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Entrevista: ‘A reflexão que proponho é sobre o conceito relativo de sucesso’, diz Felipe Simas, sobre ‘Tá Tudo Certo’ do Disney+

Felipe Simas. Foto: Divulgação

‘Tá Tudo Certo’ é a nova série original do Disney+, que estreou na terça-feira (14). Idealizada por Felipe Simas, empresário de Manu Gavassi, Anavitória e Lucas Mamede a comédia romântica brasileira, que teve o lançamento simultâneo em 51 países, é dirigida ao público infanto-juvenil e  estrelada por artistas da música.

A trama tem como pano de fundo os bastidores da indústria fonográfica e é protagonizada por Ana Caetano (do duo Anavitória), Pedro Calais (da banda Lagum) e Vitão. O roteiro foi escrito por Felipe Simas em uma parceria inusitada com o escritor Raphael Montes e com o músico Rubel.  

Pedro Calais, Ana Caetano, Felipe Simas e Vitão. Foto: Breno Galtier

O elenco conta ainda com Julia Mestre (da banda Bala Desejo), Clara Buarque, Cyntiha Senek, Agnes Nunes, Rubel e Toni Garrido. E, entre as participações especiais, Vitória Falcão, Manu Gavassi, Sandra de  Sá, Serjão Loroza, banda Hotelo e Nina Fernandes. Já no time dos estreantes estão Lucas Mamede, o cantor Feio e a artista mirim Gita Delavy, novas apostas de Simas.

Feio, Ana Caetano, Rubel, Cynthia Senek, Clara Buarque, Vitão, Lucas Mamede, Gita Delavy, Julia Mestre e Pedro Calais na estreia de ‘Tá tudo certo’. Foto: Divulgação

Em entrevista para o POPline.Biz é Mundo da Música, Felipe Simas, empresário do duo Anavitória e Manu Gavassi, e idealizador de ‘Tá Tudo Certo’ conta sobre os bastidores do projeto audiovisual do Disney+.

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Como foi pensado a elaboração do projeto? E como você chegou nos nomes de Raphael Montes e Rubel para integrar a equipe de roteiro? 

Felipe Simas: O projeto começou a ser elaborado no início da pandemia assim que me dei conta de que a possibilidade de ficarmos um bom tempo sem fazer shows era real. Um longo período sem ir para a estrada seria uma oportunidade para juntar um elenco musical. Adoro o flerte entre cinema e música (fizemos ‘Ana e Vitória’ em 2018 e ‘Gracinha’, da Manu Gavassi, em 2021).

Inicialmente, contratei o Raphael Montes, que entende muito de estrutura de histórias e é autor de bestsellers, para me dar uma consultoria na estruturação do argumento. Ele gostou tanto do projeto que se colocou à disposição para co-roteirizar comigo caso eu conseguisse vender o projeto para algum estúdio, como foi o caso, logo em seguida, para o Disney+.

Quanto tempo levaram as gravações? E o projeto todo, desde a sua elaboração? 

FS: Da ideia (abril/2020) à estreia (abril/2023) foram exatamente 3 anos. As gravações aconteceram entre novembro e dezembro de 2021. Foi um mês de ensaio e um mês no set de filmagem.

Como surgiu a parceria com o Disney +? 

FS: Em 2020, quando elaborei o projeto, a Disney estava acelerando o processo de implementação da própria plataforma de streaming em diversos países, incluindo o Brasil. Estavam precisando de projetos nacionais para começar a criar produções originais em língua portuguesa. Foi aquela coisa do lugar certo na hora certa.

Como foi escolhido o casting de atores?

FS: Desde o início, eu tinha em mente a ideia de fazer um casting 100% de artistas da música. Como trabalho na área há mais de 20 anos, fiz o convite inicialmente para aqueles mais próximos e, logo em seguida, fui estendendo os convites a outros artistas que eu admirava, mas que não tinha tanta proximidade.

Qual é a importância, do ponto de vista estratégico de uma carreira no mercado musical, para um cantor participar de produtos, como por exemplo, uma produção audiovisual? 

FS: Acho muito saudável e estimulante quando o artista se abre para se experimentar em outros campos da arte. De certa forma, é tudo muito ligado. Um artista trabalha com sensibilidade e intuição. Foi lindo ouvir de vários deles, ao final das filmagens, sobre como todo o processo de atuação na série havia sido transformador e sobre como esse processo de transformação iria impactar positivamente na carreira musical.

Mas, respondendo melhor a sua pergunta, em relação ao ponto de vista estratégico na carreira, uma obra audiovisual descolada da obra fonográfica do artista pode servir como ferramenta potencial para que novos públicos passem a se conectar com o trabalho musical desse artista que está ali atuando.

Tem algum personagem inspirado em uma figura real? Se sim, qual ou quais? E quem o inspirou? 

FS: Há vários personagens inspirados em outros personagens de ficção. Ana e Julia, por exemplo, são inspiradas em Juba e Lula do seriado Armação Ilimitada, de Antônio Calmon, que passava na TV Globo nos anos 80. E Gita é claramente o personagem Bacana, do mesmo seriado. Pedro carrega a canastrice do Ferris Bueller, personagem de Curtindo a Vida Adoidado, filme de John Hughes, também dos anos 80. E, sim, tem personagem ali inspirado em figuras reais. Toni, por exemplo, é a síntese de várias figuras com quem eu já esbarrei na indústria fonográfica.

Por fim, qual é a reflexão que o produto audiovisual pretende passar para o espectador?

FS: Por mais que seja uma Comédia Romântica Musicada, a reflexão que proponho é sobre o conceito relativo de sucesso. O que é sucesso para mim pode ser diferente do que é sucesso pra você, e “tá tudo certo”. Muitos artistas aspirantes têm a ideia de que fazer sucesso na música acontece apenas se você lotar casas de shows, tocar na rádio e na tv e fazer milhões de plays e views nas plataformas.

Nos dias de hoje, há tantas diferentes formas de ser bem sucedido na música sem que necessariamente você figure no mainstream. Só depende de você e da sua disponibilidade para trabalhar e correr atrás. Não há mais o poder e a força de apenas poucas empresas que outrora dominavam os meios de produção, distribuição e promoção da música. Agora está tudo ao alcance de todos. Você pode gravar sua música em casa, distribuir para o mundo do seu computador e promover nas suas redes sociais. E, acima de tudo, a melhor definição de sucesso é fazer o que você gosta ao lado de quem te faz bem.

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