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Entrevista: “meu tempo de escrita é bem menor hoje em dia”, diz Camila Fremder

Múltiplos empreendimentos de Camila Fremder a deixam com pouco tempo para os livros, onde tudo começou. Mas ela tem um infantil recém-lançado mesmo assim, “Quibe – A Formiga Corajosa”.
Entrevista: "meu tempo de escrita é bem menor hoje em dia", diz Camila Fremder
(Foto: Divulgação)

Conhecida por suas nóias, Camila Fremder é bastante prática quando se trata de trabalho. O podcast “É Nóia Minha?”, exclusivo do Spotify, é hoje uma das prioridades da podcaster, escritora, roteirista e digital influencer. Publicitária por formação, Camila rebola – sem carisma para tal – para dar conta de múltiplos projetos simultâneos.

Entrevista: "meu tempo de escrita é bem menor hoje em dia", diz Camila Fremder

(Foto: Divulgação)

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Dois novos livros estão em seu radar – um infantil e um adulto – mas ela admite que não são suas prioridades imediatas. Por isso, prefere não dar previsão de lançamento. O momento é de divulgar o infantil “Quibe, a Formiga Corajosa”, publicado em fevereiro.

“Eu tô [escrevendo o livro adulto], mas nem mostrei para a editora ainda. Ainda é uma pesquisa. As coisas mudaram muito quando a gente entrou em pandemia, e mudaram muito pra mim quando a gente saiu da pandemia. Tudo acontecia numa velocidade bem menor antes. Agora voltam eventos presenciais. Meu tempo de escrita é bem menor hoje em dia. É o que eu falo: não é minha prioridade entregar o livro, porque não é meu ganha-pão. Preciso priorizar evento, publicidade e divulgar o ‘Noia’, porque é onde ganho meu dinheiro mesmo”, Camila Fremder diz ao POPline.

Por conta disso também, a faceta roteirista está adormecida, e ela pretende deixar assim por bastante tempo. “Roteiro é a mesma coisa do livro: toma muito tempo. E eu não tenho esse tempo mais. Gostei muito de escrever roteiro, achei super divertido, mas estou numa pira de escrever coisas para mim. Se eu escrevesse, seria, sei lá, um desenho da ‘Quibe’. Algo nessa linha”, conta.

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(Foto: Divulgação)

Camila Fremder no universo infantil

Um novo livro adulto estava prometido à Companhia das Letras antes da pandemia, mas uma série de acontecimentos cruzaram o caminho da escritora, sobretudo a própria crise sanitária. “Não houve pressão, porque não tinha assinado nada”, explica. “Fiquei meio perdida no tema. Queria ter feito um livro sobre crises, porque tinha me divorciado e casado de novo, mas minha crise ficou meio rasa depois da pandemia, sabe? Senti que não tinha mais esse tema”, lembra. Um livro sobre vinganças também foi cogitado, mas descartado. Camila desapega rápido das ideias que não funcionam.

“Não tenho muito apego a coisas em geral. Não é que eu desista das coisas. Acho que sou uma pessoa muito persistente quando acredito num projeto, mas aquilo não é um sofrimento pra mim se deixo de acreditar. Isso pra tudo, até uma relação. Fui casada por dez anos, muito feliz, mas a partir do momento que a gente sentiu que não era mais aquilo, a gente ficou muito bem resolvido separado. Ele é meu melhor amigo hoje em dia. Acho que me desprendo fácil das coisas ou realoco as coisas de uma maneira interessante na minha vida”, pontua.

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Capa do livro (Foto: Divulgação)

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“Quibe, a Formiga Corajosa” caiu no colo da escritora e podcaster. O filho Arthur, de cinco anos, apareceu com uma amiga imaginária que era uma formiga, a Quibe. Ela o ajudava a não ter medo de dormir sozinho. Camila viu que histórias estavam nascendo dali, e propôs um livro sobre a “Quibe” para a Companhia das Letras. “O pessoal amou”, diz. Ela e Arthur assinam o livro juntos. “Tô muito mais inclinada a fazer o ‘Quibe 2’ do que lançar outro livro adulto agora”, admite.

