Nesta sexta-feira (20) o mundo da música foi impactado com a triste notícia da morte do DJ Avicii, com apenas 28 anos. Emboras as causas da morte não estejam esclarecidas, há alguns anos surgem notícias de problemas de saúde enfrentados por ele.
Tudo começou com sua sobrecarga de trabalho. Se destacando como um dos maiores DJs do mundo e emplacando hits como “Wake Me Up” e “Hey Brother”, foi uma impressionante taxa de lançamento de dois álbuns e três EPs ao longo de apenas quatro anos. Tanto estresse fez Avicii decidir por sua aposentadoria dos palcos em 2016, como um descanso de uma exaustiva rotina.
A fama e a pressão o deixaram muito nervoso, ocasionando em problemas de ansiedade. Ele falou sobre o assunto em entrevista à GQ em 2013. “Você está viajando por aí, você mora em uma mala, você chega a qualquer lugar e há álcool grátis – é meio estranho se você não beber”, disse ele. “Eu acabei adquirindo um hábito, porque você depende daquele encorajamento e autoconfiança que você obtém do álcool, e então fica viciado nisso”.
Em outra entrevista, de 2012, ele foi enfático ao falar o quanto intensa estava sua rotina. “Não tenho nenhum problema em [estar no estúdio] por 60 horas sem dormir, apenas experimentando milhões de melodias diferentes, isso não é problema para mim”, admitiu ao jornal The National.
Esse estilo de vida acabou cobrando um alto preço. Com isso, ele foi hospitalizado em janeiro de 2012 com uma pancreatite aguda, inflamação do pâncreas que os médicos atribuíram ao consumo excessivo de álcool. Em 2013 a doença piorou, fazendo o DJ cancelar shows e ser internado novamente. Na época, ele rejeitou o conselho médico para ter sua vesícula biliar removida, e ao invés disso, preparou seu novo álbum, o “True”, que foi um grande sucesso.
Avicii, então, parou de beber, mas os problemas de saúde continuaram. Em 2014, sua apresentação no Ultra Music Festival, de Miami, foi interrompida por fortes dores no estômago. O diagnóstico: uma vesícula biliar bloqueada e um apêndice rompido.
“Eu acordei na quarta-feira de manhã com muita dor, mas voei para Miami de qualquer maneira, esperando que isso fosse embora. A dor ainda estava lá quando eu caí, então fui direto para o hospital. Fui tratado e fui embora mais tarde naquela noite. Infelizmente, a dor voltou ontem mais tarde e voltei para o hospital, onde eles me internaram para passar a noite”, explicou ele na época.
A decisão foi realmente remover sua vesícula biliar e apêndice, mas o período de recuperação foi mínimo e em menos de um mês já voltou aos trabalhos. Essa decisão realmente foi um erro, já que alguns meses depois sua turnê foi cancelada para uma recuperação mais apropriada.
Depois de mais dois EPs, Avicii decidiu desacelerar definitivamente em 2016. “Há duas semanas, aproveitei o tempo para dirigir pelos Estados Unidos com meus amigos e equipe, apenas para ver e pensar sobre as coisas de uma maneira nova”, escreveu ele em uma mensagem postada em seu site. “Isso realmente me ajudou a perceber que eu precisava fazer a mudança com a qual eu estava lutando por um tempo”.
“Para mim, era algo que eu tinha que fazer pela minha saúde. Além de tocar e criar, todas as outras partes de ser um artista não foram naturais pra mim. Eu sou mais uma pessoa introvertida em geral. Sempre foi muito difícil para mim. Eu aceitei muita energia negativa, eu acho”, contou ao the Hollywood Reporter.
“Eu apenas me sinto feliz. Eu me sinto livre neste momento. Como se eu tivesse minha vida particular de volta e me concentrasse em mim pela primeira vez em muito tempo”, completou.
Sua morte, então, foi um choque. Seu legado, agora, fica intacto, sempre reconhecido como um dos melhores DJs do mundo.