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Entrevista: De volta à música e cheio de planos, Jesse McCartney nos contou detalhes sobre seu novo single “Wasted” e confessou vontade de vir ao Brasil

“Estou falando aqui de Chicago e está – 20 graus, está congelante!” – Foi assim que Jesse McCartney deu início ao nosso papo pelo telefone. O cantor e ator americano, que começou a carreira artística ainda da adolescência, está de volta à música pop depois de um tempo focado nas produções para televisão e principalmente em sua vida pessoal. Se não fosse pela simpatia, voz serena e recentes aparições em uma série de comédia, a gente podia apostar que este é um caso de estrela infantil que precisou sair do showbizz para tratar de seus traumas, mas o contrário se faz verdade. Jesse precisava apenas de descanso após tantos anos dedicados quase que 100% ao trabalho.

Para se ter uma ideia, quem hoje tem 19 ou 20 anos estava nascendo quando o nova-iorquino já fazia parte da boyband Dream Street e despontou para o estrelato nos Estados Unidos. Desde então, Jesse McCartney voltou todas suas atenções para sua carreira solo, lançou dois EPs e quatro álbuns, fez duas turnês com os Backstreet Boys, produziu trilhas sonoras, dublou e atuou em filmes do Disney Channel e até ganhou uma indicação no Grammy Awards de 2009 por “Bleeding Love” – parceria com Ryan Tedder que foi gravada pela inglesa Leona Lewis.

Agora, com o projeto de um novo álbum na manga e uma vontade enorme de visitar o Brasil, que, segundo ele, é responsável por boa parte dos seus números nas redes sociais, Jesse McCartney lançou um novo single e clipe, “Wasted”, que nos dá uma prévia do que ele quer trazer para os seus fãs nos próximos meses. Se seguir a mesma ideia do vídeo, veremos um Jesse muito mais espontâneo e divertido, como ele mesmo nos confirmou na entrevista! Confira!

Depois de 10 meses, você finalmente está de volta com um novo single e clipe, “Wasted”. Como se sente ao voltar a rotina de gravações, entrevistas e tudo mais?

JM: É maravilhoso! No início de 2018 lancei uma música que se chama “Better With You” e acho que ela foi bem recebida pelo meu público, me ajudou a me reconectar com eles de uma maneira especial e agora tenho este novo single, que lancei há alguns meses. Esta música também parece ter agradado bem os meus fãs nos Estados Unidos e fora daqui também. É ótimo! Já faz quase três anos que estou viajando, fazendo turnê, então parece que meu público ficou feliz, eu estou feliz e as coisas estão indo super bem!

Você apostou em um clipe mais engraçado para “Wasted” e acho que ele destaca alguns traços da sua personalidade e seu senso de humor, que talvez ficavam mais escondidos antes, certo?

JM: Sim, foi intencional! Acho que agora, mais do que nunca, podemos mostrar a minha verdadeira personalidade. Muito do que apareceu ali, como o meu senso de humor, é como realmente sou na vida real. Eu queria fazer algo divertido, que não fosse necessariamente o clichê das músicas sobre bebida; a música se chama “Wasted” (bêbado, em português) e eu não queria que tivesse apenas um monte de gente tomando todas. Usei a oportunidade e a plataforma para fazer algo mais criativo e decidimos usar essa estética das novelas cafonas dos anos 1970… Tive a colaboração de várias pessoas próximas a mim, até minha namorada está no clipe! Foi super divertido e desafiador poder viver esses personagens e acho que ficou muito legal para quem assiste também.

Como falamos antes, “Better With You” foi lançada há cerca de 10 meses, mas você também teve um hiato de quatro anos entre este lançamento e seu último álbum, “In Technicolor”. Por que você levou tanto tempo fora da música?

JM: Eu precisava de uma tempo para fazer outras coisas. Também quis focar mais na atuação, eu fiz algumas temporadas de uma série de comédia que se chama “Young and Hungry” (Jovem e Gourmet, em português). Eu precisava de um tempo para mim, para viajar, relaxar, curtir a vida e pensar em novas coisas para poder compor, sabe? Coisas que sempre quis fazer. Acho que, um dia, acordei e pensei: Já estou com 30 anos e trabalho desde os 16! Sei que para a maioria das pessoas, aos 30 anos é quando sua carreira começa a deslanchar, mas eu precisava de um tempo. Comecei a trabalhar muito antes do que a maioria das pessoas. Foi uma decisão consciente e eu queria um tempo para ser mais eu mesmo.

