um álbum inteiro, talvez porque não fosse do meu interesse, sei lá. Por motivos de um estudo mais objetivo, de ouvir como está sendo produzida a música em diversas esferas, fui escutar. Já tinha ouvido falar que o disco dele estava bom, aí ouvi e gostei bastante. Ele é, de fato, muito talentoso. A questão das composições e da produção em si me interessou. Algumas músicas me agradaram. Tem uma parceria dele com o Ed Sheeran que eu achei muito precisa no minimalismo, que é uma coisa que me interessa, a coisa da exposição da voz dele ali com uma guitarrinha, super tranquilinha. Eu achei bonito de ouvir.
Desse universo pop, o que você gosta mais?
Eu gosto de tudo um pouco. Acabo não ouvindo tanto, tem coisas que ouço por tabela, que nem a música daquele jamaicano, “Cheerleader”. Eu não tinha parado para ouvir, e ouvi agora, e consigo ver porque aquilo se torna tão envolvente e chega a tantas pessoas. Mas acho que talvez, dos artistas pop que conseguem transcender e chegar a muitas pessoas, e ao mesmo tempo eu consigo me identificar, o Bruno Mars é o cara que consegue fazer essa ponte de um trabalho muito “para as pessoas” e, ao mesmo tempo, com muita riqueza sônica.
Você compôs uma música com a Sandy e gravou no DVD ao vivo dela. Como foi essa parceria: vocês se encontraram para escrever ou foi virtual?
Foi um misto dos dois. Ela foi num show meu em Campinas, aí a gente começou a conversar e ela me enviou o trecho de uma música que ela estava começando, um esboço. Eu trabalhei nela em casa, e a gente se encontrou algumas vezes para dar uma finalizada nela. Foi assim.
Vocês não se conheciam então, né?
A gente tinha se encontrado, há muitos anos atrás, nos bastidores de um “Criança Esperança”. Nem lembro que ano foi. Acho que 2009, 2010, sei lá, mas a gente mal tinha se falado. Foi no ano passado que nos apresentaram de fato.
Com que outros artistas você gostaria de compor?
Não sei, eu tenho tido muita vontade de fazer parcerias com pessoas que sejam de universos um pouco diferentes do que estou habituado, principalmente para conseguir transcender algumas coisas. Às vezes, eu fico pensando que seria muito interessante criar alguma coisa com Luan Santana, por exemplo, ou Anitta. São pessoas que dialogam com o universo pop, o popular, e têm uma outra forma de construir, mas que, ao mesmo tempo, tem um ponto em comum que é fazer música para as pessoas. Acho que poderia dar algo distinto, interessante, para trabalhar.
Para terminar, quais seus planos para este ano?
Em princípio, nesse primeiro semestre, eu vou produzir o disco das meninas, a dupla AnaVitória, e depois tem um plano de uma gravação de DVD, que deve acontecer nesse primeiro semestre. Aí, no segundo semestre, deve rolar uma turnê. Mas isso tudo está em estudos ainda. Mas deve ser por aí.
Já sabe qual a cidade onde vai gravar o DVD?
Sei, mas não vou te falar! (risos)