Baiana da gema, a DJ Cady cresceu em Salvador, terra do acarajé, axé e percussão, porém, mesmo com a baianidade latente NO seu sotaque e no jeito de ser, os seus interesses sempre divergiram do ambiente tropical. Em entrevista ao POPline, a artista que trouxe o clássico romântico “Heaven”, de Bryan Adams, de 1984 remixado, revela que saiu de Salvador para Índia a fim de se dedicar na cena eletrônica e não parou mais de explorar o mundo!
Cady, você recentemente lançou uma música lançada há 35 anos e de um cantor romântico em versão remixada. Como acontece o seu processo de escolha do repertório?
Engraçado que tenho várias referências musicais. Uma das maneiras que eu estou fazendo diferença no meu espaço é transformar músicas de outras gerações em versão eletrônica para a galera jovem conhecer, como foi a Heaven, do Bryan Adams. Já escutei em todas as versões possíveis essa música. Eu amo cantá-la, todas as vezes que eu canto, me emociono. Um dia meu amigo ouviu, disse que ficaria ótima na minha voz, gravei e ficou da forma como eu pensei.
Como surgiu a sua paixão pela música eletrônica? Natural de uma cidade tão musical como Salvador, em algum momento você teve dificuldade por querer se firmar como DJ?
Por muito tempo eu me senti um peixe fora d’água por acreditar que só faria sucesso cantando axé ou pagode por ser de Salvador. Por conta disso, fui achar meu espaço. Eu fiz a maior parte da minha carreira fora do Brasil porque eu percebia que as pessoas poderiam receber mais facilmente a minha música. Porém, a gente vai amadurecendo, mudando nossos pontos de vistas e percebendo o que podemos fazer. O mercado do Brasil foi mudando, ficou mais propicio para música eletrônica. Há 10 anos era um mercado bem restrito. Por isso, Percebi que as coisas poderiam mudar e voltei ao Brasil. Estou lançando músicas autorais e outros remixes. Tem umas músicas de percussão, inclusive.
Para aonde você foi?
Eu decidi sair de Salvador e fiz uma tour na Índia em 2009 que durou seis meses. De lá fui pra França, Espanha e depois Rússia. Após isso morei em Miami e lá fui assistente de um dos djs mais famosos daquela região. Depois fiz tour na Europa, depois Turquia, depois Catar. Voltei para o Brasil em 2015, mas continuo regando a sementinha internacional e estou sempre fazendo shows fora.
Você, como cunhada de Ivete Sangalo, troca muitas figurinhas com ela?
Ela pede para compor algumas músicas, coisas que eu tô escutando. Vai chegar a hora. Espero que pra lá pra frente criaremos alguma coisa. Já lançamos até música juntas, mas me associam muito a ela, quero conquistar o meu próprio lugar!
Quais são as suas maiores influências na música?
Uma das minhas maiores referências é o pop/rock, eu adoro a loucura do David Bowie! Ele era sem métrica, é uma liberdade absurda dentro da música. Também sou apaixonada pelo Freddie Mercury, que com o lançamento do filme Bohemian Rhapsody novas gerações podem conhecê-lo. Da cena atual eu gosto muito de Lady Gaga, a conheci antes dela fazer sucesso em um club de jazz em Nova York e fiquei muito encantada com o seu talento desde lá. q