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Entrevista: Conversamos com o Tropkillaz sobre “Quem Mandou Chamar”, parcerias com Ally Brooke e Anitta, lançamento de álbum e muito mais


Quando iniciaram a carreira, o duo de DJs e produtores conhecido como Tropkillaz, formado por André Laudz e Zé Gonzales, vinha da cena do rap, hip-hip e Trap. Mas em nenhum momento eles deixaram que isso fosse um fator delimitador para a sua música.

Cientes de sua identidade musical, o Tropkillaz bebe de várias fontes, mas tudo sem perder o seu estilo único, que o difere de outros projetos de música eletrônica mundo afora.

Hoje consolidados, com nome forte aqui no Brasil e ganhando ainda mais espaço internacionalmente (eles já tiveram música veiculada em comercial no Super Bowl e colaboraram com nomes como Major Lazer, J Balvin e Aloe Blacc), o Tropkillaz está de música nova.

“Quem Mandou Chamar” vem com as vozes de IZA e Matuê, dois fortes nomes da música nacional da atualidade. Para falar sobre o lançamento, conversamos com os caras do Tropkillaz sobre essa nova parceria, planos para o álbum de estreia e claro, sobre possíveis novas colaborações com Anitta e Ally Brooke.

Confira a entrevista:

Eu gostaria de começar a conversar com vocês, direto, sobre essa nova música, “Quem Mandou Chamar”, essa parceria com a IZA e o Matuê. Conta pra gente como surgiu essa parceria.

Zé Gonzales: Quem mandou você chamar a gente? (risos)

Zé Gonzales: A gente já conhecia a IZA fazia um tempo já, desde antes dela lançar o primeiro single, já tinha visto umas demos dela, já tínhamos mandado beats pra ela… Isso em 2017, eu acho… E ela não tinha lançado nada ainda oficial… E desde então a gente conheceu ela, ela teve em show, em discotecagem minha e a gente ia se falando, falando de fazer alguma coisa. E nesse ano, logo depois que a gente lançou “Bola Rebola”, que começamos a ver o que fazer, como que a gente ia dar uma sequência, a gente vinha de duas músicas grandes, com a Anitta também, já tinha tido também “Loko”, com Major Lazer e Kevinho… Porque assim, o Tropkillaz tem várias influências, mas a gente não é do funk. A gente é da escola do hip-hop e a gente usa todos os tipos de influência. E a gente queria um negócio diferente, diferente do que a IZA e o Matuê tivessem feito.. Mas na verdade, a gente nem tinha falado nos nomes deles ainda.. A gente pensou nos beats.

Zé Gonzales: O Matuê que é mais do mundo do Trap, mais flertando com o Pop, com batidas mais pra fora do Trap.. E eu chamei a IZA e o Laudz chamou o Matuê e a gente fez um grupo no WhatsApp e depois gravou.

Zé Gonzales: O clipe demorou bastante, porque é um clipe de animação. Demora bastante pra ficar pronto. E animação é algo bastante complicado, é bem detalhado e demorou quase 100 dias pra ficar pronto. E a gente achou melhor lançar agora, no verão, final de ano.

Com IZA e Matuê na música, como foi o processo de gravação da música? O que eles incluíram das personalidades deles, da arte deles, nesse trabalho?

Zé Gonzales: Bastante, na verdade bastante. O Matuê mandou as primeiras ideias, a IZA mandou outras ideias, ela fez a letra dela pra do Matuê e faz citação pra outras músicas dela, o Matuê faz citação também… Tá bem amarrada a conversa entre os dois ali.

Como você já falou, o clipe é todo em animação, né isso?

Zé Gonzales: Sim.

Como foi que surgiu essa ideia de fazer esse clipe todo em animação e qual foi a influência, a outra animação que vocês tenham se influenciado pra chegar nessa ideia?