“O universo infantil é bem novo pra mim e acho que é um complemento bem legal do meu dia-a-dia. Meu trabalho sempre conversou muito com o momento que eu estava vivendo. Acho que esse lado infantil é o momento que estou agora, com um filho de cinco anos. Achei muito gostoso. E também acho divertido ter uma coisa que é minha e dele”, conta Camila, que fará um evento de lançamento do livro na escola do menino. Ela pretende dedicar algum tempo à divulgação da obra antes de escrever o segundo volume.

Entrevista: "meu tempo de escrita é bem menor hoje em dia", diz Camila Fremder

(Foto: Divulgação / Rio2C)

Camila Fremder, a podcaster monetizando nóias

A semana de Camila se divide entre gravações do “É Nóia Minha?”, entrevistas para promover o podcast e o lviro infantil, gravações e aprovações de publicidades para as redes sociais, a escrita da newsletter “Associação dos Sem Carisma” e os compromissos maternos. Ela chegou a ter três podcasts simultâneos e prepara o retorno de um.

“O ‘Indiscutível’ vai voltar. A Déia [Freitas] estava reformando a casa dela e só conseguia gravar à noite, e à noite pra mim é muito ruim por causa do Arthur. A gente está se ajeitando para voltar”, comenta.

O “Nóia” é seu maior sucesso. O podcast foi lançado em 2019, com investimento próprio. Camila tinha dinheiro para três episódios e compra de equipamentos essenciais. A empreitada custou US$ 5 mil na época. Os episódios seguintes foram patrocinados por empresas parceiras (“aí virou um trabalho, não mais um investimento”), até que o número de streams chamou a atenção do Spotify e o “É Nóia Minha?” virou um exclusivo da plataforma. E um dos mais ouvidos. Ela acaba de renovar contrato, e o podcast está confirmado pelo menos até fevereiro. “Nunca tive problema para definir pauta dos episódios. Realmente tenho muitas nóias”, brinca.

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(Foto: Divulgação)

O fim do “Calcinha Larga”

Do “Calcinha Larga”, outro sucesso da plataforma de streaming, ela escolheu sair. Camila comandava o podcast ao lado de Tati Bernardi e Helen Ramos. O fim do programa, anunciado por comentários de Tati no Instagram, causou comoção nas redes sociais e virou trending topic no Twitter. Houve todo tipo de fofoca e especulação sobre o fim do projeto, mas as três evitaram detalhes.

Camila Fremder diz que a repercussão da separação do trio não a afetou. “Eu estava muito resolvida com minha decisão e muito tranquila com a abertura que o Spotify me deu. Eu não tinha ódio nem rancor de nenhuma participante. Eu não me sentia como a peça-chave dos porquês”, pontua.

“Dentro desse término, teve um monte de polêmica que não veio através de mim e eu nem alimentei. Eu só estava na minha casa”, explica.

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(Foto: Divulgação)

Para ela, tudo foi muito menos turbulento do que pareceu para o público. No dia que a informação se tornou pública, ela estava trabalhando. “Quando vi que era um assunto e as pessoas estavam preocupadas, apareci para agradecer o carinho. Para ninguém achar que eu estava vivendo uma grande crise”, comenta. Ao contrário do que pareceu, o fim do “Calcinha” não foi da noite para o dia.

“A gente não pode comunicar antes porque existe um contrato. Nada pode ser repentino, se existe um contrato por trás. A gente tem um prazo para responder uma renovação de contrato ou não. Na hora de responder a renovação, a gente discutiu que não ia renovar, entendeu? Chegou o momento, eu disse ‘não quero renovar’. E só. O que aconteceu depois – como é que foi pra Hel, como é que foi pra Tati – pergunte pra elas. Eu posso falar da minha parte”, conclui.

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