Enrique Iglesias

Entrevista: Enrique Iglesias fala sobre retorno ao Brasil após anos de ausência

“Por mim, eu teria visitado o Brasil muitíssimas vezes, mas infelizmente, nos últimos anos, não deu. Tenho muita vontade de ir”.

“Todo… to… todo bom, bien… Todo bem!” (sic) – com o cuidado de tentar falar em português, Enrique Iglesias atende o telefone para a entrevista com o POPline. O cantor está com show marcado em São Paulo para 5 de abril no Espaço das Américas, e não vê a hora de chegar ao Brasil. Ele não pisa no país há anos e nunca cantou por aqui alguns de seus maiores sucessos, como “Bailando”, “El Perdón”, “Duele el Corazón” e “Súbeme la Radio”. A expectativa para o reencontro com os fãs brasileiros é grande e isso é demonstrado em cada resposta do cantor.

Antes de tudo, porque você demorou tanto para marcar uma volta ao Brasil?
Eu sei… muitos anos! A última vez que estive no Brasil foi em 2010 e me lembro perfeitamente. Por mim, eu teria visitado o Brasil muitíssimas vezes, mas infelizmente, nos últimos anos, não deu. Tenho muita vontade de ir. Estou nervoso, ansioso, e com muita vontade de que esse show seja espetacular. Não pude cantar aí durante um grande período da minha carreira, praticamente nos últimos dez anos, então tenho muito a mostrar.

Você disse que lembra perfeitamente da última vinda. Que lembranças você tem do Brasil?
Tenho muitas lembranças, mas me lembro perfeitamente da minha primeira visita ao Brasil, quando eu era um garoto, com meu primeiro álbum, em 1995. Eu me lembro perfeitamente de aterrizar em São Paulo para o lançamento do disco, com a gravadora, e me lembro do primeiro programa de televisão, que foi o do Faustão. Você se lembra do Faustão?

Claro! Ele ainda está no ar! (risos)
O programa dele ainda é popular, né? Incrível! Eu me lembro perfeitamente de tudo que fiz nessa etapa da minha carreira.

Muito tempo passou de lá para cá. Agora você tem mais de 40 anos, é pai e um cantor superpremiado. Como pessoa e como artista, quem é esse Enrique Iglesias que volta ao país?
Acho que é uma coisa de energia. De certa maneira, acho que evoluí e mudei muito, mas por outro lado também acho que tenho muito daquela época. O que posso dizer é que acho incrível esse momento da minha carreira, com a evolução… Não digo evolução do tipo “uau! olha como ele evoluiu incrivelmente!” (risos). Eu digo por mim mesmo, como eu me vejo. Eu nunca imaginei que poderia cantar ou escrever músicas como “I Like It”, “Bailando”, “Súbeme la Radio”. Passei por etapas muito diferentes na minha carreira e acho que agora estou desfrutando muito. Posso subir no palco e cantar músicas muito, muito diferentes.

E quanto aos seus filhos? Eles ainda têm meses de vida e acredito que você e Anna Kournikova ainda estão se descobrindo como pais. Como é já estar em turnê e ter que viajar?
É difícil. É difícil sim, mas graças a Deus eu tenho a flexibilidade de poder fazer meu itinerário e não ficar fora de casa mais de duas semanas. Esse é o máximo agora. Por exemplo, quando for ao Brasil, vou só ao Brasil e à Argentina, e só a São Paulo e a Buenos Aires. Tento não marcar muitos shows seguidos para poder voltar para casa.

Isso é uma novidade para você, né?
Sim, é uma novidade, mas é importante para mim. Agora mesmo, tenho energia e vontade de subir no palco, de cantar, de curtir, e quero aproveitar isso, mas também não abusar… Quero dizer, abusar não é uma boa palavra. O que eu quero é ter um equilíbrio entre a vida pessoal e a artística.

Falando sobre a turnê, o que ela tem de diferente das outras? Desde o álbum “Sex and Love” (2014), essa é sua terceira turnê.
Ah, mudou muita coisa. Desde o “Sex and Love”, já lançamos tipo quatro músicas novas. Eu acredito que não é tanto um disco que muda o show. São as músicas. Uma música é como um capítulo, uma série. Pode ser maior que um disco, sobretudo hoje em dia. Para mim, cada canção marca uma etapa, uma certa forma de como você se sente naquele momento. Uma música, para mim, é mais que uma música. Com os singles, busco dar importância para cada uma delas. Não quero lançar músicas apenas por lançá-las, ainda mais agora na minha carreira. Quando escrevo e vou trabalhar com amigos e produtores, a primeira coisa que falo é: “se vamos fazer uma música apenas por fazer, é melhor ficarmos em casa e não fazermos nada”. Se fazemos fazê-la, é porque realmente nos comove, nos enche de entusiasmo.

