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Entrevista: Diogo, do Melim, fala sobre a nova música “Gelo”, sucesso e planos para a carreira


Você não precisa nem ser muito ligado no mundo pop pra saber quem é o Melim… Desde 2018 as músicas “Meu Abrigo” e “Ouvi Dizer” tocaram muito nas rádios e foram destaque nas plataformas digitais, encantando com uma sonoridade bem solar, aquela famosa música “gostosa de ouvir”.

Depois de aproveitar o sucesso, chegou a hora de dar mais um passo na carreira. O single “Gelo”, já acompanhado de clipe, foi lançado no dia 20 de agosto, trazendo dessa vez uma proposta bem diferente, com um clipe gravado em um cenário nevado no Chile.

Em entrevista exclusiva ao Portal POPline, o integrante Diogo falou tudo sobre essa nova fase da carreira, além do sucesso e dos planos para o futuro. Claramente orgulhoso de seu trabalho, ele ressalta sua vontade de passar uma mensagem positiva ao público. Muito carinhoso, ele se refere aos irmãos Rodrigo e Gabriela como “Rod” e “Gabi”, apelidos carinhosos que também pegaram com os fãs.

Leia!

Primeiro de tudo, parabéns por “Gelo”, a música e o clipe estão incríveis! E aí, como tem sido a recepção inicial pra você?
Tá maravilhosa! Esse é o nosso melhor lançamento, disparado. Eu vejo pelos comentários. Ontem eu parei para dar uma lida nos comentários do YouTube e, basicamente, são todos os comentários dizendo que é o nosso melhor clipe, que tá uma energia maravilhosa, que a música casou muito bem com o clipe… Li que, mesmo falando de gelo, traz um sentimento quente, sabe? Passa acolhimento! Foi tudo o que a gente tinha imaginado quando finalizou a música, só que de uma forma melhor!

Geralmente as músicas de vocês remetem a muito sol, praia, cachoeira… Dessa vez vocês apostaram em um tema bem gelado! Como surgiu essa ideia?
Primeiro veio do sentimento, da história da música… “Você me deu um gelo”. A gente fez essa composição em partes e a primeira coisa que saiu foi o refrão. Foram seis compositores, eu e o Rodrigo na parte do refrão, e eu não sei quem era o sofrido do grupo, mas acho que alguém entrou nessa vibe de dar uma brincada com essa coisa de quando a pessoa não responde, ou algo desse tipo, e então a gente puxou essa ideia… Do “Gelo” veio a ideia de transformar esse tema no mood da canção, de colocar toca, chuveiro quentinho… Foi uma brincadeira.

Eu ia até mesmo perguntar se a letra fala de alguma experiência pessoal de algum de vocês três…
Eu acho que a música não é uma matemática, é sentimento e emoção e isso é muito subjetivo. Independente se for uma história pessoal, querendo ou não, no momento em que você for escrever a música, você vive esse sentimento. Eu posso dizer que não tem nenhuma pessoa especial para quem eu criei essa música, ninguém me deu o gelo (risos). De qualquer forma, faz parte de um entendimento geral, todo mundo conhece esse sentimento.

Uma coisa que eu percebi é que em “Gelo” todos os três têm uma parte que se destacam vocalmente sozinhos. Isso foi um ponto de atenção ou aconteceu naturalmente?
Foi natural. A gente sabia que seria legal se a gente colocasse a parte B para outra pessoa cantar. A princípio seria o Rod e a Gabi e até quase os finais das gravações estava definido assim, mas foi o próprio Rod que me convidou pra cantar. ‘Eu acho que, como muda a letra na segunda parte, você poderia fazer’, disse ele. Eu respondi que tava achando lindo na voz dele, mas acatei a ideia. Eu fiquei super feliz, porque é uma das músicas que eu mais gosto da gente. Acho que de tanto ouvir as músicas mais antigas, a gente fica querendo ouvir as novas. É um xodó!

Falando nisso, como vocês costumam dividir os vocais nas produções?
É claro que tem uma preocupação técnica. Como somos três vocalistas, tem o cuidado de todos os três terem a voz presente no disco, então a gente tenta sentir no feeling. É subjetivo, mas a gente entende a afinidade da música, pela letra, pela naturalidade… Tipo, eu sou mais melodioso que o Rod, por exemplo, e ele tem uma firmeza muito grande. A gabi é mais emotiva. Lá no álbum, tem a “Maju”, que é uma canção mais firme, a gente achou que seria perfeita pro Rod cantar. A “Não Demora”, que é mais explosiva, a Gabi foi perfeita. Então a gente sempre segue dessa forma, vendo as características e afinidades. Algumas vezes você gosta muito de uma música e, quando isso acontece, é porque você tem que cantar ela.

“Gelo” vem depois de grandes hits como “Ouvi Dizer” e “Meu Abrigo”. Você sente, de alguma forma, certa pressão para emplacar mais músicas nas paradas?
Não deveria ser assim… Na verdade, essa não é uma responsabilidade nossa, mas isso acontece, dependendo pra onde você está olhando, sabe? A gente lançou “Meu Abrigo”, que foi a nossa primeira, e foi um hit nacional. Depois veio “Ouvi Dizer” e também foi… E toda vez que a gente for lançar uma música, tem muita gente que fica esperando a mesma coisa. Mas a gente nem se coloca nessa posição, a gente sabe que o que depende da gente é fazer música com o coração e usar toda a nossa capacidade pra entender o que está rolando no mercado, pra fazer música de qualidade, pra passar o que a gente quer como artista, enfim… Fazer com o coração. A gente está sempre torcendo pra música alcançar o maior número de pessoas possível, porque a gente sabe que o sucesso é um poder e isso consegue amplificar muito a sua essência. A gente tem muita coisa boa no coração pra passar, então quanto mais longe as músicas chegarem, melhor. Tipo, a gente foi pra Portugal e tava todo mundo cantando “Meu Abrigo” e “Ouvi Dizer”. Junto com isso, vão nossas mensagens, nossa essência, e é isso que a gente quer, ser importante para mudar a vida das pessoas.