Zé Gonzales: É um negócio bem comics, né… Bem Akira, que a gente curte. E fazer um clipe de colaboração, de quatro artistas, que no caso eu sou um, o Laudz é outro, dois vira um, mais o Matuê, que mora em Fortaleza, e a IZA, que mora no mundo… É uma agenda difícil, complicada. A gente chegou a pensar em fazer um clipe filmado, mas depois a gente pensou “por que a gente não faz um clipe em animação?”, uma coisa que a gente não fez ainda. E a gente fez com um estúdio que já fez vários clipes grandes, inclusive do Major Lazer também, que são nossos parceiros, que é um coletivo, vamos dizer, que faz a mesma coisa que a gente. Então, vira e mexe eles fazem clipe em animação porque é difícil você juntar todo mundo, mesmo no mesmo país, por causa de agenda e tal.. Achamos que valia a pena fazer algo diferente, então esse que foi o caminho.

E me disseram que vocês vão lançar o clipe de “Quem Mandou Chamar” na Comic Con Experience…

Zé Gonzales: Vai ser lá!

O que eu queria saber de vocês é o quão importante é esse momento, de lançar esse clipe em um evento tão gigante e com pessoas que não necessariamente não consomem sua música, mas por exemplo, são fãs de animação?

Zé Gonzales: A gente vai levar nossa música pra conquistar novos fãs, com certeza, e mostrar a arte que é o clipe, que se encaixa perfeitamente no evento. Então é unir o útil ao agradável. A gente tá com o clipe pronto, na semana da Comic Con… E a gente tem a oportunidade de lançar nessa cena, é assim melhor impossível. Vamos fazer um barulho legal, o pessoal vai curtir, espero… A gente vai ver como vai ser a repercussão, mas acho que a gente tá num caminho legal. Só de ver que batia a data e a gente ter a chance de fazer lá..E a gente vai fazer um som lá.

Ah! E vai ter show também?

Zé Gonzales: Sim, a gente vai fazer uma mini session, entendeu?

Então vai ser uma experiência Tropkillaz dentro da Comic Con Experience?

Zé Gonzales: Exatamente!

Vocês vieram do rap, do hip-hop, do trap e estão passeando aí pelo funk, pelo pop.. Vocês englobam vários estilos. Em “Quem mandou Chamar”, eu senti que vocês estão flertando mais uma vez com o reggaetón. Seria esse o próximo passo para o Tropkillaz? Um estilo musical ainda mais globalizado?

Zé Gonzales: Não exatamente.

Laudz: A gente já fez isso muito tempo atrás, né?

Zé Gonzales: Mesmo “Loko” mistura um pouco isso. Assim, é um estilo de batida que é natural pra gente, sempre foi. Então acho que se a gente fizesse com a IZA e com o Matuê uma “Pesadão” ou algo assim seria um pouco óbvio. A gente queria fazer o que eles não fizeram ainda, entendeu?

Falando de globalizado… Vocês já se tornaram um nome bastante conhecido mundo afora e recentemente vocês remixaram uma faixa da Ally Brooke, do Fifth Harmony. E eu queria saber, pra vocês, como foi trabalhar nessa música e se vocês acham que isso foi importante pra expandir o nome de vocês no mercado internacional?

Zé Gonzales: Foi muito legal. Na verdade, o convite veio primeiro de um amigo meu, que produziu a faixa original, que é o DJ Buddha, entre outros produtores, ele é o beatmaker da faixa, ele que é DJ de Nova York. Ele me chamou, ele já tocava Tropkillaz no set de DJ dele, ele achava que tinha tudo a ver a gente. A gente fez o remix e a gente teve o convite de ir pro estúdio com ela, tocar o remix pra ela e compor com o time dela de composição, alguma coisa, pra outros beats… Começou uma relação ali, entendeu? Ela é super doce, simples e gente fina pra caramba. Foi muito legal e a gente com certeza vai se encontrar de novo e vai ter continuidade.

Podemos, então, esperar mais parcerias com a Ally Brooke?

Zé Gonzales: É o plano! Mas de qualquer forma, o remix teve uma repercussão muito grande, ela tem uma fanbase muito grande.

Laudz: Acho que a maior fanbase dela no mundo é no Brasil, na verdade.

