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Em sua estreia no Carnaval 2020, Ivete se emociona com carinho do público: “é minha alegria fazer isso”

Ivete arrastou uma multidão com seu bloco Coruja (Foto: Reprodução Instagram/Rafa Mattei)

De antemão eu peço desculpas por quebrar uma regra básica do jornalismo. Mas não tem como eu escrever sobre o Carnaval de Ivete Sangalo e ser imparcial ao mesmo tempo. Falar de Ivete, para mim, é falar de minha vida. São mais de 20 carnavais no meu currículo, acompanhando ela que se tornou a maior artista desse país.

Esse ano, mais uma vez, eu recebi a missão de cobrir a folia com Ivete. Neste sábado (22), a cantora estreou seu Carnaval no comando do bloco Coruja, no circuito Dodô (Barra-Ondina). Vestida de rainha arqueira, ela subiu no trio clamando por respeito e empatia. E do Farol, partiu ao som de “O Mundo Vai”, arrastando uma multidão.

Eu poderia escrever milhares de carácteres, aqui, mas, certamente pecaria se tentasse colocar em palavras a comoção que Ivete causa em Salvador. Para resumir, eu diria que é mágico, transcendente e de arrepiar – mesmo!

É impossível não se emocionar ouvindo Eva do Morro do Cristo com uma das vistas mais lindas do Carnaval de Salvador. Não tem como não rir ao ver ela quebrando o gelo com a polícia e pedindo ao comando para mandar “beijos pra Mainha”. Cada faixa nos prédios ou nas ruas é lida com carinho e cada aparição ao lado do trio é festejada pelo público com uma gritaria sem fim.

Cantora se emocionou com o carinho do público durante a passagem de seu trio (Foto: Reprodução Instagram/ Raffa Mattei)

Que me perdoem os outros artistas, mas Ivete, em Salvador, é unanimidade. Até quem não gosta, respeita. A história que ela escreveu ninguém apaga. Não é à toa que ela tira de letra as mais de quatro horas de circuito, cuidando do bloco e da pipoca.

Ao fim desse tempo, disse que cantaria mais uma música e logo emendou três. “O Mundo Vai”, que abriu o percurso, também encerrou. Agora, com direito a chuva de papel. Ela se despede reverenciando a todos e fazendo uma saudação depois do sinal da cruz.

Logo à frente, Augusto, seu motorista há 26 anos espera a orientação para estacionar a van ao lado do trio. O folião não arreda o pé. Quando ela desce para o carro, de roupão, acena e agradece mais uma vez. O cansaço existe, mas, para muitos, é compensado por esses sete segundos de atenção.

No primeiro dia de seu Carnaval, Ivete emocionou e se emocionou. “A alegria dos outros se transforma na nossa. Vocês não têm uma ideia do que é para mim cantar uma música no Carnaval. É a minha alegria fazer isso”. A gente pode até não ter ideia, Ivete, mas a gente sente. Que venham os próximos três dias!

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