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Entrevista exclusiva para o Brasil: Ed Sheeran anuncia retorno ao país para divulgação do novo álbum


Um ano sabático, sem tecnologia, interagindo com as pessoas ao vivo, olho no olho e sessões em um estúdio montado dentro de um navio – do tipo, um pé nas férias, outro no trabalho. Esse foi 2016 para um dos artistas mais importantes do pop atual e o resultado começou a ser revelado no início deste ano com duas músicas lançadas de uma única vez.

“Shape Of You” e “Castle On The Hill” mostram de cara duas vertentes de Ed Sheeran que os fãs que desbravam cada verso dos seus discos estão acostumados. Aqui, temos o Ed festeiro e conquistador que fomos apresentados em faixas como “Sing” (do álbum “x”) e “Drunk” (do “+”) assim como também o cara família que ouvimos em “Afire Love” e “Even My Dad Does Sometimes” (ambas do “x”).

Os dois primeiros singles do álbum “÷” (leia-se “Divide”) foram lançados na primeira New Music Friday de 2017 em uma estratégia inédita para o time de Ed Sheeran. Em um papo com ele é possível entender essa ansiedade. Ed se diz completamente apaixonado pelo seu terceiro trabalho, fruto de uma peneira de mais de 200 composições então não é difícil entender porque escolher liberar duas delas em um único dia.

Nós conversamos com Ed no dia do lançamentos dos singles. O POPline foi o único veículo brasileiro a arrancar do britânico o que ele nos guarda para 2017, especialmente para os fãs aqui no país.

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“Está sendo um dia agitado e sei que se passou mesmo muito tempo desde meu último lançamento, mas estou feliz que as músicas finalmente foram lançadas e que vocês estejam gostando”, disse Ed logo no início do papo sinalizando que está confortável e preparado para a nova fase. Afinal, a expectativa é gigantesca e ele sabe disso. O álbum “x”, lançado em 2014, impulsionou a carreira de Ed Sheeran para um patamar que mesmo que ele tenha sonhado no passado, não imaginava que seria tudo tão voraz. Em dois anos, ele se tornou um dos nomes mais importantes do gênero pop no mundo, recorde de streaming e vendas, virou um guru da composição sendo cogitado por vários artistas há mais tempo na indústria da música, esgotou três noites no lendário estádio Wembley (90 mil a capacidade por dia) e até o troféu Grammy se tornou realidade.

Com voz tranquila, Ed transmite sim a imagem de um cara simples, mesmo por telefone, sem muito deslumbre pelos holofotes e que não tem interesse em parar sua máquina de hits tão cedo. Recentemente chegou a dizer que tem material para sete álbuns e não pense que é exagero! Para chegar as 12 faixas anunciadas na versão standard do “÷”, duas centenas foram colocadas no papel e levadas ao estúdio. “Acho que mais ou menos umas 200 faixas foram gravadas. Algumas delas acabaram sendo lançadas por outros artistas como ‘Cold Water’ [Major Lazer] e ‘Love Yourself’ [Justin Bieber], mas foram aproximadamente 200 canções pensando no ‘÷'”, disse para o POPline. “Quer saber [respira fundo], eu realmente… realmente gosto dele [do álbum], do som, da produção”, revelou. Perguntado sobre porque se sente tão ansioso com o lançamento do terceiro álbum da carreira, uma confissão: “não sei, não sei… [engasga], não sei. Desculpa [disse nervoso]… não sei se farei melhor no futuro. Estou muito, muito, muito animado. É sim minha melhor obra”.

Um outro motivo pelo qual o projeto está próximo ao coração de Ed é porque, pela primeira vez, além de compor, ele divide a responsabilidade da produção executiva do álbum com Benny Blanco – com quem trabalhou no “x” na faixa “Don’t”. “Produzi cinco músicas deste disco o que é bastante interessante e até legal porque eu nunca havia feito isso antes”, disse confiante.

O nome do álbum não apenas dá sequência aos títulos matemáticos. Muitos podem não saber, mas há uma razão por trás de cada uma das escolhas. “÷” tem ligação com o que Ed quer passar ao público na “nova era”. Se no “x” (leia-se “multiply”), o astro queria multiplicar a experiência do álbum “+” (leia-se “plus”), em “÷”, a ideia não é dividir, mas sim mostrar aos fãs um Ed Sheeran eclético em suas referências. “É um álbum com uma sonoridade diferente, há muitos sons diferentes nele. No final se transformou em um álbum bem dividido em relação aos gêneros então o nome do álbum acabou por refletir essa diversidade”, revelou.

Ed lembra com carinho do Brasil. Em 2015, esteve no país para três shows da turnê “x” e já disse que pretende voltar. Mais de uma vez. “Você volta ao Brasil ainda este ano para divulgar o “÷”?”, perguntei. “Ah sim, irei com certeza. Bem… não sei lhe dizer precisamente o mês certo, mas creio que estarei chegando ao Brasil um pouco antes do verão [no hemisfério norte o verão começa em junho]. Vai ser divertido”, comentou. Já sobre colocar o Brasil como parte da turnê do novo disco, os fãs terão que aguardar mais um tempo. “Siiiiiim, voltarei sim [disse empolgado]. Mais uma vez não posso lhe confirmar agora a data, mas definitivamente estarei no Brasil para tocar as novas músicas. Mal posso esperar para voltar ao Brasil e fazer os melhores shows que eu puder fazer para vocês”, mais uma vez disse confiante.

Além dos shows, é possível que os brasileiros também encontrem com Ed Sheeran nas próximas férias – que não serão tão longas quando as últimas, ele já avisou. No último ano, o cantor retornou a alguns países que receberam a “x Tour” para descanso. “Infelizmente não estive no Brasil neste período, mas quero muito voltar. Também não visitei o México, então vai ficar para um outro ano”.

A data de lançamento do “÷” foi anunciada: 3 março. E até lá, “Shape Of You” e “Castle On The Hill” não serão as únicas músicas conhecidas do projeto. Para o POPline, Ed anunciou que vem mais por aí. “Eu acho [pausa]… definitivamente vou lançar mais algumas músicas antes da estreia do álbum”.