Zé Gonzales: Repercutiu pra caramba e a gente, tipo assim, o Tropkillaz é especialista em remix, né? A gente tem feito remixes o ano todo, de todos os tipos, e pra gente remixar alguém da cena mainstream Pop foi muito legal também.

E há alguém, há algum nome ainda que o Tropkillaz sonha em fazer uma música junto?

Zé Gonzales: Tem vários! É difícil falar um ou falar alguma coisa que ainda teve em andamento. Um artista que eu queria muito trabalhar, seria a Rihanna, que a gente acha bem difícil. Eu sei que o Diplo vem tentando há anos! Então é um negócio meio fora de alcance, mas quem sabe, né? A gente é muito fã, mas fã ainda de produtores do que artistas, entendeu? Um cara que além de ser produtor, ele é um rapper absurdo, é um Dr. Dre. Então Dr. Dre seria tipo um sonho. A gente já teve próximo, no mesmo estúdio com ele. Quem sabe um próximo passo é conseguir fazer uma coisa com ele.

E pra encerrar esse papo de parcerias, a gente não poderia deixar de falar de uma de suas maiores parceiras, que é a Anitta. A gente pode esperar mais músicas com ela, num futuro próximo, quem sabe?

Zé Gonzales: Sim, com certeza! A gente tem mais música em andamento com Anitta. A gente esteve em estúdio com ela recentemente, na última vez que a gente esteve nos Estados Unidos, algumas semanas atrás. E a Anitta é uma grande parceira, tá sempre trocando ideia, figurinha, conhece nossa música, conhece nossos beats.. E com certeza tem mais coisa vindo sim.

Como vocês já falaram também, vocês não são necessariamente do funk, mas estão sempre juntos com essa galera do funk, vivenciando esse crescimento do gênero. E quando vocês começaram a trabalhar com essa galera, o funk estava em um patamar, digamos, discreto, e hoje é esse fenômeno cultural gigante que extrapola as fronteiras do nosso país. Pra vocês, qual foi o principal motivo pra esse crescimento do gênero?

Zé Gonzales: Acho que quem manda é o jovem. O público que escolhe. As mídias e as plataformas digitais, quem manda nisso é o público. Então assim, tava muito dominado antes, se você olhar o Top 50, tinha trinta e tantos sertanejo e o funk vem invadindo e o funk virou a música urbana brasileira. Aquele crossover com a música Pop e com outros estilos, mesmo os ritmos do Nordeste agora também, entendeu? Acho que o futuro é a cena Pop ficar um pouco mais equilibrada, não dominada.. A gente vai vendo esse crescimento. O funk nesses anos vem subindo muito, as letras, produções, clipes… tudo.

E vocês acham que ainda há muito preconceito com o funk?

Zé Gonzales: Sim, sim.

Ainda tem muita luta, né?

Zé Gonzales: Sim! Tipo o que aconteceu nesse final de semana.. A polícia chegando e pegue fogo, achando que é um bando de bandido, entendeu?

Há planos para o novo álbum do Tropkillaz?

Zé Gonzales: A gente tá trabalhando no novo álbum…

Laudz: Novo não, o primeiro! (risos)

Zé Gonzales: O primeiro! A gente tá trabalhando no álbum do Tropkillaz, esse é o plano. Em algum momento do primeiro semestre do ano que vem.

Então 2020 já começa com planos… E Além do álbum tem mais alguma coisa?

Zé Gonzales: É obrigação lançar esse álbum.

Laudz: A gente tem uma arma na cabeça! (risos)

Que nada! Os fãs estão esperando de boas pelo álbum do Tropkillaz!

E para encerrar, vocês poderiam mandar uma mensagem pra galera do POPline e o pessoal que acessa o nosso site pra buscar informações sobre o Tropkillaz?

Zé Gonzales: Valeu, POPline! Todo mundo sexta-feira cola no canal do Tropkillaz no YouTube, segue a gente, vai no Spotify, favorita a gente, dá bastante play pra gente botar essa música pra cima.

Laudz: Obrigado pelo suporte, espero que vocês gostem da música e do clipe!