Mas você pensa em fazer um álbum novo?
Veja bem. Agora, na minha carreira, da forma que as coisas andaram, não acho que é importante um disco. Eu acho que um disco é importante para o artista ter um grupo de músicas. Mas agora não é primordial para mim.

Você já gravou versões de suas músicas com Sandy & Junior, Luan Santana e Zé Felipe. Qual é tua conexão com a música brasileira e os artistas brasileiros?
Olha que engraçado… Uma das minhas primeiras colaborações – de toda minha carreira, não apenas brasileira – foi com Sandy e Junior.

Ah, sim?
Sim! Sim, sim! Eu me lembro perfeitamente. Foi incrível. As colaborações me encantam. Eu não as faço apenas por fazê-las: “ah, isso aqui vai dar uma boa resposta em tal região”. Não. Eu faço porque realmente gosto e sempre se aprende. Com Luan Santana, tive a oportunidade de trabalhar em “Bailando” e poder ver, aprender, prestar atenção em como ele escreve, como faz. Isso, para mim, é bom.

Há outros cantores brasileiros com quem você gostaria de gravar?
Ah, com muitos cantores brasileiros. Mas eu funciono assim: primeiro crio a música e depois eu penso na colaboração. Não tenho sorte pensando na colaboração antes da música.

Todas suas últimas parcerias foram com homens. Pensa em gravar mais com mulheres?
Sim. Claro! Mas vou repetir: eu não sou muito de pensar na colaboração assim. “Ah, essa colaboração vai ser com um artista desta região, vai ser em espanhol ou inglês, vai ser homem ou mulher…”. Não penso muito assim. Eu penso primeiro na canção e depois imagino quem poderia agregar nela.

Entendo. Voltando à turnê, a “Enrique Iglesias Live!” te leva para Grécia, Israel e inclusive o Brasil, aonde você não vinha há muito tempo. Há algum lugar no mundo onde você ainda não cantou?
Ai! São tantos lugares. Óbvio que não visitei alguns. Teria que ver. (pensa) Ainda não cantei… (pausa) Tem que haver algum lugar. Sei que já visitei quase todo o mundo.

Todos os continentes com certeza.
Sim, sem dúvida. Menos Antártida! (risos)

Pergunto isso porque queria saber se você realmente consegue conhecer os lugares. Você separa tempo para turismo ou só conhece diferentes aeroportos e hotéis?
Olha, uma turnê acaba sendo muito sobre aeroportos e hotéis, infelizmente, né? Mas eu gosto, não me importo, já estou acostumado. Se tenho a sorte de visitar um lugar várias vezes ou ter um dia livre, posso conhecer sem ter que trabalhar. No Brasil, por exemplo, visitei Rio de Janeiro e São Paulo muitas vezes no início da minha carreira – sobretudo o Rio – e pude andar pela cidade, visitar lugares e conhecer mais da cultura, da comida, fazer amigos.

Falemos sobre as redes sociais agora. Você gosta? É ativo?
Sim. Eu gosto. Uso mais alguns do que outros. O Instagram atualmente é meu favorito. Tenho tendência a ficar muito conectado ao Instagram. Não sei o que acontece, mas ele me prende.

E você recebe muitas mensagens de brasileiros lá?
Sim! Muitas. Vejo muita gente do Brasil nas redes sociais. E eu me lembro particularmente dos meus fãs do Brasil. Não digo assim vagamento. Eu me lembro de rostos específicos! Sim! Espero poder reconhecer as caras quando chegue a São Paulo. Espero depois poder voltar também para o Rio e outras cidades no Brasil.

Para terminar, deixe um recadinho para os fãs do Brasil então.
Para todos meus fãs do Brasil, um fortíssimo abraço e muito obrigado por tudo. Nos vemos dentro de alguns dias em São Paulo. Nos vemos aí. Estou com muita vontade de fazer esse show e passar esse momento com vocês.

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