Emicida e Drik Barbosa alertam sobre trabalho infantil na inédita “Sementes”. Sem dúvida, uma música que chega em um timing perfeito, uma vez que o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil (12 de junho) está próximo.
Os números atuais no Brasil apontam que 2,4 milhões de crianças e adolescentes estão nesta situação de trabalho, sendo 1,4 milhão de negros. Qualquer atividade econômica e de sobrevivência (incluindo trabalho doméstico), remunerada ou não, feita por crianças e adolescentes menores de 16 anos, é considerado trabalho infantil.
Entretanto, vale lembrar que no Brasil existe um programa legal para aprendizes menores que recruta jovens a partir dos 14 anos para trabalhos formais e que não são considerados exploração.
“A gente vive um momento em que é necessário falar sobre a problemática da Covid-19 nas periferias. Isso é urgente. A persistente falta de atenção dada ao trabalho infantil, algo que vem bem antes dessa pandemia surgir, se agrava ainda mais neste período, que deveria ser de paralisação e isolamento, mas resulta no inverso: mais crianças sendo empurradas para uma situação de trabalho desumano”, diz Emicida.
O clipe faz parte de uma campanha contra o trabalho infantil idealizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), pela Justiça do Trabalho (TST) e pelo Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI).
Lançamento foi adiado em uma semana
Um dos artistas brasileiros mais conscientes, Emicida adiou o lançamento da música em uma semana. Anteriormente programado para terça-feira passada, o cantor aderiu ao movimento “The Show Must Be Paused” (em livre tradução, “o show precisa parar”).
O movimento teve início nos Estados Unidos e chama a atenção para o assassinato de George Floyd (e para as incontáveis vidas de pessoas negras tiradas pela polícia). Tratava-se de um movimento que incentivava um grande blackout no mercado da música no último dia 2 de junho.
Gravadoras, empresas e artistas mundo afora mostraram suporte a este breque no setor que tanto se beneficia e lucra com a arte de artistas negros. E para ambos, é impossível dar prosseguimento de forma saudável e coerente, contudo, sem dar atenção a temas urgentes.