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Entrevista: Compositor de “Desencantada”, Alan Menken fala sobre o diferencial musical do filme

Vencedor de oito Oscars, Alan Menken volta a trabalhar com a Disney em “Desencantada”, sequência de “Encantada”.

Foto: Getty Images / Uso Autorizado POPline

A música sempre fez parte do cinema, desde os tempos dos filmes mudos, tornando-se um casamento perfeito do entretenimento. E quando falamos de uma produção musical, então, a trilha sonora ganha toda uma outra importância.

É o caso de “Desencantada”, sequência de “Encantada”, grande sucesso da Disney e que chega ao Disney+ nesta sexta-feira (18) com trilha sonora composta por ninguém menos que Alan Menken, um dos poucos EGOTs do mundo e vencedor de 8 Oscars.

Desencantada Disney+
Foto: Divulgação

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E em entrevista ao POPline, Alan Menken falou um pouco mais sobre como foi voltar à mistura de “mundo real e fantasia” da franquia, 15 anos após o primeiro filme, e como “Encantada” e “Desencantada” se diferenciam de outros contos de fada do cinema.

Confira a entrevista:

Alan Menken Desencantada
Alan Menken (Foto: Getty Images / Uso Autorizado POPline)

15 anos se passaram desde que “Encantada”, o primeiro filme da franquia, foi lançado e eu queria saber de você, como um expert de filmes Disney, vencedor de tantos prêmios… O que diferencia “Encantada”, e agora “Desencantada”, de outros filmes de conto de fadas? Musicalmente falando…

“Encantada” e “Desencantada” quebraram essa linha entre o espaço seguro da Disney que são os filmes de animação e o nosso mundo real e junta eles dois de uma forma deliciosa. No primeiro filme, um personagem animado acaba em nosso mundo e está totalmente despreparado para entendê-lo e neste filme [“Desencantada”]… Essa vida se torna tão… Não existe um Felizes Para Sempre e eu quero voltar para um mundo onde tenha um Felizes Para Sempre, mas ela volta para esse mundo e eles recebem um mundo de problemas que aparecem disso. Então, o conceito é bastante divertido.. E desde o dia seguinte que o primeiro filme foi lançado eu estive esperando para ter uma outra chance de mergulhar nesse estilo de história e de personagens.

Eu não sei se foi só comigo, mas eu senti um certo tom sarcástico em algumas músicas do filme, especialmente no começo do filme, onde temos grandes sons de orquestra com letra às vezes absurdas em um mundo real com personagens mágicos.. Essa sempre foi a missão?

CLARO! Não foi necessariamente a missão, mas nós sabíamos que existia uma sensibilidade exagerada e queríamos ser bem claros com a audiência: Nós vamos te levar de volta a um mundo onde nada de ruim acontece. Quero dizer, eu não diria sarcástico, mas mais irônico, exagerado.. Por um lado, eu adoraria viver naquele mundo. Por outro lado, não é na verdade o mundo real. Então queríamos nos divertir com isso, mais do que qualquer outra coisa. E, ao mesmo tempo, no seu mais íntimo, as emoções desse mundo são muito válidas. São válidas para as crianças dentro de todos nós, que realmente precisam sentir um senso da beleza de nossa existência. Então, é um pouco irônico, mas também é bem sincero.

E agora nós temos a malvada Giselle e eu gostaria de saber.. Como foi pra você compor música para ela nesse momento, especialmente quais elementos você quis experimentar para a malvada Giselle e qual sentimento você quis passar para a audiência com esse momento da personagem?

Nós queríamos que fosse divertido, divertido, divertido, com certeza! Porque as pessoas às vezes precisam de diversão! Eu quis começar com algo que tivesse um tipo de malícia, mas fosse sombrio, não com maldade, mas que fosse por esse caminho brincalhão. E isso me levou ao Tango sexy e malicioso que fizemos em “Badder”.

É uma bênção quando conseguimos experimentar em novos territórios, é muito divertido. E era o que queríamos com esse momento, era a maior diversão!

Você diria que o Tango de “Badder” foi a composição mais divertida do filme?

Bem… Tem também o momento em que ela termina a vida de conto de fadas e ela desce as escadas e ela sai cantando… E todos os utensílios estão cantando para ela, isso é muito divertido! Existem alguns momentos muito divertidos, como também uma emoção muito sincera de decepção, com Giselle lidando com a mortalidade do mundo real. E ela quer voltar à vida de conto de fadas e descobre que é muito difícil voltar pra ela..

Então, como em todas minhas histórias, todas as músicas, todos os pedaços, são blocos para construir algo maior e todos são necessários e se complementam.

A trilha sonora oficial de “Desencantada”, composta por Alan Menken e Stephen Schwartz, já está disponível para streaming.

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