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Empresária, esposa do DJ Rennan da Penha acusa agência bancária por racismo


Foto: Reprodução/Instagram

Meu dinheiro está PRESO e eu quase fui PRESA por NADA!!!!!! Não é pq eu sou preta e humilde que eu sou criminosa“. Foi com essas palavras que Lorenna Vieira, esposa do DJ Rennan da Penha, protestou em suas redes sociais sobre o tratamento recebido em uma agência do Itaú, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (30). A empresária se dirigiu ao banco para desbloquear um cartão e sacar R$ 1.500. Foi o estopim para que funcionários do banco achassem suspeitas as movimentações financeiras em sua conta.

“Eu fui ao banco tirar um dinheiro e desbloquear um cartão, porque perdi cartão e o outro não chegou na minha casa. Eu tive que ir lá buscar. Chegando lá, deu que estava bloqueado. Aí elas (as funcionárias) começaram a falar ‘ah, o banco pode achar que é fraude, que você é laranja’ e me deixaram lá esperando”, contou ela ao G1.

Enquanto aguardava a solução do problema, Lorenna foi surpreendida pela polícia que a levou para a delegacia sem explicações. “Ela (a funcionária) falou: ‘Só falta mais 15 minutinhos para o seu problema ser resolvido’. E aí chegaram os policiais. Eu fiquei revoltada na hora. Fiquei muito chateada, as pessoas ali devem achar que eu fui presa ou eu não sei. É uma vergonha, ridículo. Eu me senti ofendida. Segundo eles, eu sou fraude, laranja. Segundo eles, aquele dinheiro não era meu.”

Lorenna diz ter se sentido ofendida e acredita que a ação foi “exagerada”, reflexo de preconceito racial. Na delegacia, a veracidade de seus documentos foi questionada por conta dos cabelos. “Eu até rasguei minha identidade, porque o policial falou que era quase impossível saber se era eu, porque o meu cabelo estava liso, falou que era pra eu jogar minha identidade fora e fazer outra com o meu cabelo natural. Se é uma pessoa branca que tem o cabelo alisado e depois deixa encaracolar, ninguém faria isso.”

A denúncia de Lorenna foi parar nos telejornais da TV Globo. Assista aqui!

Em nota, o Itaú se pronunciou sobre o caso

“O Itaú Unibanco lamenta e se desculpa pelos transtornos causados a Lorenna Vieira nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, e vem tentando contato com ela para resolver a situação. O Itaú Unibanco esclarece que o procedimento adotado na agência é padrão em casos de suspeita de fraude, e não tem qualquer relação com questões de raça ou gênero. O objetivo era proteger os recursos de Lorenna de possível fraude, uma vez que já havia um bloqueio preventivo de sua conta corrente e era difícil identificá-la com o documento apresentado no caixa. O Itaú Unibanco acredita que toda forma de discriminação racial deve ser combatida”.

A Polícia Civil se manifestou sobre o ocorrido

“De acordo com informações da 22ª DP (Penha), uma equipe foi até a agência do banco Itaú, localizada no Mercado São Sebastião, para verificar uma possível ocorrência de uso de documento falso, detectada por funcionários da agência. Os policiais convidaram a mulher a acompanhá-los à delegacia, que fica próxima ao local, para verificar a autenticidade do documento. Após ela concordar, eles foram à unidade em viatura descaracterizada, onde foi constatado que o documento era verdadeiro e ela foi liberada”, diz a nota.