Podemos então dizer que “Better With You” e “Wasted” marca o início de uma nova era? Talvez a primeira amostra de um possível novo álbum? Seria o seu quinto trabalho em estúdio, certo?

JM: Ah, eu acho que sim! Estou tentando finalizar um projeto, um álbum completo, mas tem sido difícil! Estou viajando e fazendo muitas turnês e as demandas dessas turnês me tomam muito tempo e fica difícil para eu entrar em estúdio e finalizar meu projeto. Então, vou trabalhar muito para finalizá-lo neste ano. Eu já tenho umas cinco músicas, mas definitivamente preciso de mais tempo para compor. Mas enfim, esta é a minha meta!

E como você está planejando este novo álbum? Você gostaria de fazer alguma parceria? As colaborações estão super em alta agora…

JM: Ainda não tenho planos imediatos ou parcerias em mente. Para mim, gosto mais de trabalhar com um grupo de compositores que amo e admiro – alguns deles de Los Angeles, que estão trabalhando comigo nesse momento. Então eu espero as oportunidades, quando elas se apresentam ou quando a música pede uma parceria, eu gosto de experimentar, mas não crio muitas expectativas. Principalmente nos fãs! Simplesmente digo a eles que há um novo projeto a caminho e veremos o que pode acontecer. Não gosto de fazer falsas promessas haha! Nesse momento, estou trabalhando uma música de cada vez e espero fazer um bom álbum pop.

Levando em consideração a maneira com a qual as pessoas consomem música hoje em dia, que é tão diferente dos anos 1990 e 2000, às vezes os fãs só querem singles novos, querem ter sempre algo novo para escutar e não necessariamente um disco. Você concorda?

JM: Claro! Acho que estamos em um momento de consumo constante e mesmo que você lance um álbum completo, em um ou dois meses os fãs já estarão pensando: “E agora, o que mais?”. Eu acho que há algo como um “trickle effect” (teoria do gotejamento, em português), que é meio que manter as pessoas esperando por algo em um ritmo mais lento e estável, ao invés de entregar tudo de uma vez. É uma forma de manter seus fãs conectados, interessados e querendo mais, porque nunca teremos conteúdo suficiente para satisfazer completamente o nosso público. Eles ficam entediados com uma rapidez enorme, esta é a era que estamos vivendo. Essa foi uma mudança muito dramática no mercado. Até cinco anos atrás, era tudo diferente. Lancei uma música em 2018 que me trouxe o mesmo tanto de sucesso, ou até mais, do que o lançamento de um álbum. Então, é muito interessante observar essa mudança.

Você fala muito dos seus fãs e acredito que depois de tantos anos de carreira, você tenha uma ‘fanbase’ muito sólida. Porém, quando se trata dos fãs mais jovens, que lhe conheceram agora, como eles reagem aos seus trabalhos mais antigos?

JM: Wow! Você sabia que a maioria das garotas e garotos que vão aos meus shows têm 15 ou 16 anos?! Obviamente, há uma parte do público que é mais velha, em seus 20 ou 30 anos, mas há uma boa porcentagem de pessoas que estão indo em seu primeiro show da vida e estão me descobrindo agora. Normalmente isso acontece via internet, ouvindo as músicas novas, ou através de uma irmã ou irmão mais velho que mostraram para eles as mais antigas. O mais louco é que essas pessoas de 15 ou 16 anos estavam nascendo quando eu comecei, mas é sempre muito legal!

Você tem um contato próximo com seus fãs? Os brasileiros são ativos em suas redes sociais? Normalmente somos presentes na internet como ninguém!

JM: Sabe que sempre me surpreendo porque sempre tem uma grande parte dos meus fãs que são brasileiros! América do Sul em geral! Quando olho os dados do meu Instagram ou Twitter, há uma grande porcentagem de brasileiros interagindo! Nossa relação é muito forte, sempre me conecto com eles via redes sociais todos os dias, o máximo que posso.

Pretende nos visitar e quem sabe fazer shows por aqui em breve?

JM: Eu não sei como, mas quero muito visitar o Brasil em algum momento. Estamos fazendo planos para ir ao sudeste asiático e parte da Europa, mas queremos muito visitar a América do Sul e o Brasil especificamente. Agora que tenho as rédeas da minha carreira, tudo ficará mais fácil para montar um plano e ir até aí! Claro que há toda uma logística envolvida, mas é algo que quero muito fazer. Amo o fato de ter tantos fãs no Brasil e eu os amo muito. Quero muito visitar o Brasil!

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