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Entrevista: com os pés no chão, Mabel fala sobre futuro, o sucesso de “Don’t Call Me Up” e o álbum “High Expectations”

Ela lança nesta sexta-feira, 2 de agosto, o seu primeiro álbum solo já com um sucesso e indicações a prêmios no currículo. A britânica Mabel resgata um som familiar do final dos anos 1990 e o início dos 2000 que conquistou o planeta inteiro, mas que passou um bom tempo longe das paradas: o R&B. Com uma pitada de modernização e uma voz fora dos padrões, a novata faz questão de ser mais do que apenas uma cantora e se joga 100% no processo criativo.

Desse trabalho nasce “High Expectations”. Dias antes da estreia, conversamos com a cantora sobre as grandes expectativas para o projeto, a recepção da indústria, fãs e o hit “Don’t Call Me Up”.

Foto: Divulgação

“Eu sempre tenho grandes expectativas”, disse quando perguntada sobre o disco. “Esse título é justamente sobre mirar no alto. Era essa a mensagem que eu queria passar, não a questão de se sentir pressionada, mas, sabe, o quão longe você pode sonhar e não há nada errado em sonhar alto e ir atrás do que você quer. É assim que me sinto em relação ao álbum. Coloquei meu coração nele, é o momento certo de lancá-lo. Queria fazer músicas que eu amasse e agora eu quero mais ainda. Tenho grandes expectativas de lançar este e depois fazer mais um, mais um, sabe?”.

E a gente pode dizer que ela mirou alto e conseguiu. Sinceramente, se alguém te perguntasse em 2018 quem era Mabel, provavelmente você não saberia responder, mas ela não surgiu do dia para noite. O trabalho desta britânica até estourar mundialmente com “Don’t Call Me Up”, lançada no início deste ano, foi sendo construído de forma gradual e com os dois pés no chão. Mabel é filha de musicistas e lhe foi dada a liberdade de embarcar em qualquer aventura que a vida lhe guiasse, mas ela escolheu a música e de 2015 para cá vem buscando seu espaço.

“Nossa (risos), é muito louco pensar em tudo o que aconteceu nos últimos meses. Me sinto bastante sortuda de poder fazer o que eu faço e ao mesmo tempo eu agradeço cada momento porque nunca se sabe por quanto tempo isso tudo vai durar, então eu preciso aproveitar ao máximo tudo o que eu puder”, nos disse. “Crescer com pais musicistas e outros artistas foi bem legal, mas quando criança você não analisa muito sobre isso, acabei apenas me acostumando. Obviamente estar com várias pessoas criativas era um ambiente divertido, interessante também para que eu pudesse me expressar. E meus pais sempre me encorajaram. Eu não pensava em fazer nada mais além de música. Foi algo que realmente eu sempre sonhei em seguir”.

O sucesso veio com “Don’t Call Me Up”. A música conquistou o terceiro lugar na parada britânica e entrou para a Hot 100, a principal parada de músicas dos Estados Unidos – e em outras cinco. No Brasil, faz parte da programação das rádios pop. O clipe tem mais de 100 milhões de visualizações e levou a cantora a ser indicada ao maior prêmio da música britânica, o BRIT Awards 2019, em “Artista Revelação”.”Eu sempre quis ser uma artista internacional e ter um reconhecimento no mundo inteiro e ‘Don’t Call Me Up’ realmente me ajudou a conquistar parte do meu sonho, se você pensar por este lado. Se não fosse por ela, nada disso teria acontecido. Eu acho que não estaria falando com você, para os fãs no Brasil. Nada disso teria acontecido há um ano atrás”, disse em um tom de voz que dava para sentir o carinho pelo primeiro grande single do seu álbum de estreia. “Realmente agradeço muito e sempre dizem que ‘basta apenas uma música para mudar a sua vida’, né? Então… (risos) Espero continuar a escrevê-las”.

E escrever é o que ela vem fazendo há anos. Todas as 18 faixas que compõem o “High Expectations” são assinadas pela cantora em parceria com outros escritores. “Sou bastante crítica sim no quesito composição. Incrivelmente crítica. E tenho que ser”, reforça. “Sempre estou me esforçando a superar barreiras e quero criar algo que seja superior ao que eu criei antes… ‘ah legal, posso fazer isso e ainda melhor’. A gente precisa ser crítico nesse quesito, você tem que procurar melhorar. Faz parte do trabalho como artista”.

Cinco faixas do projeto já são de conhecimento público – “Don’t Call Me Up”, “Finders Keepers”, “Fine Line”, “Bad Behaviour” e o atual single “Mad Love” – e R&B parece ser, até o momento, o gênero em comum. Não à toa. “Eu sou muito fã de R&B, cresci ouvindo o gênero, Destiny’s Child, Justin Timberlake… todos esses! Era muito legal, obviamente eu me espelhei em muitos deles, comecei a demonstrar interesse desde cedo e meus pais me encorajaram bastante a iniciar a carreira na música”. Mas há mais em “High Expectations? “Claro que há R&B no álbum, mas ‘Mad Love’, por exemplo tem um lado mais pop. Era muito importante não deixar esse meu lado R&B, de quem eu realmente sou fã, de fora, mas acho prefiro pensar que o álbum, no geral, passa uma grande mensagem positiva. E isso era o mais significativo em termos do que esperar. Tem muita atitude, muitas músicas up-tempo, quero que as pessoas cantem e se sintam bem com elas mesmas. É o que eu quero. Que elas se sintam bem ao ouvirem este álbum”.

Com o mundo querendo um pedacinho dela, não ache que o Brasil está longe dos planos. “Sempre vejo as mensagens dos fãs. Recebo mensagens de vários de diferentes partes do mundo e quero muito ver todos eles, num geral, em algum momento. Ir a lugares que nunca visitei ao redor do mundo, tão longe de casa e agradecer pessoalmente. Quero poder dizer que os amo e agradecer pelo apoio e por tudo o que está acontecendo porque significa o mundo pra mim. Quero muito visitar o Brasil, mal posso esperar para ir antes do que todo mundo espera”.

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