Com o nome pra lá de instigante, Cai e Sahra é a dupla formada por Felipe Ricca e Rodrigo Silvestrini, que teve o seu título inspirado nas caiçaras, que significa os habitantes tradicionais das regiões litorâneas do Sul do Brasil, formados a partir da miscigenação entre índios, brancos e negros. Em entrevista ao POPline, a dupla fala sobre os primeiros passos da banda, inspirações e o que vem por aí! “Cai Sahra é o nosso estilo de som, violão, voz com manipulação eletrônica. É isso que nos traduz e é o que somos”, adianta Felipe.
Talento em família
Filhos de personalidades do mundo artístico, a mãe de Felipe é ninguém menos que Adriana Esteves e o pai, Marco Ricca. Já Rodrigo Silvestrini também nasceu com a influência artística do pai, Paulo Silvestrini, diretor de novelas. Porém, longe de quaisquer pressões, os músicos explicam que os pais superapoiam a trajetória musical dos filhos:
Rodrigo: “Desde pequeno eu fui influenciado pelo meu pai que ouvia muito rock e tocava guitarra. Nos conhecemos com 11 anos na escola. Como os nossos pais se conheciam, eles tiveram a ideia de nos juntar para tocar música. No último ano do ensino médio eu o chamei lá em casa para produzir algumas coisas, isso lá no final de 2016, onde tudo começou”.
Rodrigo: “Acho que os nossos pais só nos incentivam. Eles gostam muito que façamos algo artístico. Eles estão gostando de nos ver mergulhando de cabeça e acho até que sentem um orgulho de que nós estejamos produzindo. Eu toco violão desde os 7 anos de idade e também bateria e guitarra, mas sempre focado em rock. No entanto, dou todo crédito ao Felipe pelo som que fazemos no Cai Sahra porque eu só queria fazer rock, sempre me inspirei muito em Led Zeppelin e AC/DC, mas o Felipe fez com que eu expandisse a minha visão de música e também passeasse por outros estilos, que conversam muito com o som mais pop que fazemos na banda.
Felipe: “A influência para a gente ingressar no mundo artístico sempre existiu. Por mais que eu tenha tentado me afastar do lado artístico inicialmente, eu tentei colocar na minha cabeça que queria ser empresário, mas não consegui. Para o Rodrigo, acho que sempre foi mais um plano de vida, ele sempre quis trabalhar com música, mas comigo veio no susto, mergulhei de cabeça sem saber para onde estava indo, mas me encontrei”.
Para além da música
Ambos com 19 anos, tanto Felipe, como Rodrigo estão fazendo faculdades em áreas distintas, mas garantem que o grande foco em suas carreiras é o Cai Sahra. Felipe faz Direito na PUC-Rio e Rodrigo, Publicidade e Propaganda, na mesma universidade. “Brincamos que estamos fazendo as faculdades enquanto não conseguimos viver 100% de músicas, mas esse momento vai chegar”, diz Felipe cheio de convicção.
Rodrigo: “Eu tive muita influência do meu pai que fez publicidade e assimilei esse ramo como algo que poderia abrir várias oportunidades. Das opções que tinham além da música, essa foi a que mais se encaixou”.
Felipe: “É um pouco difícil, mas acabo priorizando a música, vou levando a faculdade. A minha escola tinha uma proposta mais construtivista e proporcionava muito o debate. E por isso eu achei que Direito era uma faculdade que poderia abrir os meus horizontes e entender a lei, mas comecei a gostar muito”.
Cai Sahra e suas influências
Embalados pelo lançamento do single autoral “Meu Bem”, que já tem 1,4 milhões de visualizações no lyric vídeo e 678 mil visualizações no clipe oficial , foi através do YouTube que o Cai Sahra ganhou força e passou a divulgar o trabalho. Além de “Meu Bem”, canções como “Eu Sei” e “Pilar”, todas autorais, fazem parte do repertório da dupla, que Rodrigo define como um pop com várias influências: “O pop pode flertar com diversos ritmos, com funk, rap, soul. Então, acho que vamos continuar nessa linha pop, mas mesclando com vários gêneros”.
Felipe também fala das influências do Cai Sahra e os próximos passos da dupla: “Temos diversas influências musicais, principalmente de gringos como Ed Sheeran, Drake, Shawn Mendes, Trey Songs… Aqui no Brasil temos vontade de fazer algumas colaborações com rappers como o Vitão, Rincon Sapiência, Marcelo D2, meu pai trabalhou com o Sabotage e através dele peguei muita referência de rap. Estamos compondo músicas com a vibe mais pra cima, mas todas em português. Pegamos a vibe internacional mais na melodia e beat, mas a alma do nosso som precisa ser brasileira. Vamos lançar mais um EP completamente autoral. Ainda no primeiro semestre vem mais singles”.