Carnaval

Enredo da Portela em 2019, Clara Nunes terá a biografia “Guerreira da Utopia” relançada e ampliada

Foto: Reprodução / Capa de disco

Não poderia haver melhor momento para que a biografia definitiva de Clara Nunes retornasse às livrarias. Esgotada há alguns anos, Clara Nunes – Guerreira da Utopia (Ediouro, 2007), escrita pelo jornalista carioca Vagner Fernandes, estará de volta às prateleiras a partir de 2 de fevereiro. O oportuno relançamento vem de carona no momento em que a escola de samba carioca Portela se prepara para apresentar na avenida “Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma sabiá”, enredo desenvolvido pela carnavalesca Rosa Magalhães, com base no livro que ganhará edição ampliada.

“Clara é uma artista atemporal. Assim como a artista, o seu legado também é atemporal não só do ponto de vista do repertório, como das discussões que ela levantava como identidade de gênero, preconceito étnico-cultural e a intolerância religiosa”, disse o autor que revelou, entre tantas histórias, que Clara Nunes foi a primeira mulher a falar publicamente do machismo no mercado fonográfico brasileiro.

A imagem da cantora mineira como sambista foi arquitetada pelo radialista e produtor musical Adelzon Alves no início dos anos 70. A partir desta mudança, a “Guerreira” tornou-se a primeira artista feminina a ultrapassar 500 mil cópias e rivalizar com Roberto Carlos em venda de discos no Brasil.

Escrita por Vagner Fernandes, a biografia definitiva da cantora serviu como base para o enredo que a Portela mostrará na Sapucaí em 2019 (Foto: Reprodução)

Muitos dos temas que aparecem em Guerreira da Utopia deverão ser abordados no desfile da Azul e Branca, que comemora seus 95 anos de fundação e aposta em Clara Nunes para voltar a vencer o carnaval sozinha, o que não acontece desde 1970. Vale ressaltar que em 1984, um ano após sua morte, a cantora foi homenageada ao lado de figuras emblemáticas como Natal e Paulo da Portela no enredo campeão “Contos de Areia”. Em 2012, ano em que completaria 70 anos, a religiosidade da artista foi o fio condutor do enredo “E o Povo na Rua Cantando é Feito uma Reza, um Ritual”. Desta vez, como única personagem, terá toda sua história contada na Marquês de Sapucaí.

Com título ou sem título, certamente não serão apenas os portelenses a comprarem muitos exemplares da biografia de uma artista que foi singular na música popular brasileira.

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