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Emicida e Rael adiam lançamentos e aderem ao movimento “The Show Must Be Paused”

Artistas conscientes, Emicida e Rael adiaram seus respectivos lançamentos programados para esta terça-feira (2/06) e aderiram ao movimento “The Show Must Be Paused” (em livre tradução, “o show precisa parar”).

Através de um comunicado emitido pela empresa Laboratório Fantasma, Emicida e Rael aderiram ao movimento "The Show Must Be Paused" e adiaram lançamentos (Foto: Vera Marmelo)

Através de um comunicado emitido pela empresa Laboratório Fantasma, Emicida e Rael aderiram ao movimento “The Show Must Be Paused” e adiaram lançamentos (Foto: Vera Marmelo)

O movimento teve início nos Estados Unidos e chama a atenção para o assassinato de George Floyd (e para as incontáveis vidas de pessoas negras tiradas pela polícia). Trata-se de um movimento que incentiva um grande blackout no mercado da música neste 2 de junho.

Gravadoras, empresas e artistas mundo afora mostraram suporte a este breque no setor que tanto se beneficia e lucra com a arte de artistas negros. E para ambos, é impossível dar prosseguimento de forma saudável e coerente, contudo, sem dar atenção a temas urgentes.

Assim, os projetos da Laboratório Fantasma estão sendo adiados. O lançamento da canção “Sementes”, de Emicida e Drik Barbosa, que sairia hoje (2/06); o Movimento 2, do “AmarElo Prisma”, iniciativa de Emicida; bem como o novo EP acústico de Rael, intitulado Capim-Cidreira (Infusão), que estava previsto para o dia 10 de junho.

“Todo o silêncio, perante à injustiça, é parte da violência”, diz comunicado

A Laboratório Fantasma divulgou um comunicado sobre o posicionamento da empresa mediante a atual situação.

Foi assim ao longo dos últimos 11 anos, em que nos dedicamos, constantemente, a construir pontes para conectar pessoas com uma origem semelhante à nossa, pretas e periféricas, a novas possibilidades de existir. Foi assim na música, na moda e em tudo o que fizemos – incansavelmente – nos últimos tempos“.

Os responsáveis entendem ser urgente a reflexão e ação para que o sistema não mais exclua, oprima, inviabilize e mate pessoas negras.

É por Ágatha Felix, Douglas Martins Rodrigues e João Pedro. Mas também por George Floyd, por Claudia Ferreira e Marielle Franco. E também pelos 5 jovens negros que tiveram o seu carro alvejado por 111 tiros. CENTO E ONZE. Todos eles foram vítimas de uma violência racista e da postura de países que ceifam – com crueldade – a vida das pessoas que nós incentivamos a continuar sonhando por meio das nossas canções“.

No comunicado, a percepção sobre a escassez de pessoas pretas em altos postos nas empresas.

Não podemos deixar de apontar também que, ao longo dos últimos 11 anos, foram raríssimas as vezes em que visitamos escritórios de nossos colegas do mercado, como grandes gravadoras, editoras, produtoras, rádios, entre tantas outras, e encontramos pessoas pretas trabalhando em posições que fugiam do serviço da limpeza e dos serviços gerais“.

Por fim, o Laboratório Fantasma pede para que o movimento não fique apenas nas hashtags. Além disso, pede para que a energia disposta neste momento faça com que as pessoas revertam uma injustiça social que perdura por séculos. E que a opressão racial se transforme, de vez, em passado.

Vidas negras importam! Mas não podemos reproduzir isso pautados pela tragédia somente. Se não as valorizarmos, de fato, e não construirmos uma trilha onde a ascensão, sobretudo a econômica, seja possível para a trajetória de pessoas não-brancas, a morte de (e os protestos por) tantas pessoas terá sido em vão“, finalizam.

Veja a reação de Emicida, Rael e Fióti nas redes sociais:

 

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Não podemos deixar de apontar  também que, ao longo dos últimos 11 anos, foram raríssimas as vezes em que visitamos escritórios de nossos colegas do mercado, como grandes gravadoras, editoras, produtoras, rádios, entre tantas outras, e encontramos pessoas pretas trabalhando em posições que fugiam do serviço da limpeza e dos serviços gerais. Vidas negras importam! Mas não podemos reproduzir isso pautados pela tragédia somente. Se não as valorizarmos, de fato, e não construirmos uma trilha onde a ascensão, sobretudo a econômica, seja possível para a trajetória de pessoas não-brancas, a morte de (e os protestos por) tantas pessoas terá sido em vão. Não podemos parar nas hashtags. Que possamos usar a energia explosiva desse momento para nos questionarmos enquanto sociedade e, de fato, darmos um cavalo de pau na história, conseguindo construir uma realidade onde a opressão racial se transforme, de vez, em passado. Ps: O vídeo foi gravado ontem, só que a internet não ajudou e UpLoad demorou. #Vidasnegrasimportam #Ubuntu #lab11anos

Uma publicação compartilhada por Evandro Fióti (@fiotioficial) em

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