Isso vai além dos números, não é mesmo?
Sim! Na nossa concepção, a gente não se sente preenchido em ter um sucesso que não esteja atrelado em uma mudança de realidade para as pessoas. Eu acho que todo mundo que tem discernimento sobre o mundo que a gente vive hoje, tem uma responsabilidade de forma inerente de transformar. Querendo ou não, a gente nasceu em uma família de classe média, com pais que apoiaram a gente, e não é todo mundo que tem essa oportunidade. Então, se a gente tem, vamos usar isso da melhor forma possível, usar essa gratidão para mudar o mundo.

Com todo esse sucesso, o que aconteceu que você não esperava? O que foi uma grande surpresa?
Uma dessas foi a nossa viagem pra Portugal, que a gente chegou lá e tinham muitos portugueses que também acompanhavam nosso trabalho. Também tem o Rock in Rio, que a gente vai tocar no dia 6 de outubro. Isso sempre foi um grande sonho! Além de todas as parcerias, com Ivete Sangalo (“Um sinal”), com Sandy (“Eu pra Você”). São amizades que a gente está fazendo… Outro dia a gente estava na casa do Alexandre, do Natiruts, falando de música, de energia, de mundo… Isso é muito legal, a gente olha pra trás e vê como a gente sempre sonhou com isso.

Depois de “Gelo”, o que mais os fãs podem esperar? É início de uma nova era?
A gente vai estar sempre defendendo a questão do álbum, que permite apresentar o artista de uma forma mais completa. A gente entende que nem todas as músicas são feitas para tocar no rádio, mas tem músicas com outras importâncias. Tem o lado da versatilidade. Por exemplo, o Melim não é só o reggae de “Meu Abrigo” ou o pop de “Ouvi Dizer”. Temos outros lados, também, que são muito interessantes, mas de uma forma mais segmentada.

Então tem álbum vindo por aí?
Acredito que sim. A gente não sabe o dia da manhã, mas queremos sempre lançar álbuns, defendendo um trabalho mais completo.

Já que você tocou no assunto, o estilo musical de vocês realmente agradou em cheio, mas vocês têm algum lado que ainda não mostraram e gostariam de mostrar?
Tem, sim! Acho que a gente está sempre atrelando nossa música ao nosso propósito, mas de alguma forma tem um limite de como podemos abordar esses assuntos. Por exemplo, é muito bom a gente falar de assunto que fazem as pessoas refletirem, mas só falar disso, também fica chato. Então, é legal você falar de amor, de natureza, de consciência… Na medida do possível, a gente vai colocar mais informação, coisas que desafiem a consciência das pessoas.

Tipo, tem uma música que a gente nem lançou, se chama “Menina de Rua”. Fala de um dia que eu tava triste e eu encontrei uma menina na rua que estava super feliz, que me agradeceu e deixou meu dia melhor. Eu fiquei pensando… Cara, a gente tendo tudo o que a gente tem e às vezes as pessoas que não têm, conseguem essa felicidade. Então eu fiquei pensando, o que vale na vida, sabe? Então eu quero falar mais dessa parte social.

Inclusive, teve uma ação social atrelada ao lançamento de “Gelo”.
Sim, a ação foi até o dia 27 de agosto. Pra participar era só postar uma foto no feed do Instagram com a hashtag #MelimGelo. Todos os posts foram convertidos para valores monetários, direcionados para compras de agasalhos para um abrigo em Nova Iguaçu. Mas eu acho que a importância dessa ação tem a ver com a conscientização, sabe? Mesmo que não se interessa participar dessa vez, vai ver a ação acontecendo e pode mudar o que pensa sobre isso. Tipo, ‘ah, que legal, o Melim tá falando sobre isso, então eu deveria procurar sobre isso em algum momento’.

Vocês viajaram ao Chile para o clipe. Como foi essa viagem? Deu tempo de se divertir além do trabalho?
Deu pra me divertir bastante, deu mesmo! Eu confesso que na hora do planejamento, eu olhei para o meu calendário e me senti até claustrofóbico. Eu falei, ‘cara, a gente vai fazer dez shows seguidos e depois vamos viajar pro Chile’. Sei lá, eu queria ter um dia de folga, mas foi completamente diferente do que eu imaginava. Assim que a gente desembarcou, a galera começou a animar e foi muito divertido. Eu guardo essa viagem como se fosse uma trip de passeio. O clima foi muito bom e isso que muda tudo, a vibe das coisas. Foi uma experiência que eu nunca tive, ficar vários dias isolado na neve… Eu pegava só o celular para interagir com os fãs, mas eu não fiquei em função disso. Eu tava presente lá, de alma.

Para você, o que tem de mais legal em “Gelo” para que seja um convite para que todos escutem?
O mais interessante em “Gelo” é a energia do clipe. Pra quem conhece neve, vai bater uma nostalgia, e pra quem ainda não conhece, talvez traga um sentimento bom de se sentir representado, sabe? No clipe, a gente fez tudo o que as pessoas têm vontade fazer! A gente brincou de tacar neve um no outro, fez boneco de neve, fez anjinho… A gente viveu tudo o que aquele lugar tinha pra oferecer. Eu acho que, quem quiser se sentir quente nesse friozinho que tá fazendo, acho que o clipe vai ser uma boa opção.